Na manhã deste domingo (10), um ataque sangrento resultou na morte de seis guardas-parques do Parque Nacional de Virunga, na República Democrática do Congo. A unidade de conservação é um santuário que protege uma das últimas populações de gorilas-da-montanha na natureza. O ataque ocorreu por volta das 07h30 da manhã, enquanto os guardas faziam uma patrulha a pé, próximo da fronteira do parque.
Os agentes mortos tinham entre 25 e 30 anos. Um sétimo guarda foi baleado, mas sobreviveu ao ataque. “Investigações preliminares indicam que os Rangers [guardas-parques] foram pegos de surpresa e não tiveram oportunidade de se defender, e que os responsáveis pelo ataque são grupos Mai-Mai [grupo de milícia] locais”, dizem as autoridades do parque, em comunicado.
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Ataques sangrentos são comuns no parque, vitimados por milícias em busca de recursos, contrabando e caça. O termo Mai-mai é um guarda-chuva para todo tipo de milícia ativa na República Democrática do Congo (RDC), formada originalmente para defender o território local contra outros grupos armados. Sequestros de turistas e ataques em Virunga já foram atribuídos aos Mai-Mai.
“O Parque Nacional de Virunga lamenta profundamente a trágica perda de vidas dos seus guardas-parques, que trabalham incansavelmente e com dedicação para proteger o Parque e as comunidades vizinhas da tirania dos grupos armados. Seu sacrifício não será esquecido nem em vão”.
Desde a criação do parque, em 1925, 200 guardas-parques já foram assassinados em serviço. (Daniele Bragança)
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