Com uma carapaça dura e resistente que recobre boa parte do corpo, o tatu-canastra (Priodontes maximus) chama atenção, principalmente por suas patas dianteiras possuírem grandes e potentes garras que podem chegar a 20 cm. Além da imponência, trata-se de um animal noturno, de difícil avistamento e registro. Pois em janeiro, por pura sorte, o fotógrafo de natureza Alessandro Abdala se deparou com um grande tatu-canastra. A imagem, que ilustra a manchete desta matéria, foi capturada no Parque que também recebe o nome de Canastra, em Minas Gerais.
“Posso dizer que cresci no Parque Nacional da Serra da Canastra. Nasci, vivo e trabalho em Sacramento MG, cidade que guarda uma das portarias para o Parque Nacional, e onde um tio (Orlando) trabalhou até se aposentar. Então muito cedo tive contato com as paisagens, as montanhas, as histórias… mas o que me encantava mesmo eram os bichos do Cerrado. Dentre eles, um era especial, o tatu-canastra! Sempre presente nas histórias e causos contados pelo pessoal mais antigo”, conta Abdala, em conversa com ((o))eco.
Um indivíduo de Priodontes maximus foi encontrado em uma visita despretensiosa do fotógrafo enquanto cruzava o Parque no sentido de Sacramento (MG). Como era um dia atípico, chuvoso, cinzento e frio, quase não se via movimentação de fauna. Alessandro conta que foi uma surpresa encontrar o tatu-canastra, “foi como conhecer uma lenda”. O registro se tornou emblemático por ter sido feito à luz do dia, período em que geralmente a espécie está na toca – o animal possui hábitos noturnos e semifossoriais, ou seja, passa parte do tempo abaixo do solo, o que dificulta sua visualização.
“Um dos mais difíceis registros fotográficos de nossas vidas” afirma o fotógrafo, levando em consideração a raridade de avistamento desse animal. Naturalmente escasso, o tatu-canastra ainda enfrenta a devastação de seu habitat – o Cerrado –, os registros estão ficando cada vez mais limitados à medida que a agroindústria cresce, afetando a biodiversidade do bioma. “[…] é gratificante levar a natureza brasileira, especialmente o Cerrado, ao conhecimento das pessoas, e através da minha arte, sensibilizar para a importância da nossa biodiversidade.”
De acordo com o ICMBio, a espécie não é endêmica ao Brasil, ocorrendo também na Venezuela, Guianas, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Paraguai e na Argentina. Seus registros são concentrados na Amazônia, Pantanal e Cerrado. O tatu-canastra desapareceu em boa parte de sua distribuição sul. Atualmente, está extinto no Paraná e restrita a poucas localidades no Sudeste do Brasil. Está provavelmente extinto no estado de São Paulo e em vias de extinção no Espírito Santo.
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As fotos usadas na matéria, não são do Abdala. São minhas e do meu irmão, que estávamos juntos do Abdala no momento. Vocês fizeram bagunça com as fotos.
Tem como mandar a localização?
O ser humano e seu progresso da destruição a tendencia tudo se acabar ate ele mesmo com sua ganância e arrogância infelizmente…
Parecido com a Luiza Sonza esse tatu né