Notícias

Focas trazem as últimas novidades sobre os oceanos

Programa usa sensores instalados na cabeça dos animais para coletar centenas de milhares de dados sobre águas polares, agora abertos a todos.

Redação ((o))eco ·
8 de junho de 2015 · 8 anos atrás

Focas equipadas com sensores mandam dados sobre salinidade e temperatura das águas mais gélidas e remotas do planeta. Fotos: Universidade Saint Andrews/Divulgação
Focas equipadas com sensores mandam dados sobre salinidade e temperatura das águas mais gélidas e remotas do planeta. Fotos: Universidade Saint Andrews/Divulgação

“Mudanças nos oceanos polares têm ramificações globais e uma influência significativa sobre o clima e as condições de tempo”, diz Lars Boehme, professor da Universidade de Saint Andrews, na Escócia. Ele é um dos pesquisadores envolvidos na coleta de dados através de sensores acoplados a focas, exploradoras contumazes das águas mais frias do planeta. Em mergulhos que podem atingir até 1.800 metros de profundidade, os animais geram dados sobre salinidade e temperatura das águas.

Esse esforço de pesquisa começou em 2004 e o seu resultado até agora é um banco de dados com 400 mil observações, um dos maiores do mundo. “A informação enviada a nós [via satélite] fornece detalhes do ambiente próximo a cada foca. É como se fosse um tweet”, diz Boehme.

O projeto se chama Marine MammalsExploringthe Oceans Pole-to-pole (MEOP), em tradução livre, “Mamíferos marinhos explorando os oceanos de pólo a pólo”. A melhor parte é que desde o início deste mês de junho os dados do projeto passaram a ser abertos a todos os interessados.

Uma foca-elefante fêmea com sensor.
Uma foca-elefante fêmea com sensor.

Para instalar os sensores, as focas são capturadas e imobilizadas. Os sensores são montados na cabeça, mas não machucam os animais e caem sozinhos com o tempo.

Segundo Mike Fedak, professor de biologia da Saint Andrews, “A coleta feita pelos animais é uma inovação interessante na pesquisa de oceanos. Mas, talvez, a parte mais importante é que esses dados advindos de lugares remotos e inacessíveis nos permitem ter uma visão muito mais clara do estado em que estão os oceanos do mundo”.

Os pesquisadores que tiveram acesso inicial aos dados já os usaram para produzir mais de 70 trabalhos científicos.

E enquanto os focas – apelido para jornalista iniciante – correm atrás de notícias, as focas passaram a se aventurar pela ciência.

Os dados recolhidos pelas focas podem ajudar os cientistas a compreender melhor as rápidas mudanças do ambiente antártico.
Os dados recolhidos pelas focas podem ajudar os cientistas a compreender melhor as rápidas mudanças do ambiente antártico.

 

Com informações da Universidade de Saint Andrews

 

 

Leia também
Sylvia Earle: precisamos parar a “mineração” do oceano
ONG usa Satélite para flagrar pesca comercial em alto mar
O impacto das atividades humanas sobre os oceanos

 

 

 

Leia também

Salada Verde
28 de março de 2023

Um guia rumo à transparência da gestão florestal

Lançado pela Transparência Internacional e Conselho Nacional de Controle Interno, documento aponta caminhos para transparência na gestão de florestas e áreas protegidas

Análises
28 de março de 2023

Nossa percepção sobre os animais e sua consciência: a base científica para reconhecermos os direitos dos animais

Pesquisadores dedicados ao estudo do comportamento dos animais comprovam cada vez mais que humanos não são os únicos animais capazes de ter consciência de si

Reportagens
28 de março de 2023

Mudanças climáticas impõem novas formas de fazer ciência

Grupo internacional formado por 55 pesquisadores viaja à Amazônia para discutir impactos das mudanças no clima sobre a biodiversidade e como enfrentar desafio de forma conjunta

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta