Cinco policiais moçambicanos e outros dois funcionários do departamento de alfândega foram suspensos enquanto aguardam demissão por estarem ligados ao contrabando de chifres de rinocerontes e presas de elefantes para fora do país. Os acusados ficaram detidos por pouco tempo, foram libertados sob fiança e agora estão aguardando julgamento.
A informação foi revelada pelo comandante de polícia da cidade de Maputo, capital de Moçambique, Bernardino Rafael. Segundo o comandante, os funcionários estão sendo acusados de facilitar o contrabando de grandes quantidades de chifres de rinocerontes e presas de elefantes para a Malásia.
Nos últimos anos, o envolvimento de autoridades policiais no contrabando de chifres de rinoceronte, marfim e outros produtos proibidos tem sido noticiado com frequência.
No mês passado, um moçambicano foi preso pelo serviço aduaneiro da Malásia quando tentava entrar no Aeroporto Internacional de Kuala Lumpur, transportando 36 quilos de marfim contrabandeados do sul da África.
Contrabando de marfim e a ameaça de extinção de animais
Moçambique se tornou um canal para os traficantes de marfim e chifres de rinocerontes para a Ásia. O marfim é muito utilizado para fazer enfeites, ornamentos e por curandeiros nos países asiáticos. A crença é que o pó do chifre de rinoceronte é milagroso e cura todo tipo de doença.
Duas espécies de rinocerontes africanos estão sendo extintos em Moçambique: o rinoceronte-negro (Diceros bicornis) e o branco (Ceratotherium simum). Acredita-se que os chifres dos rinocerontes venham de animais abatidos por caçadores furtivos.
A existência dos elefantes em Moçambique também está ameaçada. Cerca de 10 mil elefantes estão sob ameaça de caçadores furtivos no país.
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