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Metade dos municípios mais afetados por desmatamento ilegal fica no Pará, aponta ICV

Levantamento mostra que cinco dos dez municípios com maior área desmatada ilegalmente na Amazônia estão no estado que sedia a COP 30

Karina Pinheiro ·
10 de novembro de 2025

Belém (PA) – Cerca de 4,4 mil km² foram desmatados ilegalmente no bioma amazônico entre agosto de 2024 e julho de 2025. O número representa 90% do percentual estimado com base nos dados do PRODES Amazônia e Cerrado, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e reunidos em um levantamento apresentado durante a 30ª Conferência das Partes (COP30) que se iniciou nesta segunda-feira (10). 

Ainda segundo o levantamento, dos dez municípios mais afetados com desmatamento com indício de ilegalidade – São Félix do Xingu (PA), Apuí (AM), Marcelândia (MT), Lábrea (AM), Altamira (PA), Colniza (MT), Peixoto de Azevedo (MT), Uruará (PA), Portel (PA) e Itaituba (PA) –, cinco se concentram no Pará. 

Isto para o bioma Amazônia.

Para o Cerrado, o número chega a 42,6% de um percentual de 3 mil km² desmatados. De acordo com a coordenadora do Programa de Conservação e Clima do ICV, Ana Paula Valdiones, a expansão agropecuária é o principal vetor do desmatamento nos dois biomas. “Além da atuação dos órgãos ambientais estaduais e federais, os acordos e compromissos setoriais também cumprem um papel importante no combate ao desmatamento associado às cadeias de suprimentos, como a da carne e a da soja”. 

O levantamento destaca que, apesar da redução do desmatamento nos respectivos biomas em comparação ao ano anterior, a redução da vegetação de forma não autorizada evidencia a necessidade de fortalecimento das ações de fiscalização.

  • Karina Pinheiro

    Jornalista formada pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), possui interesse na área científica e ambiental, com experiência na área há mais de 2 anos.

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