Amazônia, uma das riquezas naturais mais preciosas, representando 67% das florestas tropicais do mundo. Diante do cenário alarmante das mudanças climáticas, com o aumento da temperatura média global acima de 1.5ºC até o início da década de 2030, se torna fundamental ações emergenciais levando em conta as ameaças crescentes que a região vem sofrendo nos últimos anos.
Com a expansão da agricultura, a extração legal e ilegal de recursos naturais e a exploração de petróleo, a Amazônia enfrenta ameaças não apenas em relação à sua cobertura florestal, mas também às comunidades tradicionais que dependem dela para sua subsistência. O atual governo tem procurado implementar medidas para combater o desmatamento na região, reconhecendo a importância desse desafio. No entanto, paradoxalmente, busca simultaneamente intensificar a exploração de combustíveis fósseis em um ecossistema tão sensível, como, por exemplo, o caso recente da Foz do Rio Amazonas. Essa abordagem se mostra irracional, uma vez que é contraditória com os esforços necessários para combater os efeitos das mudanças do clima.
Diante desses desafios, as juventudes vem se destacando como impulsionadores de mudanças significativas. Isso foi evidenciado durante o evento Diálogos da Amazônia, que aconteceu em agosto de 2023, em Belém do Pará, onde o Instituto Palmares liderou o lançamento da Aliança de Juventudes para a Agenda 2030, em colaboração com outras organizações como: COP das Baixadas, Perifa Connection, Utopia Negra Amapaense, Greenpeace Belém, Coletivo Miri e Coletivo Mulheres Negras da Periferia. A aliança se concentra em influenciar e fazer incidência política com as visões das juventudes dentro do Consórcio Amazônia Legal. Sua criação reflete uma profunda preocupação sobre os mecanismos que serão adotados para abordar questões de justiça social e transição energética justa, e como esses mecanismos se desenrolaram até a COP 30 – Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas que acontecerá no Brasil, em Belém do Pará, marcada para 2025.
Essa será uma oportunidade que o mundo terá para conhecer a Amazônia para além de imagens de satélites. E também será o momento de romper estigmas criados pelo norte global, mostrando o poder de articulação e de tecnologias criadas em um território que é cidade-floresta, se faz necessário que as juventudes, coletivos e sociedade civil estejam amplamente fortalecidos para esse momento. A Aliança é um exemplo brilhante de como a ação coletiva pode fazer a diferença. Unindo forças com organizações comprometidas, entendendo que o futuro da região está intrinsecamente ligado ao futuro de todo o planeta, à medida que enfrentamos as mudanças climáticas e os desafios ambientais.
O caminho até a COP 30 será desafiador, mas a determinação das juventudes em defender a promoção da justiça social é inspiradora. À medida que continuamos a nos pressionar por ações efetivas e responsáveis, é crucial que governos e líderes mundiais nos ouçam e trabalhem em colaboração para proteger nossas riquezas, as pessoas e o território. A aliança de juventudes não foi apenas um chamado para ação dirigido às autoridades governamentais, mas a todos os setores da sociedade. Não existem soluções individuais para problemas que são coletivos, é necessário a colaboração de todos os setores da sociedade, empresas, organizações não governamentais, comunidades locais e indivíduos.
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