BOLÃO
ONGs no Le Bourget lançaram uma bolsa de apostas sobre a data e o horário em que a COP21 acabará. Apesar da insistência do presidente Laurent Fabius em que o acordo será adotado na sexta-feira, sábado à noite está surgindo como campeão das apostas.
AMADO MESTRE
Ao apresentar o secretário de Estado, John Kerry, durante uma entrevista coletiva na COP, o negociador dos EUA, Todd Stern, tentou elogiar o chefe: “Ele persegue seus objetivos como um míssil que detecta calor”. “Preferiria que você achasse uma analogia menos ameaçadora do que o míssil balístico, Todd”, retrucou Kerry, arrancando risos da plateia.
PARIU UM RATO
Kerry, que ficará toda a semana em Paris, fez um discurso grandiloquente, dizendo que os Estados Unidos foram o país que mais cortou emissões no mundo inteiro e elogiando a visão de Barack Obama sobre o tema, para em seguida anunciar um compromisso tímido: os EUA aumentarão de US$ 400 milhões para US$ 800 milhões por ano suas verbas públicas para adaptação. É uma fração dos US$ 125 bilhões que um único banco americano, o Goldman Sachs, dará de empréstimos em projetos de clima na próxima década.
O FANTASMA DE COPENHAGUE
O cético do clima dinamarquês Bjorn Lomborg repete na COP21 o comportamento adotado durante a COP15: fica o dia inteiro no centro de imprensa, com credencial de jornalista, esperando para ser entrevistado. Em geral está sozinho, falando ao celular.
RESFRIAMENTO GLOBAL
Jornalistas têm reclamado inutilmente das temperaturas do centro de mídia do parque de exposições de Le Bourget. Em pleno fim de outono europeu, o lugar é mantido com o ar-condicionado à toda, o que causa um constante desfile de casacos, cachecóis e gente mal-humorada pela sala.
NÃO ENCHE O LOUVRE…
Até terça-feira, 29.444 pessoas haviam comparecido à COP21, de um total de 37.716 que solicitaram credenciamento. A aflição do secretariado da Convenção do Clima com os 6.000 pedidos de credenciamento de jornalistas foi, afinal, injustificada: 3.725 se credenciaram, mas apenas 2.719 apareceram no Le Bourget para pegar o crachá.
…MAS ENCHE O BOURGET
A maior delegação, de longe, é a brasileira – algo que é tradicional nas conferências do clima, devido à decisão do Itamaraty de distribuir crachás de delegado para a sociedade civil. Foram 604 crachás distribuídos, 170 deles para representantes do poder público.
Veja aqui toda a cobertura da COP21, uma parceria com o Observatório do Clima |
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A distribuição de crachás para ONGs não assegura a participação efetiva da sociedade civil nas políticas brasileiras para o clima, mas funciona como eficiente cala-boca para que os "agraciados" fiquem quietinhos sobre os descalabros estatais. A pelegada se vende por pouco.
170 representantes do Poder Público? País rico!
Uma farra com dinheiro público em Paris pro povo tomar cafezinho e comer croissant!