As evidências de que o futuro da humanidade está comprometido se acumulam e já ninguém se atreve a afirmar que o prognóstico é errado ou exagerado. O penúltimo alerta foi do World Wide Fund for Nature que, nessa oportunidade, deixou de lado seu meloso socioambientalismo e fez uma análise detalhada, friamente científica, da realidade que nos espera atrás da porta do amanhã. O último foi na semana passada, na Inglaterra, demonstrando até que ponto esse problema repercutirá direta e pesadamente nos bolsos das nações e dos cidadãos Até a década anterior cada prognóstico ambiental global era seguido de imediato por declarações tranqüilizadoras, em especial dos que defendiam o status quo, incluídos dentre eles alguns cientistas. Hoje, ante a evidência que cada pessoa pode ver e sentir, os incrédulos e otimistas ficam calados. Mas, o trágico é que a população do mundo e a maior parte das suas lideranças continuam fazendo exatamente o mesmo que sempre fizeram e seguem galhardamente no rumo da autodestruição.
Como bem se sabe, uma família humana precisa de espaço, ou seja, um lugar para viver, onde disponha de água, comida e diversas formas de energia. Também precisa da sociedade onde se insere e que lhe traga segurança e serviços como educação e saúde, ademais de transporte e outras utilidades, que somente podem ser providas no nível de comunidade. Atualmente, essas condições existem em muitos lugares urbanos ou rurais. Mas, tudo indica que não perdurarão. De fato, essas condições já estão sendo minguadas e outras já quase desapareceram ou ficam disponíveis apenas para os mais afortunados. Por isso, nesta nota se faz uma tentativa de visualizar o que uma família jovem de classe média confrontará no futuro mediato, por exemplo, daqui uns 20 anos, quando seus filhos começam a ter essa idade.
Casa, água e comida
Em primeiro lugar, sendo bem conhecido que a elevação da temperatura do planeta está provocando uma elevação proporcional dos mares, é conveniente não pensar em estabelecer a residência familiar na faixa litorânea. É prudente escolher casa ou apartamento em edifícios situados em terrenos vários metros acima do nível do mar. Locais chamados de beira-mar, que atualmente são de alta demanda em cidades como Rio de Janeiro, Florianópolis, Porto Alegre e Salvador, dentre centenas de outras cidades e cidadezinhas ao largo dos mais de 7.000 km da costa brasileira devem ser cuidadosamente evitados. O problema não é única nem principalmente a elevação do nível do mar, mas a crescente incidência de eventos climáticos catastróficos como tufões, furacões, tormentas e outros transtornos decorrentes das mudanças climáticas que assolam especialmente as costas. Pelo mesmo motivo a família pode esquecer o sonho de uma casa de veraneio na praia. Só os pobres e miseráveis terão, por falta de alternativas, esse arriscado privilégio.
Por razões semelhantes dever-se-á evitar cuidadosamente as encostas, especialmente se elas já estão ou podem ser invadidas por obra de promotores de favelas, em geral os políticos locais, pois a probabilidade de que o morro venha a cair acima da vivenda é grande e será muito maior. Muitos já sabem que tampouco é prudente escolher partes baixas para morar, porque as inundações decorrentes da falta de cuidado das bacias só aumentarão no futuro. O problema é que o limite das “partes baixas” é a cada dia mais alto.
A segunda preocupação ao escolher o local para o lar é a disponibilidade futura de água para consumo. Esta, em todas as cidades, é irreversivelmente cada vez mais escassa e, consequentemente, mais cara. Não pode ser de outra forma, levando-se em conta as mudanças climáticas que criarão desertos e, em especial, porque nenhum governo de país pouco desenvolvido se interessa por cuidar do bom manejo dos recursos naturais das bacias hidrográficas ou evitar a destruição das matas ciliares e a contaminação da água. Por isso a família deve prever que a sua sonhada casinha própria, ou o edifício onde ficará o apartamento comprado, disponha pelo menos de uma grande cisterna que acumule águas excedentes da estação de chuvas para utilizá-la na prolongada seca subseqüente. Essas cisternas desempenharão o papel que agora têm os açudes no sertão nordestino e, suja ou não, essa água bem que salva vidas. Isso, claro, não será suficiente e o comércio providenciará as múltiplas, mas custosas opções de artefatos que economizem ou reciclem a preciosa água.
Os alimentos serão cada vez mais caros, pois a terra e a água, assim como outros insumos para produzi-los serão ainda mais escassos. A superfície disponível para produzir as necessidades de cada pessoa se reduz ano após ano devido, de uma parte, ao aumento da população humana e, de outra, porque os solos agriculturáveis são física e quimicamente degradados pelo seu mau uso e porque a água é mais rara. Isso sem falar do risco de que enormes áreas de cada país se convertam progressivamente em desertos, ou sofram secas mais intensas, como conseqüência das mudanças climáticas. Apesar de que a biodiversidade se reduz dramaticamente pela destruição dos ecossistemas naturais, como conseqüência da sua conversão à agricultura, urbanização e outros usos, as pragas dos cultivos aumentam sua incidência e as perdas de alimentos que provocam continuarão sendo enormes. Para combater as pragas se continuará aplicando toda classe de agrotóxicos que, evidentemente, aumentará a contaminação dos alimentos em níveis sem precedentes na história. A manipulação genética tem incidido muito, por exemplo, em aprimorar a resistência das plantas cultivadas a fito toxicidade dos pesticidas, ou seja, a quantidade de contaminantes químicos nos alimentos é maior. As plantas não morrem, mas, para a gente que as consome, o futuro é duvidoso.
De outra parte, os alimentos serão mais homogêneos, pois, para serem baratos, se eliminam as variedades menos produtivas que, por triste coincidência, são quase sempre as melhores. Os sabores deliciosos de frutas exóticas, finas ervas ou hortaliças não populares, serão substituídos por sabores sintéticos e apenas os ricos e poderosos poderão ainda se regalar com a diversidade da natureza e do engenho humano enquanto a insumos para a culinária. No último século mais de 80% das variedades cultivadas de alimentos vegetais já desapareceram apenas por razoes econômicas. A família do futuro se alimentará, previsivelmente, de hamburgers, hot dogs, pizzas e congelados semi-sintéticos e, se Deus quiser, ainda poderá comer arroz com feijão de vez em quando, sem direito à escolha do tipo de feijão. A carne, em especial a de boi, ou os peixes e mariscos não produzidos em cativeiro quase desaparecerão e, como no Japão atual, só serão consumidos em ocasião de festas importantes.
Morar no campo apesar de seus riscos
Que pode fazer, então, uma família comum para assegurar o futuro de seus membros? Aparentemente, o ideal para uma família prudente, ciente dos riscos do futuro, é morar numa chácara ou fazenda com fonte de água segura e própria. Desse modo a família poderá se isolar dos alimentos contaminados e geneticamente torturados, produzindo sua própria comida e sem pagar caro demais pela água de cada dia e até produzindo sua própria energia renovável. Outros aspectos da sua qualidade de vida, por exemplo, no referente à pureza do ar, contato com a natureza, diversidade de alimentos, riscos de contrair enfermidades contagiosas, vida familiar ou exercício físico, melhorará muito. Só que essa solução não é fácil porque as suas vantagens são contrastadas pelos seus inconvenientes incluídos aí o alto custo da terra e o maior custo ou dificuldade de acesso ao transporte e a serviços públicos como educação e saúde. Não obstante, o maior problema estará relacionado com a insegurança da vida na área rural.
A família que decide se refugiar no meio rural terá que enfrentar sua própria defesa contra os bandidos, pois a polícia, que não consegue combater os delinqüentes urbanos, é tradicionalmente incompetente para a repressão da violência rural. Pior ainda, a violência aumentará muito no futuro devido ao aumento da pobreza convencional e ao esvaziamento cerebral provocado pela overdose eletrônica e outras. A violência só será controlada quando a sociedade perceber que as leis baseadas nos ideais dos defensores dos direitos humanos, que desarmam a gente honesta e protegem e até libertam assassinos, são uma utopia que como todas elas são inviáveis. Aliás, as utopias não foram feitas para serem aplicadas. Por própria definição são apenas bons propósitos. Mas, é improvável que soluções simples e efetivas, como a pena de morte automática para qualquer assassino convicto de ter cometido dois ou três homicídios, sejam aplicadas nas próximas décadas. O masoquismo é uma qualidade típica da sociedade atual.
Em conseqüência a vida da família numa chácara, inerte ante toda classe de atropelos, exigiria estratégias complexas de defesa, quase medievais. Assim, por mais tentadora que seja essa opção não existe para uma família de classe média isolada. Salvo que várias famílias se unam com firmeza e criem um sistema como existe ou subsiste em algumas poucas regiões remotas do continente, onde a justiça é feita pela própria comunidade, com a mal dissimulada cumplicidade das forças da ordem locais.
Sobrevivência nas áreas urbanas
Mas, sobreviver nas áreas urbanas tampouco será fácil. A energia será muito cara ou, pior, estará severamente racionada. Assim ao construir a casa deverá se prever o que alguns já fazem, ou seja, instalar sistemas de captação de energia solar ou eólica. É provável que em muitas localidades se veja, desde as janelas, uma floresta de cata-ventos no lugar da tradicional de árvores. As únicas florestas com árvores que sobrarem serão as de eucalipto e outras exóticas ou nativas utilizadas em reflorestamento. As florestas naturais, inclusive nas unidades de conservação terão todas desaparecido sob ação de motosserras adquiridas com financiamento socioambiental para fomentar seu aproveitamento sustentável e, por isso, só se verão mares de cultivos agrícolas ou, mais provavelmente, terras degradadas e abandonadas. A família desejosa de ver algo mais ou menos natural, deverá pagar uma viagem aos parques nacionais dos países desenvolvidos do norte ou do sul, os únicos que conseguiram a tempo compreender que isso de desenvolvimento sustentável era apenas uma artimanha usada para destruir alegremente o restante da natureza. Pelo menos, lá existirão ainda alguns zoológicos e jardins botânicos que darão uma pálida idéia de como era a exuberante vegetação tropical, antes que os ultranacionalistas e os socioambientalistas se confabulassem para fazer acreditar ao povo que proteger áreas naturais é coisa do demônio imperialista. Outra opção para as famílias que desejem manter algum contato com a natureza é, desde já, escolher e plantar nas suas casas as espécies preferidas e tratar de que elas prosperem apesar da contaminação do ar. Claro que cabe duvidar do sucesso do esforço.
Nas cidades a contaminação terá aumentado muito e as enfermidades pulmonares aumentarão tremendamente pelo que a visão dos japoneses e chineses usando máscaras antipoluentes se converterá em universal. Sem evitar, por isso, toda classe de problemas de saúde. De outra parte, a fenecida moda dos chapéus masculinos ou femininos terá que voltar com força como conseqüência da expansão dos buracos na camada de ozônio. As famílias deverão prever em cada vivenda um lugar para dispor dos chapéus e das máscaras e, ao mesmo tempo, adquirir seguros médicos especiais para atender os cânceres cutâneos. Mas, as pestes humanas modernas adormecidas como a gripe aviária, o Ébola, a tuberculose renovada e muitas outras, preencherão rapidamente o vazio deixado pela redução da mortalidade por AIDS, ou outras pestes humanas diretamente dependentes da densidade da população. Este aspecto do futuro mediato advoga fortemente em favor da vida familiar isolada em chácaras ou fazendas, apesar das dificuldades enunciadas.
Gente demais
Densidade de população é a chave dos problemas humanos do passado, do presente e, especialmente, do futuro. Vistos de uma forma abrangente e lógica, todos os problemas descritos incluso o do efeito estufa, são conseqüências da densidade excessiva da população humana. Os humanos são animais sociais e, por isso, se aglomeram. Mas, é essa mesma aglomeração que, de uma parte, formou sociedades cada vez maiores que se transformaram em civilizações e impérios, a que de outra parte, determina seu fim. Assim foi ao longo da história com todas as civilizações conhecidas e assim será com as atuais. A diferença é que hoje, na prática, só existe uma civilização global. É uma só que ocupa o planeta todo. Isso é inédito na história do planeta e as esperanças de que das cinzas renasça outra é mais limitada, mais do que nunca antes devido ao esgotamento dos recursos que suportam a civilização. Essa situação não corresponde ao que acontecerá nos próximos 20 anos, mas sim ao que inevitavelmente será o caso perto do fim do século. Que pode, então, uma família fazer para garantir sua sobrevivência e a de seus filhos que deveriam estar vivos até o fim do século XXI?
Para responder a isso se deve pensar em como será uma sociedade do futuro além do século XXI. Se grande parte da humanidade não for extinta pelas guerras nucleares, convencionais, civis ou simplesmente pela delinqüência descontrolada, o mundo necessariamente será dividido entre os que são úteis e os que são inúteis. Os primeiros serão, como hoje, os que são capazes de imaginar, criar e fazer, ou seja, aqueles que aproveitaram sua inteligência e outros dotes naturais para absorver conhecimentos e capacidades úteis à sociedade. Os outros, os inúteis, serão de fato marginais e, na sociedade do futuro, ninguém terá piedade deles. Serão expulsos do paraíso possível e deverão sobreviver como puder fora, substituindo os animais que não existirão mais, exceto os ratos e outros poucos que sobreviverão como pragas. Com certeza que o planeta voltará a ter castas, só que elas serão mais distanciadas e separadas que nunca antes. A casta de fora não terá sequer os direitos, nem poderá manter contactos com a de dentro.
Educar e capacitar para se salvar
Nesse contexto a família prudente só poderá garantir seu próprio futuro se seus membros conseguirem se qualificar para ficar “dentro” e não arriscar o “fora”. Por isso, contrariamente à tendência atual de relaxamento total da disciplina familiar, os pais do futuro próximo devem voltar a ser tão duros como eram nossos bisavôs. Acabou isso de confiar nos filhos. Os jovens deverão demonstrar o que são e o que fazem, trabalhando duramente. Seus erros e fraquezas deverão ser duramente, embora justamente castigados. Os que não consigam o mínimo necessário serão destinados a ficar “fora” tal como, em grande medida, já está acontecendo. A educação deverá ser a melhor possível nas escolas e universidades e deverá ser ótima dentro do lar. O sentido verdadeiro da disciplina deve ser reinventado. Isso de eliminar exames e qualificações porque os que não são aprovados “se sentem mal” ou se sentem “humilhados” deve apenas ser lembrado como uma excrescência lamentável do anarquismo. Achar que todos os cidadãos podem ser doutores e mestres, sem demonstrar que têm capacidade para isso como é praticado, por exemplo, através das quotas raciais, é um absurdo. Aplicar isso já tem prejudicado tremendamente o futuro da humanidade, mas continuar praticando-o, é simplesmente suicídio coletivo. Em especial, considerando que os chineses e indianos, entre outros paises verdadeiramente emergentes, nem pensam em aplicar semelhante loucura. Os judeus da diáspora suportaram dois milênios de impiedosa perseguição e, não obstante, sobreviveram bem e até são elementos dominantes de todos os campos da atividade humana. Seu segredo foi e é a meticulosa capacitação de seus membros e, sempre que pôde, sua educação foi refinada. Por isso, esses povos dominarão o mundo do futuro. Em conclusão, educação de primeira classe para eles mesmos e em particular para a sua prole, é uma das principais medidas que uma família pode adotar para sobreviver melhor no futuro.
O leitor se perguntará qual é o prognóstico para as famílias que não são da classe média. A resposta é simples. Os ricos no futuro como no passado apenas terão como grande problema não perder seu status, protegendo suas riquezas dos que têm menos. Fazê-lo será bem mais difícil que antes, pois o caos social, do que já existem sinais claros e, também, os intentos da sociedade por resolver drasticamente as desigualdades sociais, como foi o comunismo, ameaçarão constantemente seu poder e riqueza. Mas, como antes, eles sobrevirão bem melhor que os outros. Pelo contrário, os mais pobres são, como sempre, os que mais sofrerão e os que menos oportunidades de sobreviver terão. Tal como acontece com os animais e plantas mais fracos, a estratégia involuntária de sobrevivência dos pobres sempre foi se reproduzir mais rápido e em maiores números que os outros grupos sociais. Mas, no futuro previsível isso não acontecerá necessariamente, pelo menos não com os pobres urbanos que já conhecem e praticam tudo no que concerne o controle da natalidade. Sua sobrevivência será melhor se organizados em agrupamentos muito coerentes e disciplinados, de modo que possam confrontar unidos as dificuldades e os inimigos, representados principalmente pela marginalidade. Para sair adiante, como no caso da classe média, as famílias pobres devem investir muito em educação, pois, outra vez, só sobrevirão decentemente se conseguirem se promover à classe média aqueles de seus membros que sejam mais úteis à sociedade.
Nada novo existe nessa visão. A decadência dos grandes impérios em qualquer época e em qualquer continente tem demonstrado esse mesmo processo. Mas, como dito, no futuro a solução de migrar a outras regiões ou continentes, ou de se formarem novos impérios sobre as ruínas do precedente ou perto delas não existirá, pelo menos neste planeta, pois o mundo todo está recoberto e irreversivelmente explorado pela espécie humana.
Para terminar
Então, resumindo, o futuro de uma família jovem da atualidade está submetido a numerosas situações completamente diferentes das que rodearam as famílias do passado quando tinham a mesma idade. As mudanças climáticas, a destruição e escassez dos recursos naturais, a artificialidade em aumento da vida moderna e; especialmente, as implicâncias sociais destas mudanças, como a criminalidade sem controle e as probabilidades cada vez maiores de crises nacionais e mundiais, como revoluções, terrorismo e guerras, transformarão a vida humana em algo nunca antes visto. As soluções tecnológicas novas que aparecem todo dia ajudarão, certamente, mas não serão suficientes para evitar que a vida seja muito difícil. Diga-se de passagem, essas mesmas soluções dependem de gente qualificada.
Assim sendo, o autor espera que estas notas signifiquem apenas o produto de um dia de pessimismo e estar completamente equivocado. Mas, também espera que aqueles indiferentes às evidências da catástrofe anunciada, reajam a tempo de evitar o pior e, em particular, que exijam de seus governantes uma atitude coerente com a precariedade da vida no futuro provável.
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