Belém - Uma ordem da desembargadora Maria de Nazaré Silva Gouveia dos Santos, do Tribunal de Justiça do Pará, determinou a liberdade em regime provisório de Regivaldo Pereira Galvão, mais conhecido como ?Taradão?, condenado a 30 anos de prisão por ter sido um dos mandantes do assassinato da missionária americana Dorothy Stang em 2005 na cidade de Anapu, no Pará.
Na noite de terça-feira, por volta de 20h, ele retomou a liberdade, para surpresa dos que esperavam ter visto a justiça ser feita em solo amazônico no dia de sua condenação, há apenas 19 dias. A desembargadora afirmou que “Regivaldo compareceu em todos os atos da instrução criminal, inclusive espontaneamente ao cartório criminal para tomar ciência da data de seu julgamento”.
“Ele foi solto com argumentos pífios. Estamos todos indignados com a justiça. O cara vai ao banco dos réus, é condenado a 30 anos por júri popular e é solto. Em que país vivemos”, desabafa Dinailson Benassuly, um dos coordenadores do Comitê Dorothy Stang. De acordo com missionárias do comitê, o clima em Anapu é de insegurança. Teme-se pela vida das pessoas que participaram do júri popular.
Enquanto isso, Taradão ficará em liberdade por tempo indeterminado, já que o processo de recurso de apelação pode demorar anos para acontecer. “Ele é um condenado da justiça e, como tal, deve ficar preso. Não desistiremos disso”, completou Benassuly.(Karina Miotto)
Leia também
Começa a ganhar forma uma nova frente contra o tráfico de espécies no Brasil
Plano nacional em construção promete integrar, fortalecer e orientar políticas públicas contra esse grave crime ambiental →
Senado aprova PEC do marco temporal às vésperas do julgamento no STF
Aprovado em dois turnos no mesmo dia, votação contou com discursos racistas e denominação aos povos originários de forma indevida →
Equilíbrio, harmonia e estabilidade podem transformar os cuidados com incêndios em gestão de fogo
A longa travessia entre a teoria do manejo integrado e sua prática no território brasileiro →






