Análises
Corra jumento, corra! IX
De Irmã Ellen Scherzinger (Franciscana)MossoróPrezada Sra.Sílvia,Li seu artigo na revista O Eco sobre jumentos.Parece realmente melhor para o jumento servir numa corrida de divertimento do que ser acidentado na estrada. Certamente um jumento na estrada também é um perigo para as pessoas humanas; as corridas evitam que pelo menos uma parte dos jumentos fique abandonada nas estradas e cause acidentes.Porém é bom ver o assunto do outro lado: A corrida para um jumento é um grande sofrimento porque é contra a natureza dele. É necessário acender um cigarro no ouvido dele ou colocar num outro lugar (a senhora sabe) para o jumento correr. É uma tortura física e psicológica para este animal. Será que o homem precisa se divertir a custo do sofrimento extremo de outra criatura? Isso é cultura? Ou barbárie?A senhora sabe que nas arenas antigas o povo romano (hoje os italianos que a senhora menciona) costumava se divertir com as lutas na arena com feras, escravos, cristãos. A plebe romana ficou extasiada com os sofrimentos à vista. Fomentar o gosto perverso da multidão? Até com Cristo fizeram assim: Exibiram para todo mundo o sofrimento dele, não somente para servir de exemplo de punição, mas exatamente para o divertimento - para ganhar o aplauso do povo. Coroação de espinhos. Cruz. Sangue. Morte.A multidão fica inebriada de prazer. Promover isso?Por favor: NÃO! É aumentar a violência, a insensibilidade em relação ao sofrimento alheio, a malvadeza.A senhora como boa jornalista poderia entender sua profissão como oportunidade, como missão - despertar os corações para sentirem compaixão, não gozo, com o sofrimento alheio. A senhora poderia escrever com seu português bom que tem, uma defesa dos animais que são torturados sem nenhuma necessidade. Podia escrever artigos brilhantes contra as vaquejadas, contra as farras de boi, contra as experiências desnecessárias fazendo vivisecção, etc. A Dra. Geuza, que não é escritora, mas boa advogada, é uma mulher que defende os indefesos; ela poderia fornecer à senhora muito material interessante. Admiro a Dra. Geuza. Eu ia admirar também a senhora, não somente como jornalista, mas também como pessoa humana.Eu mesma não sou jornalista, meu português é pobre, sou alemã, do povo de que a senhora descende (o nome da senhora (Pilz) é alemão; certamente a senhora sabe que seu nome significa "cogumelo"). Eu não sei português bem, nem sei Direito. Mas sou uma mulher como a senhora também e Dra. Geuza Tenho sentimentos de compaixão (como certamente a senhora também tem). Espero que a senhora vá futuramente colaborar que aquela 'cultura' que na verdade é uma barbárie, acabe. Com os melhores votos para sua nobre missão de jornalista - educadora do povo, Atenciosamente,