Os pesquisadores Joeri Rogelj, Malte Meinshausen e colegas, do Instituto de Pesquisa de Impactos Climáticos de Potsdam, na Alemanha, colocaram na ponta do lápis o compromisso dos países que se associaram ao Acordo de Copenhague. Saiu na revista Nature de hoje e, como considerou o editor de Ciência do jornal Folha de SP, Claudio Angelo, o estudo disse em números o que todo mundo já sabia. As promessas de cada país, se cumpridas, levarão o mundo a um aquecimento superior a 3 graus Celsius. Segundo cálculos dos cientistas, há mais do que 50% de chances disso se tornar uma realidade.
De acordo com o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), essa elevação na temperatura global condena boa parte da vida na Terra. Os corais estão entre os grupos de seres mais rapidamente ameaçados. As lavouras de grãos também entram na lista dos que mais sofrerão com tais temperaturas e centenas de milhares de pessoas ficarão sem água.
Mais de 120 países aderiram ao acordo, peça final da fracassada Conferência do Clima, realizada em dezembro passado na Dinamarca (veja cobertura completa de O Eco aqui). O Acordo de Copenhague lançava uma perspectiva de que as temperaturas globais não deveriam superar mais 2ºC, algo que não vai se confirmar diante do nível de ambição demonstrado nas propostas. Com exceção de países como Japão e Noruega, que prometeram reduzir suas emissões entre 25 e 40% até 2020, como orientou o IPCC, muitas nações ricas e a China comprometeram-se com metas menores do que elas têm demonstrado serem capazes de atingir.
De acordo com os pesquisadores, em 2020 as emissões anuais de gás carbônico equivalente (CO2e) ficarão entre 47,9 bilhões e 53,6 bilhões de toneladas. Para que a temperatura ficasse na casa dos 2 graus C, as emissões não deveriam ultrapassar 44 bilhões de toneladas de CO2e.
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