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Newsletter O Eco+ | Edição #160, Agosto/2023

Unidades de conservação “invisíveis” da Mata Atlântica e o encerramento da Cúpula da Amazônia

Newsletter O Eco+ | Edição #160, Agosto/2023

13 de agosto de 2023

Enquanto no Cadastro Nacional de Unidades de Conservação (CNUC), a Mata Atlântica possui apenas 396 unidades de conservação na esfera municipal, um levantamento realizado pela Fundação SOS Mata Atlântica mostra que existem pelo menos 1.530 unidades de conservação (UCs) municipais no bioma, distribuídas em 710 municípios e que, somadas, ocupam cerca de 5,2 milhões de hectares. A reportagem de Duda Menegassi mostra que das 1.530 UCs, apenas 246 possuem Planos de Manejo, o equivalente a 16% do total. 

São muitos os desafios para frear as devastações ambientais no país e mundo afora. É por isso que, no encerramento da Cúpula da Amazônia, a Declaração de Belém frustrou organizações pela falta de metas conjuntas. O documento, negociado entre Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, possui 113 parágrafos operativos, sobre 18 temas, entre eles mudanças do clima, proteção dos ecossistemas amazônicos, cooperação no combate a crimes ambientais e reconhecimento da cultura amazônica. Países concordaram em evitar que floresta tropical entre em colapso, mas não encontram consenso sobre como fazê-lo.

No Brasil, uma das medidas anunciadas pelo MMA para conter esse colapso é corrigir a “pedalada climática” de Salles até outubro de 2023. Ana Toni, Secretária de Mudança do Clima do MMA, conversou com a repórter de ((o))eco Cristiane Prizibisczki e destacou: “Nós já temos o decreto do Comitê Interministerial e estamos para marcar a sua primeira reunião. Vai ser lançado o PAC [previsto para 11 de agosto], logo em seguida vamos marcar a reunião e abriremos os trabalhos vendo como é que a gente vai fazer a correção. Esperamos que no próximo mês e meio possamos fazer a correção do que foi a tal pedalada.”

Boa leitura!

Redação ((o))eco

· Destaques ·

Uma luz sobre as unidades de conservação municipais “invisíveis” da Mata Atlântica

Estudo mapeia 1.530 unidades de conservação municipais em toda a Mata Atlântica, quase quatro vezes mais do que o reconhecido oficialmente pelo Cadastro Nacional

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Secretária de Mudança do Clima do MMA conversou com ((o))eco em Belém sobre revisão da NDC brasileira e redução no uso de combustíveis fósseis no país

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· Conservação no Mundo ·

Guardiões de árvores. O povo Menominee, de Wisconsin (EUA), vem usando a madeira da floresta de forma sustentável por quase 170 anos, fornecendo um modelo para silvicultores do mundo todo. Em meio às mudanças climáticas e outras ameaças à floresta, os Menominee continuam a seguir um código tradicional: deixe as árvores saudáveis ​​continuarem crescendo. [YaleEnvironment360]


Em defesa da água. No coração do Parque Nacional de Doñana (ESP), uma batalha está em curso: ignorando advertências ambientais de organizações nacionais, da Unesco e da Comissão Europeia, o Partido do Povo (PP) e o partido de extrema-direita Vox estão pressionando para legalizar a irrigação no Parque. Doñana, com suas paisagens impressionantes e extraordinária biodiversidade, abriga cerca de 6 milhões de aves migratórias todos os anos. Cientistas, ecologistas e guardiões de parques se uniram para defender a região. [The Guardian]

· Animal da Semana ·

ilustração do veado-mateiro-pequeno

O animal da semana é o veado-mateiro-pequeno!

Descobertos no início dos anos 1990, quando foram diferenciados dos seus parentes veado-mateiro e veado-virá, esses cervos formam a maior espécie exclusiva do Brasil, chegando a pesar 25 kg!

Eles vivem principalmente em florestas úmidas do Paraná e de São Paulo, sendo também encontrados em fragmentos florestais em Santa Catarina e Espírito Santo. Análises de crânios em museus, porém, mostram que a espécie já esteve presente pelo menos em Goiás e na Bahia no passado. Estima-se que hoje a espécie viva em menos de 10% de sua área original. O desmatamento, a caça e o encontro com cachorros domésticos são as maiores ameaças à espécie.

A espécie é uma das “jardineiras” da Mata Atlântica, como diz o biólogo da UNESP José Barbati, que primeiro descreveu a espécie. Além disso, os veados-mateiros-pequenos também servem de alimento para predadores de topo, como onças e harpias.

🎨 Gabriela Güllich (@fenggler)

· Dicas Culturais ·

• Pra ler •

Mizu | Lukera Andrade

De autoria do biólogo, quadrinista e podcaster (Alô, Ciência?) Lukera Andrade, a HQ “Mizu” trabalha na ficção uma realidade: a escassez de água nas quebradas e a origem desse problema por conta da degradação ambiental. Sinopse: Mizu é uma garota gamer de quebrada. Por ser muito vacilona, um dia ela quase provoca uma tragédia. Por causa disso, resolve reparar em pequenos detalhes da vida e percebe que ela e seus colegas têm uma aventura pela frente.

Funktoon

• Pra assistir •

Tudo que é sólido desmancha no mar | Tríade Prod.

Há décadas, o avanço do nível do mar em João Pessoa tem sido um tópico polêmico, que sempre volta a ser alvo de discussões entre a sociedade civil organizada e as autoridades. O debate mobiliza toda a população, que lida diariamente com as cicatrizes deixadas na paisagem da cidade.

Globoplay 

• Pra ouvir •

Restauração florestal como estratégia contra a emergência climática | Copiô, Parente!

As mudanças climáticas estão no topo da lista dos maiores desafios socioambientais enfrentados pela humanidade atualmente, e têm gerado graves implicações nos biomas brasileiros. De 1970 para cá, o planeta está mais quente do que nos últimos 2 mil anos. É dentro deste contexto que o Redário, uma iniciativa que une redes de coletores de sementes, se destaca. A restauração ecológica em rede realizada por meio do trabalho de base com comunidades tradicionais utiliza o conhecimento ancestral na luta pela preservação ambiental com aqueles que sempre souberam o valor que a floresta tem.

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