São 216 novas espécies de plantas, 93 de peixes, 32 de anfíbios, 19 de répteis, uma ave, 18 mamíferos e dois mamíferos fósseis relatados entre 2014 e 2015 na Amazônia brasileira. Esse é o resultado apresentado nesta quarta-feira (30) pelo Instituto Mamirauá e pelo World Wide Fund (WWF-Brasil). O relatório Atualização e Composição da lista Novas Espécies de Vertebrados e Plantas na Amazônia (2014-2015) registra a descoberta de mais de mais de 300 espécies na Amazônia.
Essa é a terceira edição do relatório que traz o levantamento das espécies da Amazônia descritas por pesquisadores de várias partes do Brasil e do exterior. Para a produção do relatório, foram considerados os limites da Amazônia Hidrográfica, a Amazônia Ecológica e a Amazônia Política como área de amostragem.
A publicação reúne espécies como macaco zogue-zogue-rabo-de-fogo (Plecturocebus miltoni), o boto Inia Araguaiensis e o pássaro Poaieiro-de-Chico Mendes (Zimmerius chicomendesi). Grande parte dos registros foi feito dentro de áreas protegidas.
O lançamento do estudo acontece em razão do Dia da Amazônia, comemorado no dia 5 de setembro e representa um material relevante na identificação da vasta biodiversidade da região e a importância do conhecimento da biodiversidade da Amazônia para a identificação de áreas ou espécies. “Para a conservação das espécies, é necessário saber quais são, quantas são e a sua distribuição. Essas são informações fundamentais para garantir que os processos ecológicos e evolutivos sejam compreendidos e permaneçam, de modo a assegurar a sobrevivência das espécies”, disse João Valsecchi do Amaral, diretor Técnico-Científico do Instituto Mamirauá.
O termo “nova espécie” é utilizado no meio científico para oficializar o registro de descrição de uma espécie antes desconhecida pela ciência. A publicação científica com a descrição de uma nova espécie traz informações de taxonomia, detalhando características da espécie e também do local onde foi encontrada.
Apesar da excelente notícia, o relatório aponta para uma preocupação. O texto destaca que existe uma lacuna de conhecimento sobre a real diversidade da Amazônia. O documento revela também a carência de especialistas e taxonomistas, profissional que classifica os seres vivos e que é preciso investimento na área. “Nós precisamos ter garantia de recursos, sejam humanos, de infraestrutura e de financiamento, para as pesquisas. Idealmente, um forte programa para o levantamento da biodiversidade na Amazônia deveria ser mantido a longo prazo. Esforços deveriam ser realizados para a formação de mais profissionais em taxonomia e fortalecimento das instituições de pesquisa que realizam esses levantamentos”, reforçou João Valsecchi.
Os pesquisadores que participaram da produção da publicação entendem que a criação de unidades de conservação é uma das formas de se combater os resultados negativos das transformações que a Amazônia vem sofrendo e a descrição de novas espécies e a divulgação dos resultados científicos podem contribuir para atrair a atenção do poder público para a importância da Amazônia e a necessidade de um conhecimento mais abrangente da sua biodiversidade.
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Relatório Atualização e Composição da lista Novas Espécies de Vertebrados e Plantas na Amazônia (2014-2015)
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