A pesca ilegal assola o Parque Nacional do Cabo Orange (PNCO) no Amapá, uma das maiores áreas marinhas protegidas do Brasil. Embarcações industriais, muitas vezes vindas de outros estados, invadem o parque e praticam a atividade ilegalmente.
Pescadores artesanais de Oiapoque enfrentam dificuldades devido à pesca industrial e às limitações geográficas. A criação do parque em 1980 já havia impactado a pesca local, e a fiscalização ineficaz agrava a situação.
Dados da Global Fishing Watch (GFW) revelam a presença constante de embarcações no parque entre 2016 e 2024, com destaque para barcos do Pará. A falta de recursos e a fragilização da fiscalização nos últimos anos contribuem para a continuidade das infrações.
A criação de uma Reserva Extrativista (Resex) Marinha é vista como uma solução para ordenar a pesca e proteger a biodiversidade local. A pesca predatória de espécies como a gó e a pescada amarela, impulsionada pelo mercado da grude, também preocupa.
O pargo, apreciado nos restaurantes dos Estados Unidos, é capturado em tamanhos menores, prejudicando a reprodução da espécie. A situação exige medidas urgentes para garantir a sustentabilidade da pesca e a conservação do PNCO.
Reportagem: Alice Martins Morais
Imagens e Edição: Matheus Melo
Produção: Lucas Duarte
Apoio Local: Júlio Teixeira, Jamile Garcia, Mauricio Abdon e Sirley Silvao
Esta reportagem foi produzida com o apoio da Earth Journalism Network (EJN)
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