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Sociedade pede por nova área protegida na Grande São Paulo

Campanha pela criação do Parque Estadual do Morro Grande visa garantir proteção de um dos últimos remanescentes de Mata Atlântica na Região Metropolitana de SP

Duda Menegassi ·
29 de maio de 2023 · 1 anos atrás
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Um abaixo-assinado criado no final da última semana, pede pela criação do Parque Estadual do Morro Grande, no município de Cotia, Região Metropolitana de São Paulo. A petição será enviada ao Ministério Público do Estado de São Paulo e visa garantir a proteção do remanescente de Mata Atlântica – um dos últimos da região metropolitana – que protege reservatórios que abastecem o sistema Alto Cotia. A área já é uma Reserva Florestal, criada em 1979, o que lhe confere status de proteção, porém por não ser formalmente reconhecida como uma unidade de conservação, não possui instrumentos efetivos de gestão, monitoramento e fiscalização do território. A reserva é gerida pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP).

De acordo com o abaixo-assinado virtual, que somava pouco mais de 700 assinaturas no final da manhã desta segunda-feira (29), a área da reserva é administrada pela SABESP em função dos dois reservatórios, “mas o maciço de vegetação, extremamente significativo no contexto da Região Metropolitana de São Paulo, e a riqueza da fauna e flora, não são objeto de medidas específicas de gestão, o que torna a Reserva Florestal do Morro Grande (RFMG) extremamente vulnerável à caça, coleta de produtos florestais, invasões, gestão inadequada de resíduos e outras perturbações decorrentes, por exemplo, da ferrovia que a atravessa”.

Por isso, a área demandaria uma gestão específica, voltada para proteção, restauração ecológica e uso público, uma vez que já acontece visitação na área, porém de forma irregular, sem nenhum monitoramento. 

A reserva foi tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de SP (CONDEPHAAT) em 1981. “No aspecto paisagístico e ecológico, representam uma das últimas massas florestais nativas da região metropolitana de São Paulo, particularmente do vetor oeste-sudoeste e, por isto mesmo, importante área de refúgio da fauna das matas tropicais, ameaçada de extinção”, descreve o texto do Conselho.

A reserva faz parte ainda da Área de Proteção e Recuperação de Mananciais do Alto Cotia, como manancial de interesse regional para o abastecimento das populações atuais e futuras.

A campanha popular pela criação do Parque Estadual reforça ainda que, desde a criação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), em 2000, a Reserva Florestal deveria ter sido convertida em uma das categorias de unidade de conservação pertinentes, o que permitiria a implementação de instrumento de gestão como Plano de Manejo e Conselho. 

“A rigor, o Estado teria dois anos (a contar da edição lei do SNUC) para cumprir a regra de adaptação, mas até hoje não o fez. Em outras palavras, a Reserva vive sob um grande e histórico imbróglio jurídico e patrimonial”, critica o texto do abaixo-assinado. 

  • Duda Menegassi

    Jornalista ambiental especializada em unidades de conservação, montanhismo e divulgação científica.

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Comentários 1

  1. Artur diz:

    Luta mais do que justa!! Mata Atlântica está mais ameaçada do que a Amazônia inclusive!!