Salada Verde

NDC brasileira é pauta principal na 3 edição Conferência Brasileira de Mudança do Clima

Com transmissão online e gratuita, evento proporciona cinco dias de debates, com a presença de governadores, lideranças indígenas, jovens ativistas e organizações da sociedade civil

Bruna Martins ·
27 de setembro de 2021 · 3 anos atrás
Salada Verde
Sua porção fresquinha de informações sobre o meio ambiente

A Conferência Brasileira de Mudança do Clima (CBMC) é uma iniciativa coletiva e apartidária, que desde 2019 vem promovendo diálogos sobre as mudanças climáticas e, nesta semana, de 27 de setembro a 1 de outubro ocorrerá sua terceira edição, totalmente gratuita e, pela primeira vez, online. Serão cinco dias de conversas entre representantes de organizações não governamentais, movimentos sociais, povos indígenas, governo, comunidade científica e os setores público e privado. O evento terá transmissão pelo canal do Instituto Ethos, um dos realizadores, no Youtube. Ao lado do Ethos estão, entre os principais correalizadores, a Fundação Konrad Adenauer (KAS), o Instituto Clima e Sociedade (ICS), a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco, o ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade e a Secretaria do Clima de Niterói.

Iniciativa que surgiu quando o Brasil decidiu deixar de sediar a COP 25 (Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas), a CBMC tem, entre suas discussões centrais deste ano a construção de metas mais ambiciosas para a NDC (Contribuição Nacionalmente Determinada) brasileira. Três diferentes painéis serão dedicados ao assunto, como “A NDC brasileira como política pública nos territórios: perspectivas da sociedade civil, povos indígenas, comunidades tradicionais e juventude periférica”, que busca ouvir essas vozes sobre a implementação da NDC como política pública e os desafios brasileiros para uma recuperação econômica verde, justa e inclusiva; “Aumentando a ambição climática brasileira e caminhos para a descarbonização empresarial”, tem o objetivo de discutir a respeito da condução da agenda de descarbonização e cumprimento da NDC brasileira pelos diferentes atores da sociedade, onde serão explorados caminhos possíveis para o enfrentamento à crise climática, respeitando o Acordo de Paris e o constante aumento de ambição climática para a garantia de segurança para as presentes e futuras gerações; e o último painel do evento “Recomendações empresariais para uma NDC brasileira mais ambiciosa”, que fará a demonstração das atividades realizadas dentro do Grupo de Trabalho de Meio Ambiente do Instituto Ethos com as empresas associadas

Além disso, o evento traz uma variedade de discussões, como a Amazônia, economia indígena, ações governamentais para a crise climática e o papel dos jovens no ativismo ambiental. Assuntos com potencial de trazer diferentes públicos para a discussão e ecoar uma diversidade de vozes. 

Lideranças e ativistas indígenas como Alessandra Munduruku, vencedora do Prêmio Robert F. Kennedy de Direitos Humanos; Dinamam Tuxá, advogado da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), a jovem ativista Txai Suruí e Alana Manchineri, militante do movimento de mulheres indígenas e comunicadora na Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), estarão em debates como o painel “Protagonismo das vozes locais nas ações climáticas no Brasil”, na discussão sobre “Financiamento climático e economia indígena: lacunas e oportunidades para uma Amazônia Viva”, e ainda na mesa “Vozes da Amazônia pela Ação Climática”.

“Mercados de Carbono e o Artigo 6: um debate sobre a garantia de direitos pela perspectiva indígena” será o tema do painel moderado por Sônia Guajajara, coordenadora-executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) e primeira mulher indígena a se candidatar ao Executivo federal, em 2018, como vice-presidente.

O evento é transmitido no canal do Instituto Ethos no YouTube. Para mais informações acesse: www.climabrasil.org.br

  • Bruna Martins

    Jornalista em formação pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM).

Leia também

Colunas
13 de dezembro de 2020

O Brasil, a má gestão e o isolamento climático

A irresponsabilidade do governo Bolsonaro levou o Brasil ao isolamento e à segregação internacional na agenda internacional climática

Notícias
20 de dezembro de 2024

COP da Desertificação avança em financiamento, mas não consegue mecanismo contra secas

Reunião não teve acordo por arcabouço global e vinculante de medidas contra secas; participação de indígenas e financiamento bilionário a 80 países vulneráveis a secas foram aprovados

Reportagens
20 de dezembro de 2024

Refinaria da Petrobras funciona há 40 dias sem licença para operação comercial

Inea diz que usina de processamento de gás natural (UPGN) no antigo Comperj ainda se encontra na fase de pré-operação, diferentemente do que anunciou a empresa

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.