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23 de setembro de 2004

Discutindo a Relação

O caso de amor dos humanos com os carros vai ter que sofrer uma reavaliação. É bem provável que a atual subida de preços do petróleo permaneça no longo prazo. Novos poços estão cada vez mais raros e a operação dos existentes, à medida que se exaurem, mais cara. O consumo mundial cresce rápido e deve dobrar das atuais 3,6 bilhões de toneladas anuais para 5,8 bilhões até 2030. Sem falar nos problemas do efeito estufa. Chegará breve a hora dos carros movidos a hidrogênio. A transição deve começar pra valer em 2010 e terminar em 2050. No caminho, a necessidade de substituir a infra-estrutura do petróleo (poços, oleodutos, postos de venda) avaliada em US$6 trilhões. É um troco. O artigo da BBC News (gratuito) é curto e vale a pena.

Por Manoel Francisco Brito
23 de setembro de 2004
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23 de setembro de 2004

A lista cresce

Hong Kong vai obrigar que os fabricantes de produtos que contenham qualquer tipo de elementos químicos que poluam o ar a listá-los em seus rótulos, informa O The Standart (gratuito). Isso inclui muita coisa que é consumida em áreas urbanas – tintas, papel impresso, cigarros, qualquer tipo de spray, motores à explosão. Eles têm o que se chama de compostos orgânicos voláteis e Hong Kong que reduzir suas emissões locais destes poluentes em 55% até 2010.

Por Manoel Francisco Brito
23 de setembro de 2004
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22 de setembro de 2004

Marcos

A demolição de uma represa no estado de Nova Iorque está sendo vista como um duplo marco na história da preservação da natureza. Reportagem do The New York Times (gratuito, pede cadastro) informa que ela é a primeira a ser destruída na região por razões puramente ecológicas. E também é a primeira represa que o maior construtor de represas do século XX nos Estados Unidos, o Corpo de Engenheiros do Exército, vai destruir em toda a sua história. Construída em 1915, ela barrou água do rio Neversink para movimentar turbinas de geração de energia elétrica para a cidade de Nova Iorque. Tornou-se uma inutilidade em 1940, quando linhões aéreos passaram a ir buscar eletricidade em usinas maiores e mais distantes. Mas foi deixada no lugar. Acabou virando um problema ambiental. O muro no meio do rio impediu que um molusco subisse seu curso para reprodução. O bicho acabou entrando na lista de espécies ameaçadas e a sua ausência na parte acima da represa no Neversink estava ameaçando a integridade da cadeia alimentar na água. Por isso tomou-se a decisão de demolí-la. O Corpo de Engenheiros entrou no processo por duas razões. Primeiro, tem tradição na construção de represas e, portanto, ninguém melhor que sua tropa para trazê-las abaixo. A segunda é que lei de 1999 autorizou que ele fizess PPP’s com grupos ambientalistas para destruir represas que viraram um risco ecológico. A destruição da represa de Neversink está sendo feita em parceria com a Nature Conservancy.

Por Manoel Francisco Brito
22 de setembro de 2004
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22 de setembro de 2004

Mundos à parte

As cercas nos campos do Kenya separam mundos completamente diferentes. Dentro delas, nos ranchos que tem proprietários privados, maneja-se a terra e sua produção de maneira correta, mantém-se florestas nativas intactas, a caça indiscriminada é proibida e os animais, inclusive os ameaçados de extinção como o rinoceronte preto, vão muito bem obrigado. Do lado de fora das cercas, as terras são públicas e têm aspecto de deserto. Sobra pouca água, pouco mato e quase mais nenhum animal vive nelas, a não ser o gado dos Masai, tribo que desde a independência do país, em 1963, ganhou o direito de usar terras que ainda pertencem ao Estado. A devastação é de responsabilidade da própria tribo, que sempre se utilizou de maneira irresponsável os recursos naturais à sua disposição. Suas manadas crescem desordenadamente, destroem pastos naturais e derrubam florestas indiscriminadamente. Resultado, os Masai cada vez mais se condenam à miséria. O curioso, segundo relato do The New York Times (gratuito, pede cadastro), é que ao invés de modificarem seus hábitos, respeitar a natureza e manejar melhor seu gado, sentem inveja do que tem os fazendeiros e exigem que estes dêem acesso às suas terras. Insistem que elas no fundo lhe pertencem por direito ancestral. Já começaram a invadir algumas fazendas.

Por Manoel Francisco Brito
22 de setembro de 2004
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22 de setembro de 2004

Marxan

O nome, estranho para a esmagadora maioria da humanidade, é muito conhecido por gente que maneja grandes projetyos de preservação ambiental. Designa um programa de computador inventado em 1998 por Ian Ball, aluno e orientando de pós-graduação de Hugh Possingham, professor de matemática ecológica da Universidade de Queensland, na Austrália. O programa, que é distribuído gratuitamente, mastiga dados sobre flora e fauna num determinado ecossistema e cospe de volta, pela descrição do The New York Times (gratuito, pede cadastro), informações sobre seu ponto ótimo de manejo e cuidado. É o que existe de mais avançado e popular com governos, universidades e Ongs em termos de gestão ambiental e muito do que ele sugere é seguido à risca, sem contestação. A Austrália, por exemplo, baniu a pesca em sua grande barreira de corais depois que o Marxan disse que isso era o que tinha que ser feito. O doutor Possingham diz que este tipo de comportamento é errado e que se as recomendações do Marxan não forem postas em prática em no máximo 1 anos depois de terem sido feitas, é melhor deixá-las de lado e apelar para a inteligência e sensibilidade humanas para preservar um ecossistema. Possingham argumenta que o Marxan define seus planos a partir de um universo estático e esse é seu problema. Poucos são os projetos ambientais de larga escala que são implantados integralmente ao mesmo tempo e o mundo muda muito rápido. Ball, o pai do Marxan, e várias organizações e consultorias ligadas à ecologia caíram de pau em cima do velho mestre. Uma das razões, sugere a reportagem, é que planejamento ambiental de grande porte virou um tremendo negócio. O raciocínio de Possingham pode colocar tudo o que foi feito com o auxílio do Marxan sob suspeita.

Por Manoel Francisco Brito
22 de setembro de 2004
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21 de setembro de 2004

O fim está próximo

O The Wall Street Journal (só para assinantes) traz um longo perfil do mais novo pregoeiro do apocalipse energético mundial. Collin Campbell, um irlandês, é cada vez mais ouvido, embora nem sempre seguido, no mercado mundial de petróleo. Ele garante que no começo do ano que vem, a humanidade terá extraído do solo do planeta mais petróleo do que conseguirá encontrar no futuro. Daí para a frente, o preço do barril não poderá seguir outro rumo a não ser o da alta absurda de preço. Para manter o crescimento, diz Campbell, o mundo precisará ficar radicalmente mais eficiente no uso de energia e viabilizar o mais rápido possível alternativas para combustíveis fósseis.

Por Manoel Francisco Brito
21 de setembro de 2004
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21 de setembro de 2004

Grama do mal

Grama geneticamente modificada que está sendo testada nos Estados Unidos mostra que nem tudo é maravilhoso no mundo dos transgênicos, conforme professam as empresas de biotecnologia. Ela é produzida pela Monsanto e a Scotss e foi desenhada para ser usada em campos de golfe, informa o The New York Times (gratuito, pede cadastro). Pelo menos em teoria, oferece manutenção mais barata porque é resistente aos herbicidas que são usados para matar ervas daninhas e pragas que crescem num gramado. O problema é que os estudos preliminares de seu uso indicam que a grama transgênica tem capacidade de se multiplicar até mesmo para áreas onde não é desejada. Além disso, há o risco de transferir sua resistência aos herbicidas para as ervas daninhas. A coalizão de opositores inclui até autoridades do governo de George Bush, que em geral costuma ser simpático à causa de sementes e plantas genéticamente modificadas.

Por Manoel Francisco Brito
21 de setembro de 2004
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21 de setembro de 2004

Vai piorar

O The Washington Post (gratuito, pede cadastro), que por conta do fuso horário fechou sua ediçãao de hoje mais tarde do que os jornais brasileiros, informa que a tempestade tropical que passou pelo Haiti já matou 622 pessoas. Isso porque ainda há inundações nas cidades mais atingidas, explica o pessoal da Cruz Vermelha local. Quando as águas baixarem, eles esperam encontrar muito mais corpos.

Por Manoel Francisco Brito
21 de setembro de 2004
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20 de setembro de 2004

Pau nas farmacêuticas

Essa é surpreendente. Sete das maiores companhias farmacêuticas do mundo vão hoje a um encontro para levar tremenda bronca. Seus diretores ouvirão que precisam fazer um esforço cavalar para baixar o preço de suas drogas e, principalmente, atender as necessidades de saúde dos países pobres e em desenvolvimento. O pito não será passado por nenhuma autoridade de governo, mas por um grupo de investidores institucionais que são acionistas pesados de farmacêuticas. Diz o Guardian (gratuito) que o grupo estudou durante um ano as práticas comercias e de pesquisa das empresas. Concluiu que em relação a sua principal missão, ajudar a curar doenças, elas vêm fazendo não mais do que o suficiente para ter argumentos contra pressão de governos sobre suas práticas no Tereceiro Mundo. O medo dos acionistas é que se os diretores das empresas continuarem a empurrar o problema com a barriga, elas sofrerão sanções regulatórias em seus países de origem que vai mandar o negócio para o vinagre.

Por Manoel Francisco Brito
20 de setembro de 2004
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20 de setembro de 2004

Café novo

A transgenia visceja nos pés de café que estão sendo criados no Instituto Agronômico de Campinas, diz o Valor (gratuito, pede cadastro). Os cientistas estão produzindo plantas híbridas e de menor porte, mas capazes de produzir muito mais que suas “irmãs” de estatura maior, mais natural.

Por Manoel Francisco Brito
20 de setembro de 2004