
Agentes do Ibama descobriram que 165,9 mil metros de carvão vegetal sem origem legal foram vendidos para siderúrgicas do Maranhão nos últimos três anos. Catorze empresas foram inspecionadas por movimentações comerciais suspeitas e a fiscalização resultou na aplicação de 34 autos de infração, que totalizam R$ 55,4 milhões.
A investigação aconteceu após análise de dados gerados pelo Sistema do Documento de Origem Florestal (DOF). O DOF é a licença obrigatória para que haja o transporte e o armazenamento de produtos florestais de origem nativa, inclusive o carvão vegetal nativo, contendo as informações sobre a procedência desses produtos.
Os infratores atuavam da seguinte forma: as empresas obtinham créditos virtuais através de declarações falsas no sistema de controle, disfarçando assim a venda de carvão ilegal. As empresas também simulavam a compra de lenha em fazendas com autorização para desmatamento. Mas, segundo o técnico ambiental do Ibama no Maranhão, Eder Carvalho, que coordenou a operação, alguns dados ajudaram a desvendar a fraude.
“Informações apresentadas, como distância de transporte e tempo de execução, ajudaram a identificar as fraudes, uma vez que seriam inviáveis economicamente. Em vários casos estava expresso nos documentos que a transação se resumia à transferência de créditos de produtos florestais”, afirma Eder Carvalho.
Analistas ambientais do Ibama estimam que 7.100 hectares do Cerrado maranhense tenham sido desmatados para abastecer a movimentação ilegal identificada.
Toda a lenha sem origem legal foi apreendida. As áreas desmatadas de forma irregular, inclusive reservas legais, foram embargadas.
*Com informações da Assessoria de Comunicação do Ibama.
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