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Ministério do Meio Ambiente é um Ministério fictício, diz Suely Araújo

Em palestra na SBPC, ex-presidente do Ibama analisa desmantelamento da política ambiental no governo Bolsonaro. Segundo a especialista, MMA está paralisado

Redação ((o))eco ·
29 de julho de 2022 · 2 anos atrás
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“O Ministério do Meio Ambiente como administração direta, sem suas autarquias, está paralisado. A maior parte dos programas está sem andamento e o orçamento, e o pouco orçamento que tem, não é liquidado, não é executado (…). Mais de 90% [do orçamento] é ação orçamentária 2000. O que é isso? Ação orçamentária 2000 tem em todos os órgãos, é o que paga o cafezinho, a conta de luz, o aluguel, a segurança. É só isso que o Ministério administração direta gasta atualmente, só isso. Isso significa que é um órgão paralisado e isso é intencional”, avalia Suely Araújo, especialista sênior em políticas públicas do Observatório do Clima, durante mesa-redonda na 74ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada na tarde desta quinta-feira (28). 

De acordo com Suely, até os programas criados pela administração Bolsonaro, como o programa Adote um Parque, são fictícios e feitos para não avançar. “Ele [governo] está fazendo uma propaganda de que vai ter 3 bilhões de investimentos [no Adote um Parque] e até agora, depois de um bom tempo, não teve nem 18 milhões e os 18 milhões ainda não entraram. (…) é um Ministério fictício, paralisado e na minha leitura pessoal e de muita gente, isso é intencional. Na verdade, vem desse processo de esvaziamento”, analisa. “Eles paralisaram o Fundo Clima, o Fundo Amazônia, o plano de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia (PPCDAm), que é o grande responsável pelo controle do desmatamento que o país conseguiu fazer”, completa.

A mesa-redonda sobre os descaminhos da política ambiental no Brasil foi comandada pela socióloga Andréa Luisa Zhouri Laschefski (UFMG). Participaram da mesa os especialistas Edna Ramos Castro (UFPA), Suely Araújo (OC), Wilson Cabral de Souza Junior (ITA), Luis Vinicius Sanches Alvarenga (Sociedade de Arqueologia Brasileira/SAB) e Juliana de Paula Batista (ISA). 

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