Uma foca-leopardo (Hydrurga leptonyx) foi avistada descansando na frente do balneário de São José do Norte, no Rio Grande do Sul, no último sábado (10). Equipes do Projeto Pinípedes do Sul e do Centro de Recuperação de Animais Marinhos (CRAM/FURG) foram acionadas e examinaram o animal na manhã de domingo (11), onde verificaram o quadro clínico da foca.
Os últimos registros da foca-leopardo encontrada viva no estado do Rio Grande do Sul data de julho de 2018, no Balneário Cassino, nas Ilhas dos Lobos em 2010 e no Balneário Cassino em 2008.
Durante o exame, as equipes isolaram o local entre às 10h30 e 11h até que a foca retornasse para a água sozinha.
Para o colaborador do Projeto Pinípedes do Sul, o doutor em oceanografia biológica, Kleber Grübel da Silva há um motivo para o aparecimento da foca.“A competição alimentar desses animais durante o inverno pode forçar alguns animais a buscar alimentos em águas subantárticas e seguir a Correntes das Malvinas até a costa do Rio Grande do Sul”, explica o oceanógrafo.
A foca-leopardo tem como habitat natural as costas antárticas, ao redor das ilhas subantárticas e no gelo flutuante durante o verão. Já no inverno, animais dessa espécie migram para o norte e indivíduos solitários para a América do Sul, sul da África, Austrália e Nova Zelândia. A Hydrurga leptonyx tem a cabeça grande, dentes com várias pontas, ausência de orelhas e pelagem curta e pintadas de tonalidades cinza-azulados, dorso-escuro e ventre claro. O animal está classificado na lista da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) como de menor preocupação (Least Concern) e atualmente possui uma população mundial estimada de 200 a 300 mil exemplares.
O que fazer em caso de avistamento de pinípedes
Os especialistas aconselham os cidadãos que avistarem leões, lobos, focas ou elefantes marinhos no Rio Grande do Sul que entrem em contato com o NEMA (Núcleo de Educação e Monitoramento Ambiental) pelo telefone (53) 3236-2420 ou com o CRAM/FURG pelo número (53) 3231-3496. Com a ligação, a equipe técnica do Projeto realizará um registro de ocorrência para o registro no banco de dados e originar pesquisas em prol da conservação da espécie.
Leia Também
Vídeo: O que fazer em caso de encalhe de baleia e golfinhos, por Liliane Lodi
Leia também
Elefante-marinho volta ao mar após 139 dias de tratamento
Fred foi resgatado em janeiro deste ano, com a saúde muito debilitada. Agora, totalmente recuperado, o animal foi solto na praia de Guriri, no Espírito Santo →
Focas trazem as últimas novidades sobre os oceanos
Programa usa sensores instalados na cabeça dos animais para coletar centenas de milhares de dados sobre águas polares, agora abertos a todos. →
Vídeo: O que fazer em caso de encalhe de baleia e golfinhos, por Liliane Lodi
A pesquisadora do projeto Baleias & Golfinhos do Rio de Janeiro explica como ajudar no salvamento de baleias e golfinhos encalhados nas praias →