Salada Verde

Estudo encontra riqueza de anfíbios e répteis em reserva no Espírito Santo 

Feito por um grupo de pesquisadores, estudo realizado na Estação Biologia Marinha Augusto Ruschi descobriu espécies raras no local

Júlia Mendes ·
15 de março de 2024
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Trinta e uma espécies de anfíbios e 28 espécies de répteis concentrada em uma pequena área de apenas 29 hectares. Foi o que descobriu um grupo de pesquisadores que fizeram o levantamento de fauna da Estação Biologia Marinha Augusto Ruschi  (EBMAR), reserva natural localizada no município de Aracruz, no Espírito Santo. Animais considerados raros ou ameaçados de extinção foram encontrados, como o anuro Arcovomer passarellii; o lagarto Ameivula nativo e o jabuti-piranga Chelonoidis carbonarius. O estudo foi publicado na revista The Herpetological Bulletin, no início de março. 

A investigação tinha como objetivo compreender a composição das espécies na EBMAR, bem como a sua distribuição temporal e espacial e estado de conservação. O local abriga uma proporção significativa das espécies listadas para o município, para a Mata Atlântica e para o Brasil. As espécies de anuros, por exemplo, representam 86% das listadas para Aracruz, 23% das listadas para o Espírito Santo, 4% das listadas para a Mata Atlântica e 3% das listadas para o Brasil.

O Trachycephalus nigromaculatus. Foto: Gabriel Ruschi

“Ao mapearmos a distribuição espacial e temporal dessas espécies, estamos fornecendo informações valiosas para a implementação de medidas de conservação mais eficazes, especialmente diante dos desafios enfrentados devido à intensa especulação imobiliária na região”, destacou o pesquisador Cássio Zocca, do Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA) e do Projeto Bromélias, que liderou os trabalhos. 

O estudo contou com a colaboração de Gabriel Ruschi, gestor da EBMAR, e dos pesquisadores Maurício M. Fernandes, Juliana Alves, Iago Ornellas e Rodrigo B. Ferreira, vinculados ao Projeto Bromélias e à Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

O estudo ressalta a importância da Estação Biologia Marinha Augusto Ruschi como um remanescente florestal na Mata Atlântica. “Suas características únicas e diversificadas proporcionam um ambiente fundamental para uma grande variedade de anfíbios e répteis, destacando a necessidade contínua de conservação e pesquisas na região. É necessário comprometimento com a preservação e manutenção desse ambiente tão importante para a saúde geral do ecossistema”, finalizou o pesquisador.

  • Júlia Mendes

    Estudante de jornalismo da UFRJ, apaixonada pela área ambiental e tudo o que a envolve

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