A Argentina arde mais que o Brasil
Os satélites do Inpe registravam hoje 6824 focos de calor, leia-se queimadas, em três países sul americanos. Quem mais arde é a Argentina. Estamos em segundo, na frente do Paraguai. →
Os satélites do Inpe registravam hoje 6824 focos de calor, leia-se queimadas, em três países sul americanos. Quem mais arde é a Argentina. Estamos em segundo, na frente do Paraguai. →
Aqui no Brasil, a liderança em pirotecnia foi recuperada pelo Mato Grosso de Blairo Maggi, que hoje estava com 729 focos de calor captados em seu território. Nos céus do estado sopra um bafo quente que esparsa a névoa de poluição que se instalou definitivamente sobre a região. Diz a previsão que amanhã vem chuva. Tomara. →
O Greenpeace tentou exibir em seu site nesta manhã uma queimada ao vivo na Amazônia. Não deu para ser em tempo real, mas as imagens foram recuperadas e estão disponíveis na página da organização. A intenção era transformar o triste e recorrente evento num espetáculo para sensibilizar pessoas que não vivem na região amazônica sobre a importância da prevenção das chamas. →
As queimadas, infelizmente, não acontecem apenas no Brasil. Nesta época do ano, elas praticamente tomam conta do cinturão tropical do planeta. Essa imagem capturada pelos satélites da Nasa mostra a extensão das chamas, no início de agosto, na Indonésia. Lá, como aqui na América do Sul, a maioria das queimadas são produzidas por mãos humanas, para acelerar a derrubada de árvores por madeireiros ou limpar áreas de floresta para gado e plantações. Mas ao contrário do que acontece nessas nossas bandas, o fogo ateado em solo indonésio, graças a sua grossa cobertura de biomassa, queima com mais intensidade e gera muito mais fumaça. Na estação de queimadas, ela avança sobre os céus da Malásia e Cingapura e atrapalha o tráfegoi de aviões e navios no Sul da Ásia. →
O badalado julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a demarcação contínua dos 1,75 milhões de hectares da Terra Indígena Raposa Serra do Sol foi suspenso por causa de um pedido de vistas do ministro Menezes de Direito, logo após receber o primeiro voto a favor dos índios do relator Carlos Ayres Britto. Na manhã desta quarta-feira, os ministros começaram a avaliar, entre outros argumentos, os defendidos pelo deputado Augusto Botelho (PT-RR), que propõe que as regiões no entorno das sedes dos municípios, assim como todas as regiões "produtivas e em expansão" sejam retiradas das mãos dos índios. Botelho não explicou quais os critérios que seriam utilizados nessa classificação. Tampouco se preocupou em dizer o que sobraria para os índios. →
Por causa dos trabalhos de identificação dos territórios indígenas em Roraima na década de 90, o governo do estado se apressou para criar sete novos municípios. Dois deles, Pacaraima e Uiramutã, dentro da área das cinco etnias que defendem a Raposa Serra do Sol. A estratégia pretendeu legalizar as ocupações irregulares e os grileiros que invadiram terras da União. Agora, eles se dizem injustiçados. →
Outro argumento francamente utilizado pelos advogados a favor da demarcação em ilhas é o de que os antropólogos e técnicos que indicaram a região como terra indígena devem ser desqualificados. Eles bateram mais uma vez na tecla da soberania nacional, já que a área faz fronteira com a Venezuela e a Guiana. Em resposta, os defensores da área contínua lembraram que a responsabilidade sobre o decreto que homologou a terra indígena recai sobre o ex-ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e o presidente Lula, não sobre os técnicos. Sobre a questão da soberania nacional, o advogado Paulo Machado Guimarães, representante da comunidade indígena Socó, lembrou que é possível a presença de militares em reservas indígenas em região de fronteira. Aliás, as bases do Exército já estão instaladas há anos na região. Ainda em defesa demarcação contínua, o advogado destacou que "não existe demarcação em ilhas, pois não pode haver meio termo ao respeito do direito constitucional dos povos indígenas". →
No meio da brigalhada sobre a demarcação da terra indígena sobrevive o Parque Nacional Monte Roraima, que protege 116 mil hectares no ponto mais setentrional do Brasil, sobreposto em 100% com a área dos índios. Mas até agora ele não chamou atenção no julgamento e só foi citado nominalmente apenas uma vez. De acordo com o chefe do parque nacional, José Ponciano Dias, independentemente da decisão final dos ministros, a unidade de conservação vai continuar trabalhando em parceria com os índios e com a Funai, como aliás estabelece seu decreto de criação. O que o preocupa, na realidade, é uma das 70 ações que chegaram ao STF, que orienta a extinção do parque. Mas, até o momento, não há indícios de que este ponto seja julgado. Para o bem da unidade de conservação. →
Para acompanhar o lado contrário das discussões ambientais no Brasil e no mundo, o site Alerta.inf é uma jóia. Tem dezenas de artigos que condenam as iniciativas verdes, seja na produção energética mundial ou em propostas da área ambiental nos governos, em organizações não governamentais e da própria iniciativa privada. Um dos textos mais lidos é o que considera o uso das energias eólica e solar um retrocesso para o setor produtivo californiano. Um outro considera no mínimo inconveniente que um relator da ONU para os direitos humanos tenha visitado as áreas de conflito na Terra Indígena Raposa Serra do Sol. É imperdível. Nunca é ruim saber o que eles estão discutindo. →
Enquanto Minc e Reinhold Stephanes se debatem sobre a liberação de canaviais e usinas na região do Pantanal, o setor se articula para entrar de vez com a cana-de-açúcar no bioma. Na última semana, empresários e representantes do governo do Mato Grosso do Sul organizaram uma “missão técnica” para buscar na experiência de São Paulo formas de organizar localmente o setor. Na ocasião, Hermer Borges, representante da Secretaria de Desenvolvimento do Mato Grosso do Sul informou que o Estado possui projetos já mapeados oficialmente para a construção de 31 novas usinas. →