Análises
Elas por elas
De Pedro P. de Lima-e-SilvaEngenheiro AmbientalServiço de Segurança Radiologica e AmbientalComissão Nacional de Energia Nuclear Cara AnaÓtima reportagem, e chamo a atenção de um registro histórico que aparentemente se perdeu no tempo. Se você procurar no Clube Excursionista Carioca ou no Centro Excursionista Rio de Janeiro encontrará o registro - eu espero - da conquista de uma via nas Cagarras feita por quatro meninas.Bom, até aí parece normal, né não? Não, porque elas não só foram até lá e fizeram a conquista, como o fizeram de caiaque individual, cruzando várias vezes essa faixa de oceano naquelas "casquinhas de esquimó". Legal? Não lembro do nome de todas, mas havia a Valéria Conforti e a filha do JorgeWhite, a Kátia que acho era do CERJ e a Simone, a atleta do caiaque. Valéria está fazendo mestrado em Onça Parda nos EUA, e a Simone até onde sei, continua por aí "caiacando"; a última vez que a vi tinha um projeto de fazer a costa brasileira do Rio a Salvador de caiaque.Na época, acompanhei essa idéia nascendo no CEC, e me lembro da alegre excitação delas, e me lembro também de muito marmanjo chamando aquilo de maluquice feminista, e dizendo bobagens como "os tubarões vão se dar bem". Bom, se havia tubarões, ficaram com fome.Hoje sabemos que não se pode mais desembarcar nas Cagarras devido a leis ambientais, mas de qualquer forma seria um resgate importante o dessa história, na qual quatro meninas, e eram meninas mesmo à época, entre 16 e 20 e poucos anos, tiveram uma idéia meio doida, mas bela, e a levaram até o fim, na década de 1980, quando esse tratamento igualitário dos sexos ainda era só pretensão em muitas áreas da nossa sociedade.abs,