Um grupo de manifestantes realizaram na manhã desta terça-feira (14), em Porto Alegre, um protesto contra um projeto de instalação de uma mina a céu aberto às margens do rio Jacuí, entre os municípios de Eldorado do Sul e Charqueadas, na Região Metropolitana da capital gaúcha. Os manifestantes se reuniram na frente de um hotel onde estava sendo realizado um seminário promovido pela Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul justamente para discutir a implantação do Polo Carboquímico no estado.
O motivo do protesto é a instalação da Mina Guaíba, um projeto da Copelmi com investimento chinês e norte-americano que pretende extrair carvão mineral, areia e cascalho de uma área junto ao Rio Jacuí. A produção se destina para abastecer as termoelétricas nos períodos de estiagem, quando a produção cai nas hidrelétricas. O projeto está na fase de licença prévia junto à Fepam (Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler), órgão de licenciamento estadual.
Cerca de 20 manifestantes se reuniram com faixas, máscaras e panfletos. Segundo Heverton Lacerda, vice-presidente da Agapan (Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural), que participou da manifestação, já estão previstas outras ações e eventos de debates.
A Agapan já solicitou uma audiência pública em Porto Alegre para discutir o projeto da mina, já que o empreendimento “fica a pouco mais de 20 quilômetros de Porto Alegre e muito próximo do rio Jacuí, principal contribuidor (85%) do lago Guaíba, que abastece Porto Alegre e cidades próximas”, disse Heverton a ((o))eco. Uma audiência pública em Eldorado do Sul já está agendada para ocorrer no dia 27 de julho. O evento faz parte das etapas do licenciamento ambiental.
A proteção da água é uma das bandeiras dos manifestantes, junto com a preocupação em relação às populações que moram em assentamentos que serão atingidos pelo projeto. O local onde a Copelmi pretende instalar a mina é ocupado pela área de maior produção de arroz orgânico da América Latina. A lavoura fica dentro do Assentamento do MST Apolônio Carvalho, onde vivem 72 famílias que teriam de ser removidas do local.
Um abaixo assinado com 2 mil assinaturas já foi entregue ao governador Eduardo Leite (PSDB), contra o projeto.
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