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Depois do Pantanal, Amazônia começa temporada intensa de queimadas

Capital do Amazonas, Manaus, está há cinco dias encoberta pela fumaça das queimadas. Pantanal ainda queima, com 46 focos de incêndio ativos

Cristiane Prizibisczki ·
14 de agosto de 2024

Com a chegada do período de maior estiagem no norte do país, ao desafio da contenção do fogo persistente no Pantanal se soma outro de proporções ainda maiores: o aumento exponencial das queimadas na Amazônia. Com 2024 acumulando números acima da média, o ápice da estiagem começa com decretação de situação de emergência e alertas sobre riscos para a saúde na região.

O auge da estiagem na região norte se dá entre os meses de agosto e setembro, mas desde o início do ano o bioma vem apresentando número de focos de calor acima da média. Em julho, por exemplo, foram registrados 11.434 focos, número 85% maior do que a média para o mês (6.164 focos).

Até o dia 13 de agosto, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) registrou 12.912 focos e, em todo o ano, já são 37.835 queimadas computadas no bioma. Na segunda-feira (12), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) divulgou um alerta aos municípios do Amazonas atingidos pela fumaça das queimadas.

Há cinco dias, a capital do estado, Manaus, mantém áreas encobertas pela fumaça. De acordo com a plataforma que mede o Índice de Qualidade do Ar (AQI) em tempo real, da fundação IQAir, a cidade de Manaus registra atualmente qualidade insalubre para pessoas sensíveis, com alerta laranja para impactos como desconforto respiratório para crianças e idosos, e pessoas acometidas por doenças pulmonares e cardíacas.

Com o início do período de estiagem e o alerta da Defesa Civil do estado de baixos níveis da Bacia do Amazonas, o governo estadual decretou situação de emergência em Manaus e outras 22 cidades.

Pantanal

A chuva que caiu no final de semana e a redução da temperatura ajudaram o combate ao fogo que ainda persiste no Pantanal, mas os desafios ainda continuam. 

Segundo boletim do Ministério do Meio Ambiente, divulgado na noite de terça-feira, 46 focos de incêndio continuam ativos no bioma, sendo que 27 deles estão controlados – quando o fogo está cercado por uma linha de controle, que pode ter sido formada por combate direto, linhas de defesa, aceiros e barreiras naturais ou artificiais. Neste caso, ainda restam ilhas, troncos, árvores e outros combustíveis florestais queimando na área.

De acordo com o MMA, de 1º de janeiro a 11 de agosto de 2024 o Pantanal perdeu entre 1,0 milhão e 1,5 milhão de hectares, o que representa de 6,99% a 9,98% do bioma.

Até a última segunda-feira (12), o INPE contabilizou 7.007 focos de calor no Pantanal. Apenas entre junho e agosto (até dia 13), foram contabilizados 6.108 focos, o que representa 87% do total registrado no ano. Apesar desta concentração no último período, em todos os meses de 2024 o número de queimadas registradas foi maior do que a média.

Segundo relatou o G1, mesmo com a diminuição dos focos, o trabalho não dá trégua, já que a preocupação agora é com o fogo subterrâneo, chamado de turfa, mais difícil de combater.

  • Cristiane Prizibisczki

    Cristiane Prizibisczki é Alumni do Wolfson College – Universidade de Cambridge (Reino Unido), onde participou do Press Fellow...

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