Com a chegada do período de maior estiagem no norte do país, ao desafio da contenção do fogo persistente no Pantanal se soma outro de proporções ainda maiores: o aumento exponencial das queimadas na Amazônia. Com 2024 acumulando números acima da média, o ápice da estiagem começa com decretação de situação de emergência e alertas sobre riscos para a saúde na região.
O auge da estiagem na região norte se dá entre os meses de agosto e setembro, mas desde o início do ano o bioma vem apresentando número de focos de calor acima da média. Em julho, por exemplo, foram registrados 11.434 focos, número 85% maior do que a média para o mês (6.164 focos).
Até o dia 13 de agosto, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) registrou 12.912 focos e, em todo o ano, já são 37.835 queimadas computadas no bioma. Na segunda-feira (12), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) divulgou um alerta aos municípios do Amazonas atingidos pela fumaça das queimadas.
Há cinco dias, a capital do estado, Manaus, mantém áreas encobertas pela fumaça. De acordo com a plataforma que mede o Índice de Qualidade do Ar (AQI) em tempo real, da fundação IQAir, a cidade de Manaus registra atualmente qualidade insalubre para pessoas sensíveis, com alerta laranja para impactos como desconforto respiratório para crianças e idosos, e pessoas acometidas por doenças pulmonares e cardíacas.
Com o início do período de estiagem e o alerta da Defesa Civil do estado de baixos níveis da Bacia do Amazonas, o governo estadual decretou situação de emergência em Manaus e outras 22 cidades.
Pantanal
A chuva que caiu no final de semana e a redução da temperatura ajudaram o combate ao fogo que ainda persiste no Pantanal, mas os desafios ainda continuam.
Segundo boletim do Ministério do Meio Ambiente, divulgado na noite de terça-feira, 46 focos de incêndio continuam ativos no bioma, sendo que 27 deles estão controlados – quando o fogo está cercado por uma linha de controle, que pode ter sido formada por combate direto, linhas de defesa, aceiros e barreiras naturais ou artificiais. Neste caso, ainda restam ilhas, troncos, árvores e outros combustíveis florestais queimando na área.
De acordo com o MMA, de 1º de janeiro a 11 de agosto de 2024 o Pantanal perdeu entre 1,0 milhão e 1,5 milhão de hectares, o que representa de 6,99% a 9,98% do bioma.
Até a última segunda-feira (12), o INPE contabilizou 7.007 focos de calor no Pantanal. Apenas entre junho e agosto (até dia 13), foram contabilizados 6.108 focos, o que representa 87% do total registrado no ano. Apesar desta concentração no último período, em todos os meses de 2024 o número de queimadas registradas foi maior do que a média.
Segundo relatou o G1, mesmo com a diminuição dos focos, o trabalho não dá trégua, já que a preocupação agora é com o fogo subterrâneo, chamado de turfa, mais difícil de combater.
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