Nesta quarta-feira (12), o Congresso da República do Peru aprovou a criação do projeto de lei n° 7559, que visa a proteção e conservação do mono choro de cola amarilla – ou macaco-barrigudo-da-cauda-amarela – e seu habitat. A proposta foi aprovada em sessão única, com uma maioria de 90 votos favoráveis, 22 votos contrários e uma abstenção. O projeto deve ser sancionado pelo governo peruano até o dia 21 de julho. O mono choro vive apenas na porção de floresta montanhosa, acima dos 2 mil metros de altitude, no centro-norte do Peru, aos pés da Cordilheira dos Andes.
Um dos pontos principais da legislação é o desenvolvimento de um plano nacional para conservação da espécie, que será conduzido pelo Serviço Nacional Florestal e de Fauna Silvestre (SERFOR), em coordenação com o Ministério do Ambiente, com o Serviço Nacional de Áreas Naturais Protegidas do Estado (SERNANP) e os governos regionais dos territórios em que vive o mono choro.
“Hoje é um dia histórico para a conservação da biodiversidade no Peru. Através desta lei é criado um planejamento estratégico e articulado para conseguir evitar a extinção de uma das nossas espécies mais emblemáticas, o mono choro de cola amarilla”, comemora a primatóloga peruana Fanny Cornejo, diretora executiva da Yunkawasi. A organização, que atua desde 2007 pela conservação da espécie, foi uma das que liderou a luta pela aprovação da lei.
O macaco-barrigudo-de-cauda-amarela (Lagothrix flavicauda) ou, em espanhol, mono choro de cola amarilla, está classificado como Criticamente Em Perigo. Estima-se que o primata já perdeu mais de 80% da sua população original devido à perda e fragmentação do seu habitat.
No início da década de 70, a espécie chegou a ser considerada extinta, após quase cinco décadas sem registros do macaco. Em 1974, entretanto, uma expedição liderada pelo primatólogo americano Russell Mittermeier redescobriu a espécie, numa data que virou motivo para celebração e este ano chegou ao 50º aniversário da redescoberta, com ações por todo o país voltadas para chamar atenção ao macaco e os esforços necessários para garantir sua sobrevivência.
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O projeto foi apresentado de forma multipartidária em abril deste ano, assinado por 23 congressistas de 7 partidos diferentes. A deputada Ruth Luque Ibarra, presidente da Comissão dos Povos Andinos, Amazônicos, Afroperuanos, Ambiente e Ecologia, uma das autoras do projeto de lei, reforçou a importância da espécie também do ponto de vista social. “Garantir a proteção e conservação do mono choro de cola amarilla é muito importante não apenas para a espécie, mas todo seu habitat, assim como o vínculo com as comunidades que executam ações sustentáveis nas regiões em que vive a espécie”, pontua a parlamentar.
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