Em seu discurso de posse como presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante destacou que o banco irá apoiar a “transição justa para a economia de baixo carbono, bem como promover a inclusão produtiva e a reurbanização inteligente”.
Ressaltou que “nosso planeta não tem chance de sobreviver e de prosperar se o sistema econômico e financeiro não mudar radicalmente para enfrentar a emergência climática e social. Estamos muito perto de uma catástrofe ambiental sem retorno e a tragédia social está em toda parte”.
“Precisamos enterrar de vez o obtuso negacionismo climático que nos tornou o grande vilão ambiental do planeta”, destacou o economista. Tais promessas foram endossadas por Alexandre Abreu e Natália Dias, respectivamente diretor Financeiro e diretora de Mercado de Capitais do BNDES.
Todavia, os ditos puseram mais pulgas atrás das orelhas de ambientalistas, pois o BNDES pode financiar com R$ 3,6 bilhões um megaduto para gás de xisto na Argentina. A obra reduziria a dependência do Brasil do gás boliviano, mas especialistas questionam os custos e a oferta real do combustível.
Fonte de conflitos com indígenas mapuche no país vizinho, o xisto é extraído com o rompimento de rochas em grande profundidade. O processo e a queima do gás têm alto impacto climático e ambiental e, por isso, já foram banidos em vários países no mundo, como da União Europeia.
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