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Guerras contra o meio ambiente

Estudo divulgado pela revista Conservation Biology (Biologia da Conservação) conclui que mais de oito em cada dez conflitos armados, entre 1950 e 2000, aconteceram em regiões mais ameaçadas e ricas em formas de vida do planeta. O estudo Guerra nos Hotspots de Biodiversidade foi conduzido por cientistas internacionais e compara os principais conflitos com os 34 focos de biodiversidade identificados pela ong Conservação Internacional. Esses locais (chamados de hotspots) abrigam mais da metade das espécies de plantas do globo e mais de 40% dos vertebrados. Mesmo assim, são ameaçados no mais alto grau. Vinte e três das 34 áreas foram alvos diretos de conflitos no período da pesquisa.  Os exemplos incluem a Guerra do Vietnã, quando o Agente Laranja destruiu a cobertura florestal e os mangues costeiros do país; a extração de madeira que ajudou a financiar guerras na Libéria, Camboja e República Democrática do Congo. A pressão sobre recursos naturais cresce com os refugiados de guerra. Eles acabam caçando, cortando ou coletando lenha para cozinhar ou construir acampamentos. Mais armamento circulando se traduz em mais caça ilegal de animais selvagens. No Parque Nacional de Virunga, na República Democrática do Congo, 95% dos hipopótamos foram aniquilados. “Milhões das pessoas mais pobres no mundo vivem nos hotspots e dependem de ecossistemas saudáveis para sobreviver. Portanto, existe uma obrigação moral, assim como uma responsabilidade social e política, de proteger esses lugares e todos os recursos e serviços que eles provêem”, afirmou o presidente da Conservação Internacional e um dos autores do estudo, Russell A. Mittermeier, em nota da entidade.

Salada Verde ·
20 de fevereiro de 2009 · 17 anos atrás
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