Uma especial conjugação de processos naturais, ao longo do tempo geológico, permitiu que o atual território paranaense fosse brindado com uma riquíssima expressão de geodiversidade e biodiversidade. Região litorânea, Serra do Mar, os três planaltos e duas imponentes estruturas de relevo, que são a Escarpa Devoniana (separando o Primeiro e o Segundo Planalto) e a Escarpa da Serra Geral (entre o Segundo e o Terceiro Planalto), todos domínios influenciados pela natureza de diferentes tipos rochosos e que, progressivamente, moldaram as nuances de instalação e desenvolvimento do Bioma Mata Atlântica no Paraná.
Tamanha excepcionalidade não escapou da atenção da sociedade e por isso, sob a inspiração da “Constituição Cidadã” de 1988, a Constituição do Estado do Paraná de 1989 dedicou um artigo específico à obrigação do Estado em criar unidades de conservação nessas diferentes regiões.
Um amplo setor do Segundo Planalto Paranaense, os Campos Gerais do Paraná, sempre chamou a atenção pela beleza de sua paisagem, conjugando aspectos de seu relevo contrastante e uma hidrografia peculiar, junto com flora e fauna características. Esta região fitogeográfica, nas palavras do grande naturalista Reinhard Maack, seria constituída por campos limpos e campos cerrados naturais e estaria limitada a leste pela borda do Segundo Planalto.
Um espetacular patrimônio natural, com rios de águas cristalinas em lajeados, cachoeiras imponentes, mananciais de águas superficiais e subterrâneas, capões com araucárias, canyons e despenhadeiros, furnas e cavernas, além de animais como o lobo-guará, suçuarana, tamanduá-bandeira, seriema, gralha-azul, soma-se a um patrimônio cultural que engloba sítios arqueológicos de diferentes tradições indígenas ao registro da rota dos tropeiros e, mais recentemente, à instalação de colônias de imigrantes europeus. Elementos que, entrelaçados, criam uma paisagem única no Brasil.
A APA da Escarpa Devoniana
A região dos Campos Gerais, de modo similar ao que ocorreu em outros setores do Paraná, passou e ainda passa por um profundo processo de alteração de suas características originais.
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A região dos Campos Gerais, de modo similar ao que ocorreu em outros setores do Paraná, passou e ainda passa por um profundo processo de alteração de suas características originais. A supressão da cobertura vegetal (campos, cerrado, florestas) ligada à substituição por variedades exóticas dos setores agrícolas e do florestamento industrial, o represamento ou drenagem de corpos d’água, a diminuição de populações de representantes da flora e fauna com consequente inviabilidade genética das espécies, são algumas dessas modificações.
Atendendo o dispositivo constitucional já mencionado e buscando garantir às gerações futuras sistemas ecológicos saudáveis, em sintonia com práticas sustentáveis de utilização dos recursos naturais da região, o governo do Paraná, por meio de um decreto em 1992, criou a Área de Proteção Ambiental (APA) da Escarpa Devoniana. Essa unidade de conservação tem o objetivo de sua existência especificado no art. 1º do decreto: “(…) assegurar a proteção do limite natural entre o Primeiro e o Segundo Planaltos Paranaenses, inclusive faixa de Campos Gerais, que se constituem em ecossistema peculiar que alterna capões da floresta de araucária, matas de galerias e afloramentos rochosos, além de locais de beleza cênica como os “canyons” e de vestígios arqueológicos e pré-históricos”.
O mesmo decreto trazia a obrigação de se estabelecer um zoneamento interno da APA, definindo as atividades permitidas, restringidas e proibidas. Infelizmente, por problemas diversos, o conjunto de zonas da unidade, com as devidas caracterizações, objetivos, proibições e recomendações, só foi publicado em 2004, ano da criação de seu Plano de Manejo.
Nunca é demais lembrar que, atualmente, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, reunindo unidades federais, estaduais e municipais, é regido por lei federal do ano de 2000. Nela ficou estabelecida a existência de duas categorias de unidades, ou seja, as de proteção integral, de caráter mais restritivo como é o caso dos parques, e as de uso sustentável, na qual se enquadram as APAs.
A opção pela implantação de uma APA para resguardar os Campos Gerais e o contexto de transição representado pela Escarpa Devoniana – e não de um parque – provavelmente deveu-se a uma série de fatores, entre eles, a grande extensão da unidade, próxima a 400 mil hectares (a maior unidade de conservação estadual do Paraná), englobando parte dos territórios de 12 municípios. São eles: Sengés, Jaguariaíva, Piraí do Sul, Tibagi, Castro, Carambeí, Ponta Grossa, Campo Largo, Palmeira, Porto Amazonas, Balsa Nova e Lapa. Evitar os problemas jurídicos e financeiros das desapropriações – obrigatórias na criação de um parque – também esteve entre as razões.
Décadas de ameaças e crimes ambientais
O período compreendido desde a época de criação da APA (1992), passando pela publicação do Plano de Manejo e seu zoneamento ecológico econômico (2004), chegando à instituição de seu Conselho Gestor (2013) foi marcado por intensas pressões de setores da sociedade pouco afetos à relevância de temas ambientais e do bem-estar público. Em outras palavras, pessoas, grupos, entidades e empresas desprovidos de compromisso com a filosofia de justiça social, econômica e ambiental, inerente ao artigo da Constituição Federal que garante a todos o acesso a um meio ambiente ecologicamente equilibrado.
Este quadro levou a frequentes violações dos apontamentos do Plano de Manejo, numa clara afronta a diversos dispositivos legais, em especial a Lei de Crimes Ambientais (Lei Federal 9.605/1998). Infelizmente, essas atividades criminosas foram precariamente monitoradas, coibidas e mitigadas pelo poder público, comprometendo seriamente a integridade dos processos naturais operantes na área da APA.
Tombamento da Escarpa Devoniana
Tendo em vista a situação preocupante acima descrita, um grupo de professores da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) encaminhou à Secretaria de Estado da Cultura do Paraná (SEEC), em junho de 2012, um pedido de abertura de processo de tombamento, amparado na Lei Estadual 1.211/1953. O objetivo maior da solicitação está atrelado à conservação do patrimônio natural e cultural dos Campos Gerais, focando-se em setores específicos das paisagens de campos naturais e ecossistemas associados à Escarpa Devoniana do Paraná.
A Coordenação do Patrimônio Cultural (CPC) da SEEC abriu o processo de tombamento da “Escarpa Devoniana do Paraná” (nº 08/2012) e, com base na instrução técnica de um grupo de trabalho formalmente constituído, o Conselho Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná (CEPHA) acolheu este processo em 20 de agosto de 2014.
Projeto de Lei 527/2016: um golpe fatal aos Campos Gerais
No entanto, os mesmos setores de parte da sociedade anteriormente citados, donos de uma percepção de mundo socialmente excludente, centrada em um utilitarismo econômico predatório e atrelada a uma miopia ambiental e cultural, levantaram forte oposição aos movimentos em prol da proteção do patrimônio natural e cultural dos Campos Gerais e da Escarpa Devoniana, intensificando suas ações nos últimos anos.
A partir da pressão de entidades de classe empresariais, o governo estadual publicou recentemente o Decreto 2445/2015, que restringe fortemente as ações da CPC/SEEC em futuros processos de tombamento, que passaram a necessitar da anuência do governador do estado para serem abertos. Além disso, por determinação da Casa Civil em abril de 2016, foram suspensas as reuniões do grupo de trabalho dedicado à definição do perímetro da área de tombamento da Escarpa Devoniana.
O mais recente ataque ao patrimônio da sociedade paranaense e brasileira presente nos Campos Gerais veio na forma do Projeto de Lei 527/2016, apresentado à Assembleia Legislativa do Estado do Paraná em novembro deste ano. De autoria dos deputados Plauto Miró, Ademar Traiano e Luiz Claudio Romanelli, o projeto prevê a alteração dos limites da APA da Escarpa Devoniana, reduzindo-a para aproximadamente 32% de sua dimensão original.
O texto deste projeto espelha, de forma cristalina, uma total incompreensão do significado de uma unidade de conservação de uso sustentável e, em particular, da APA da Escarpa Devoniana.
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O texto deste projeto espelha, de forma cristalina, uma total incompreensão do significado de uma unidade de conservação de uso sustentável e, em particular, da APA da Escarpa Devoniana. Nas justificativas, os autores consideram “que o objetivo da APA é a proteção da Escarpa Devoniana”, compreendendo assim “não haver justificativa técnica e legal para que o perímetro da APA em questão ultrapasse expressivamente a própria Escarpa, objeto da proteção”.
Entretanto, como se verifica rapidamente na leitura do art. 1º do decreto de criação da unidade, o objetivo da APA não é exclusivamente proteger a crista da Escarpa Devoniana, incluindo “faixa de Campos Gerais” e um conjunto de elementos naturais e culturais.
Outro ponto importante é que, ao reduzir expressivamente a área da APA, removendo quase toda a área agricultável, praticamente se desfaz a essência de uma unidade de conservação de uso sustentável. O que, na hipótese de aprovação do projeto, levaria à modificação do enquadramento da unidade, passando para a categoria de “proteção integral”, como seria o caso de um parque estadual. Estariam os autores interessados em um amplo processo de desapropriações na região?
É surpreendente o desleixo na redação do projeto. Nem mesmo houve atenção de uma descrição adequada da área abrangida. Em seu art. 2º, ao listar os municípios em que a APA estará localizada, deixou-se de mencionar Campo Largo e Carambeí. Também não há uma avaliação do impacto da redução de ICMS ecológico. Assumindo-se como referência o valor destinado em 2015 ao conjunto dos municípios e sabendo-se que o mandato das prefeituras é de quatro anos, os prefeitos da região passariam por uma drástica redução de recursos, já que um valor agregado de quase R$ 12, 4 milhões seria reduzido a algo inferior a R$ 3,5 milhões.
Nas justificativas se fala da imprecisão dos limites da APA como um aspecto causador de dificuldades na gestão da unidade e que sua criação teria se baseado em tecnologia pouco avançada da época. Apontam a ausência de um memorial descritivo fundamentado em técnicas de medição modernas e realizado por equipe especializada. Realçam também que o Plano de Manejo recomenda a revisão destes limites com objetivo de retirar as áreas agricultáveis de seu perímetro.
É óbvio que todo gestor deve buscar o máximo de precisão e acurácia na delimitação daquilo que estiver sob sua responsabilidade. Mas não é verdade que o posicionamento exato dos vértices do perímetro da APA, com marcos físicos ou não, seja motivo para alterar a essência do objetivo primordial da existência da unidade de conservação ou mesmo as bases de seu zoneamento ecológico-econômico.
O avanço tecnológico é uma realidade que tem contribuído imensamente para questões de ordem fundiária. Cada geração de equipes de técnicos especializados, seja dos anos de 1990 ou dos de 2010, tem trabalhado com afinco e compromisso com suas responsabilidades, sendo limitados pelos recursos disponíveis. Assim, o Decreto 1.231/1992 possui um memorial descritivo compatível à sua realidade e o de locação de quaisquer outras propriedades de sua época.
Atento às necessidades de atualização fidedigna do perímetro da APA, além de rebater argumentos vazios e oportunistas para a desafetação dos limites da unidade, o Estado do Paraná, a partir dos trabalhos dos técnicos especializados do Instituto de Terras, Cartografia e Geociências (ITCG) e o Instituto Ambiental do Paraná (IAP), apresentou em 2014 uma versão da nova base cartográfica da unidade. Este fato não pode ser desconhecido pelos autores do Projeto de Lei 527/2016, especialmente por serem estes deputados integrantes da base de apoio do governo estadual que divulgou a atualização.
O Plano de Manejo de 2004 efetivamente sugere a revisão dos limites da APA. O que deixa de ser mencionado é que isto se dá para setores bem específicos, com clara indicação dos argumentos para as possíveis alterações. E o principal é que existem tanto propostas de remoção de alguns trechos como de ampliação da APA da Escarpa Devoniana, basicamente pela necessidade de garantir a conservação de setores de alto valor ecológico.
Mas há um aspecto fundamental que sustenta o caráter nocivo deste projeto de lei. Ao final da exposição dos motivos para sua proposição os autores alegam que o mesmo seria necessário, conveniente e oportuno. A quais setores da sociedade ele interessa? A proposta não emergiu de uma discussão ampla e democrática e que tivesse sido conduzida e avalizada pelo Conselho Gestor da APA.
O projeto de lei, em seu art. 2º, traz ainda um memorial descritivo com base em uma carta topográfica editada pela Fundação ABC, entidade mantida pelo setor do agronegócio. Há aqui uma inconsistência formal, pois o documento legal deveria enquadrar o novo perímetro com base em documentos oficiais, ou seja, cartas topográficas editadas pelo IBGE ou a Diretoria de Serviço Geográfico do Exército. Porém, sem entrar no mérito da qualidade técnica dos responsáveis pela elaboração deste memorial e desconsiderando imprecisões de nomenclatura ocasionais, é claro que esta entidade não pode ser vista como isenta de interesses.
Mais uma vez demonstra-se incompreensão ou desprezo pelo significado de uma unidade de conservação de uso sustentável. Mas também uma velada proposta de anistia a crimes ambientais.
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No texto cita-se que além de “proteger” a APA da Escarpa Devoniana o projeto trará “aos produtores rurais que estão inseridos dentro da atual APA, a segurança jurídica para produzir sem implicar nas restrições atribuídas às unidades de conservação”. Mais uma vez demonstra-se incompreensão ou desprezo pelo significado de uma unidade de conservação de uso sustentável. Mas também uma velada proposta de anistia a crimes ambientais.
Campos Gerais do Paraná: haverá futuro para este patrimônio natural e cultural?
O estado do Paraná, mesmo não sendo uma das maiores unidades federativas, possui um território com grande diversidade natural. A essa variedade biótica e abiótica a sociedade decidiu ser fundamental dedicar um conjunto de artifícios legais de proteção e promoção que, mais do que ser entendido como um sinônimo de grandes amarras limitadoras e punitivas, presta-se a zelar pela integridade e perenidade de um magnífico bem coletivo, representado pelo patrimônio natural e cultural. Deveria ser tratado como algo do que se orgulhar e não para se temer ou sabotar.
O momento atual de grave crise econômica e de valores ético-morais traz o risco de decisões precipitadas. Em busca de cifras e maior número de postos de trabalho, ou mesmo ao se identificarem “grandes oportunidades de negócios”, fecham-se os olhos para tradições seculares, para a história coletiva de grupos minoritários e cuidados de ordem ambiental.
Impedir as futuras gerações de apreciar o acervo arquitetônico inserido na paisagem de uma cidade histórica como Salvador ou flexibilizar a política de permissão de empreendimentos potencialmente poluidores na área de recarga do aquífero Furnas, dentro da APA da Escarpa Devoniana, são decisões hediondas, com consequências frequentemente irreversíveis em médio e longo prazo.
Os moradores de Rio Negro a Sengés, passando por Ponta Grossa, Tibagi e outros municípios identificam-se como pertencentes a uma região distinta de outras no estado. Mas até quando existirão paisagens com campos naturais que justifiquem esta identificação? Apenas em áreas de proteção integral, como nos parques estaduais de Vila Velha ou do Guartelá, em que as pessoas não vivem dentro de seus limites?
Será uma amarga e triste ironia se, num intervalo de tempo não muito longo, a ampla região que encantou naturalistas, poetas e seus habitantes não mais possuir motivos concretos para ser chamada de Campos Gerais do Paraná, prendendo-se apenas a registros históricos e da memória coletiva, gradativamente migrando para o domínio de lendas e folclores regionais.
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Constituição Federal 1988, "Art. 225 Todos têm direto ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,bem de uso comum do POVO e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder PÚBLICO e à coletividade o DEVER de DEFENDÊ-LO e PRESERVÁ-LO para as presentes e futuras gerações.
Lembrem-se do poder do VOTO !!!!
No Paraná não é diferente do Brasil como um todo, onde a maioria dos políticos fazem seu jogo visando interesse escusos.
A que violações do Plano de Manejo e que crimes ambientais o artigo está se referindo?
O povo deve ficar esperto.esses deputados às vezes de se preocupar com o bem estar da população.querem destruir nosso recurso natural. O deputados que montaram este projeto não merece o nosso apoio e votos.eles já era sou tecnólogo em meio ambiente.devemos respeitar o meio ambiente e a flora e fauna.
É lamentável propor alterações da lei de 1992 , seria correto, que fosse proposto um aumento da ,àrea com reposição de plantas nativas.O que acontecerá caso esta alteração seja posta em prática além da grave agressão a este bioma , Haverá um desequilíbrio total, pois o que resta sabemos que é um pequeno percentual de mata atlântica, quase nada de campos gerais, ainda querem diminuir mais ainda , de que planeta vieram estes, consequências desastrosas a fauna flora a geologia e a hidrografia e a humanidade pensante deste Paraná , muitas espécies que já estão lutando por espaço sumirão do mapa sendo muitas endêmicas. na hidrografia muitos córregos, riachos e nascentes secarão muitos rios ficarão assoriados . a rica geologia e frágil ao mesmo tempo irão fazer parte rapidamente dos leitos dos rios outras consequências será alteração imediata da umidade relativa do local degradado. menos umidade menos chuva, muita chuva muito assoriamento, será uma catástrofe lenta e agonizante.mas terá o mesmo efeito da do rio doce. As proximidades da escarpa devoniana e um gargalo para as precipitações basta saber as inúmeras cavernas que nela existem, conhecidas e por conhecer certamente estas também irão ser alteradas, pois não ter,á mais água fluindo, então não é uma conclusão,pois para falar deste bioma singular que não existe em nem um outro lugar a não ser aqui nos campos gerais , esta enciclopédia natural fantástica embora alterada e ainda querem alterar mais ainda, pois irá atingir sem dúvida nenhuma a classe dos alunos, professores . geografia, biologia, edafologia, geologia, agronomia, educação ambiental , engenharia ambiental ,engenharia florestal,e muitos outros e também diretamente os setores de proteção ambiental como os funcionários do IAP. do IBAMA,d a guarda florestal etc pois não existirá mais o
único bioma que temos. é um pouco que tenho a dizer..
Eu irei participar desta audiência, falei hoje pela manhã com deputados da cidade, o Pericles estará presente e imagino que o Rasca do PV tambem. Contra o poder econômico dos deputados que estão propondo a alteração é preciso união. O Plauto está garganteando que a Fundação ABC fez estudo economico sobre o assunto… Fundação ABC composta pela elite do agrononegócio do Paraná, representa uma minoria. Vou falar isso pessoalmente para o Paulo sexta feria!
Caros, boa tarde!
Por gentileza, podem confirmar se teremos a presença de representantes do O ECO na próxima sexta feira dia 10/03 aqui em Ponta grossa, o deputado plauto está a frente junto com a assembleia legislativa de uma audiência pública sobre o projeto absurdo dele de DIMINUIR A AREA DA ESCARPA DEVONIANA.
O professor Gilson estará presente?
Os gestores simplesmente estão fazendo o que sempre fizeram, legislando de acordo com os seus interesses privados, ou será que é muita coincidência o fato dos deputados que fizeram esse projeto estar ligado ao agronegócio?
Mais uma vez alguns gestores públicos mostram a sua cara, cometendo crime ambiental em favor dos seus interesses. Só resta agora a mobilização popular mesmo enfrentando esses deputados e o governador que são antidemocráticos, lembrando que são esses os deputados do camburão, um dos cumplices do massacre dos trabalhadores no dia 29 de abril.
O que está acontecendo no Estado do Paraná é que o agronegócio, a indústria e a mineração mandam e desmandam! Nosso Estado é corrompido pelos interesses desses setores. E isso se reflete em todo o sistema político do Brasil! É só ver que as câmaras municipais, as assembleias legislativas, a câmara dos deputados e o senado são formados por um grande conjunto de políticos vinculados e financiados por esses setores econômicos. Os cargos em comissão, de secretários de meio ambiente, presidentes e diretores de institutos ambientais e órgãos de fiscalização e licenciamento ambiental, são frequentemente (digo quase que sempre!) ocupados por pessoas despreparadas, inidôneas, que foram colocadas nesses cargos para realizar os desejos e anseios desses setores econômicos. Cada dia que passa uma nova lei ambiental é modificada para pior, ou uma nova lei é criada suprimindo uma lei antiga que protegia o patrimônio natural/cultural. Não se pode mais dizer que o Brasil tem as melhores leis ambientais do mundo, que nossa legislação ambiental é modelo mundial, pois só vem piorando, flexibilizando, suprimindo e possibilitando a destruição do meio ambiente, a anistia para desmatador, para caçador, para o poluidor. Tudo é um teatro, organizado e operado por políticos interesseiros, que nem um pouco se preocupam com questões sociais e ambientais. Precisamos é retirar estes demagogos individualistas e interesseiros do poder, do contrário, teremos que nos acostumar diariamente em vermos notícias de diminuição de unidades de conservação, anistia ambiental para degradadores, mata atlântica desaparecendo, campos gerais desaparecendo, cavernas sendo suprimidas, sítios arqueológicos sendo destruídos e por aí vai.
Esta tratativa realizada pelos três deputados estaduais em conjunto com alguns interessados por este desmonte da UC apenas reflete o que vem acontecendo com várias áreas protegidas em diversos locais do país. Se tivessem o mínimo de vergonha e considerassem as diferentes categorias de UCs previstas no SNUC e acima disto, todos os benefícios coletivos proporcionados pela existência da APA, aliado a proteção de serviços ambientais básicos (a grande maioria destes, fundamental aos setores produtivos) e todos os atributos culturais e cênicos do local, ficaria evidente a inconsistência da proposta.
A análise de Burigo deixa claro que houve debate para a proposição em tela (entidades de classe ligadas ao agrobusines). Portanto, a oposição entre "ambientalistas" e "ruralistas" não é mera construção discursiva, mas a narrativa de fatos. O que é lamentável é a tacanha concepção política de nossos representantes… meramente defendendo interesses privados e uma concepção de desenvolvimento econômico colonial – maquiada por um aparato tecnológico estrangeiro. Não sou contra a agricultura de alta precisão, etc., mas também penso que o "cérebros" poderiam ser menos imediatistas e projetarem investimentos de longo prazo em que a pluriatividade (turismo de aventura, entre outros exemplos) seriam ainda mais rentáveis para a região na medida que resguarda as verdadeiras fontes das atividades produtivas, etc. Enfim, mais um exemplo de estupidez de Plauto, Romanelli e daqueles os quais eles representam!
obrigada! não necessariamente um 'ruralista' não pode ser 'ambientalista'. é verdade que o agronegócio tem um peso substancial no nosso PIB, e isso não pode ser ignorado, porém pode ser feito sim de forma sustentável, respeitando e adequando as realidades, tanto de um lado ,quanto do outro. o futuro da agropecuária do nosso país ainda se voltará ao turismo ecológico, o desenvolvimentismo dos orgânicos, a agropecuária familiar.
Esta tratativa realizada pelos três deputados estaduais em conjunto com alguns interessados por este desmonte da UC apenas reflete o que vem acontecendo com várias áreas protegidas em diversos locais do país. Se tivessem o mínimo de vergonha e considerassem as diferentes categorias de UCs previstas no SNUC e acima disto, todos os benefícios coletivos proporcionados pela existência da APA, aliado a proteção de serviços ambientais básicos (a grande maioria destes, fundamental aos setores produtivos) e todos os atributos culturais e cênicos do local, ficaria evidente a inconsistência da proposta.
E esta falta de discernimento, aliada ao cerceamento das ações de tombamento da escarpa são a prova da falta de comprometimento com a sociedade e o meio ambiente da conjuntura política local. Como o autor da matéria colocou, são nada mais do que "…donos de uma percepção de mundo socialmente excludente, centrada em um utilitarismo econômico predatório e atrelada a uma miopia ambiental e cultural…".
Em tempos de busca pela moralização da gestão pública, muito pertinente haver um movimento estruturado para combater troca de favores e facilidades concedidas para interesses privados. Nesse caso, em detrimento de uma lógica que indica que essa região, entre o primeiro e o segundo planaltos paranaenses FOI O QUE SOBROU, e tem uma excepcional condição de gerar uma nova economia regional, equilibrada e compatível com a conservação – o turismo de natureza. Qual é o interesse do Governo do Paraná e da Assembléia Legislativa em acabar com 2/3 da APA da Escarpa Devoniana, criada no início da década de 90? E de impedir de maneira intempestiva o seu Tombamento pela Secretaria de Cultura? É evidente que tem coisa muito mal explicada nessa questão, embora não represente nada de novo, se considerarmos a atual conjuntura regional. Portanto, uma reação a altura é fortemente demandada de parte da sociedade.
Clovis, acho que o governo do Paraná não vê a região como apta para turismo de natureza. Qual o interesse? Especulação imobiliária e mais áreas para agricultura. Simples.
Poderia por favor me explicar todas as principais implicações do tombamento? Estou com muita dificuldade de entender… O que acontece com áreas de agricultura consolidadas, por exemplo? Obrigado.
Mais um crime ambiental promovidos pelos políticos brasileiros
verdade misso e um crime contra o meio ambiente
Ademar Traidor…quer dizer Traiano, ruralista de carteirinha, foi financiado com dinheiro do agronegócio e agora está devolvendo (se vendendo?) o favor. Onde fica o bem comum nesse negócio?
Essa ideologia de opor ruralistas e ambientalistas já está bem velha, carcomida e rançosa. Mas volta e meia vem à baila, trazida por gente menos informada ou mais deformada.
O "dinheiro do agronegócio" está carregando o Brasil nas constas, cara pálida! Acorda!
Desde quando uma participação de menos de 10 % no PIB total carrega algum pais nas costas . kkkkkkkkkkkk
Não estou defendendo ninguém e nenhuma opinião, mas em 2015, durante a crise, o agronegócio passou de 20% do PIB brasileiro… Acho isso significativo, mesmo que não carregue o país nas costas.
O ilustre ficou satisfeito com a resposta ou precisa de mais detalhes????