Análises

Minha Antártica tem palmeiras onde canta o … pinguim?

Clima na Antártica há 53 milhões de anos já foi quente, devido a uma alta concentração de carbono na atmosfera que podemos voltar a atingir.

Fabio Olmos ·
2 de agosto de 2012 · 13 anos atrás
Um pinguim-de-barbicha (Pygoscelis antarcticus) escorrega na neve em South Georgia, uma das ilhas subantárticas. Foto: Fabio Olmos
Um pinguim-de-barbicha (Pygoscelis antarcticus) escorrega na neve em South Georgia, uma das ilhas subantárticas. Foto: Fabio Olmos

Clique para ampliar

Uma equipe de cientistas que obteve núcleos de sedimentos depositados fora da costa da Antártica publicou um trabalho que conclui que, durante o Eoceno (53 milhões de anos atrás), as temperaturas durante o inverno estavam acima de 10°C e no verão superavam os 20°C.

Esse clima ameno possibilitava que palmeiras, faias e araucárias crescessem no continente. Ele foi consequência de concentrações de CO2 atmosférico da ordem de 600 ppm (partes por milhão). As emissões atuais resultantes do desmatamento, agricultura e queima de combustíveis fósseis já nos fizeram a atingir 390 ppm.

Segundo David Bendle, um dos cientistas que realizou a pesquisa, a conclusão do estudo é “quanto mais informações obtemos, mais parece que os modelos que estamos usando não superestimam a mudança [climática] ao longo dos próximos séculos, e que eles podem estar subestimando-a. Essa é a mensagem essencial”.

Autor deste blog, Fabio Olmos é biólogo e doutor em zoologia. Tem um pendor pela ornitologia e gosto pela relação entre ecologia, economia e antropologia.

 

  • Fabio Olmos

    Biólogo, doutor em zoologia, observador de aves e viajante com gosto pela relação entre ecologia, história, economia e antropologia.

Leia também

Salada Verde
9 de julho de 2025

Arara-azul é reconhecida como ave símbolo de MS

Lei sancionada no dia 03 de julho reconhece a importância ecológica e turística da espécie ícone da biodiversidade sul-mato-grossense

Colunas
9 de julho de 2025

Os impactos desproporcionais da enchente

Jornalismo tem a obrigação de destacar que desastre no Rio Grande do Sul afetou fortemente populações marginalizadas

Reportagens
9 de julho de 2025

Influência tóxica: como as redes sociais impulsionam a posse ilegal de silvestres

Crimes banalizados e debates distorcidos mascaram riscos à biodiversidade, à saúde humana e à integridade da legislação

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.