Ambientes como campos, savanas e áreas úmidas não florestais em todos os biomas do Brasil guardam biodiversidade, grandes quantidades de carbono e valiosas fontes de água. Apesar disso, ainda são negligenciados por políticas climáticas – focadas em florestas –, o que os leva a impactos como ficar de fora dos principais meios de financiamento. Por isso, um documento de entidades de ensino e pesquisa defende que tais ecossistemas sejam mais e realmente reconhecidos em políticas nacionais e globais de clima, biodiversidade, uso do solo e no acesso a recursos financeiros.
Chuva de venenos
Mas os percalços dos biomas brasileiros não se resumem à negligência climática: a potente contaminação por agrotóxicos é outra ameaça. Dados mostram que o Cerrado é alvo de mais de 70% dos agrotóxicos usados no país — cerca de 600 milhões de litros anuais — e que substâncias tóxicas foram identificadas na água de comunidades de sete estados do bioma. Isso e muito mais foi denunciado por manifestantes em frente à Agrizone, espaço do agronegócio na COP30. Eles lembraram que muitos venenos proibidos na União Europeia seguem liberados no Brasil e que, mesmo após milhares de casos de intoxicação e centenas de mortes, o governo brasileiro segue aprovando novos produtos.
Mais financiamento
Uma plataforma usando Inteligência Artificial para melhor selecionar e conectar projetos de clima e conservação com investidores e fundos terá ao menos € 320 milhões de países europeus nos próximos 5 anos. A iniciativa quer reduzir uma lacuna de financiamento que faz menos de 15% dos recursos chegarem a atores locais. Representantes de Cabo Verde, Bangladesh, Guatemala, Etiópia, Suíça e Tunísia ressaltaram que ela pode aumentar a transparência, atrair capital privado, reduzir custos de transação e criar novas parcerias internacionais. Após a COP30, a plataforma entra numa fase piloto de um ano, até a COP31, na Turquia.
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