Estudo divulgado nesta terça-feira (8) por uma coalizão internacional liderada por cientistas da Universidade de Oregon, nos Estados Unidos, mostrou que a saúde do planeta não está nada bem. Dos 35 parâmetros utilizados para monitorar os impactos das mudanças climáticas anualmente, 25, ou 71% do total, atingiram recordes extremos e preocupantes no último ano.
Dentre os parâmetros analisados estavam temperatura e acidez dos oceanos, temperatura média da superfície da Terra e cobertura do gelo, por exemplo. O artigo mostra, por exemplo, que os três dias mais quentes da história ocorreram em julho de 2024, com temperaturas médias globais diárias atingindo recordes na maior parte do ano.
Segundo o estudo, escrito por 14 pesquisadores de 12 instituições, incluindo a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o número de mortes humanas relacionadas ao calor aumentou 117% nos Estados Unidos entre 1999 e 2023. Em 2022 e 2023, as altas temperaturas também contribuíram para a mortalidade em massa de animais marinhos em todo o globo.
O trabalho também chama a atenção para o curso que a humanidade, com suas escolhas, está tomando. De acordo com a pesquisa, cada 0,1ºC adicional deve afetar cerca de 100 milhões de pessoas e as políticas atuais direcionam o planeta para um aquecimento de 2,7ºC até 2100.
Considerando que, em nível global, a queima de combustíveis fósseis e processos industriais representam cerca de 90% das emissões de gases de efeito estufa, a principal medida a ser tomada é a eliminação destas fontes, por meio da transição energética.
Apesar do cenário preocupante, ainda há tempo de reverter o quadro, avalia Cássio Cardoso Pereira, doutor em Ecologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e um dos autores do estudo. “Não devemos ser pessimistas. Se reduzirmos as emissões e investirmos em estratégias de remoção do gás carbônico, como a restauração dos ecossistemas, podemos sim alcançar um cenário de emissões líquidas zero até 2050” defende.
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