Flota ou Resex – Round 2

A justiça resolveu entrar no debate sobre qual tipo de unidade de conservação nascerá no coração do Pará, próxima aos munícipios de Prainha e Uruará. Nesta sexta-feira o juiz federal de Altamira, Herculano Martins Nacif concedeu liminar ao Ministério Público Federal impedindo o governo do Pará de criar a Floresta Estadual (Flota) da Amazônia e a Área de Proteção Ambiental (APA) Santa Maria de Prainha. A decisão beneficia a criação da Reserva Extrativista Renascer, que há três anos é pleiteada pelas comunidades locais.

Por Redação ((o))eco
1 de dezembro de 2006

Modo de vida

O argumento para concessão da liminar é de que o governo do Pará está promovendo um ataque ao modo de vida das comunidades tradicionais. A decisão também se estende ao Ibama e ao Incra, pois proibe qualquer autorização de retirada de madeira ou de assentamento na área que está se estudando a criação da Resex Renascer.

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1 de dezembro de 2006

Considerações importantes

Em sua decisão, o juiz Nacif afirmou que o estudo da Flota Amazônia, feito em "meros 40 dias" não pode se sobrepor aos três anos de estudos do Ibama. Além disso, os recentes conflitos entre madereiros e ribeirinhos foram levados em conta pelo juiz. A Flota, ele avaliou, abre caminho para as madereiras expulsarem famílias que vivem na região desde o século 19.

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1 de dezembro de 2006

Enquanto isso…

Equipe do Ibama que há uma semana fiscaliza as madeireiras do município de Prainha (oeste do Pará) vai ganhar reforço. Apesar da escassez de recursos, a gerência do órgão em Santarém autorizou o deslocamento de mais quatro fiscais e um engenheiro florestal para a área. O súbito interesse pela cidade foi desencadeado quando ribeirinhos bloquearam cinco balsas carregadas de madeira ilegal aportadas na região, no início de novembro.

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1 de dezembro de 2006

Cientistas cidadãos

A National Audubon Society acaba de anunciar a centésima sétima edição da sua Contagem de Aves no Natal, ou Christmas Bird Count, que começará no dia 14 de dezembro e se estenderá até 5 de janeiro de 2007. A Audubon consegue mobilizar mais de 50 mil participantes, principalmente nos Estados Unidos, para observar e registrar as aves em cada localidade. É uma maneira de mostrar que cidadão comum também pode participar da produção de conhecimento científico.

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1 de dezembro de 2006

Displicente

O descaso do governo brasileiro com as questões relacionadas ao desenvolvimento sustentável é alvo de crítica em manifesto recém-lançado pelo Instituto Ethos. O texto chama a atenção da população e dos governantes para a importância de temas como aquecimento global, destruição de florestas, seca, poluição e enchentes. Também destaca que o Brasil é um dos únicos países que ainda consideram prioridade apenas o crescimento econômico.

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1 de dezembro de 2006

Vida dura

“Todo dia a gente pega uma cobra pelo rabo e um boi pelo chifre”, disse Marina Silva em entrevista aos jornais Folha de São Paulo e Valor Econômico desta sexta-feira. A ministra contestou as declarações do presidente Lula de que o licenciamento ambiental é um dos entraves para o crescimento nacional – diz que as licenças concedidas mais que dobraram sob sua gestão. Marina deu sinais de que não fica no segundo mandato de Lula, mas disse que ainda precisa conversar com o presidente sobre o assunto. Ela também confirmou um certo “choque de idéias” com Dilma Roussef, da Casa Civil. “A ministra Dilma é uma pessoa muito competente, muito segura do ponto de vista dela. E eu, ainda que não tenha a competência que ela tem, também sou muito segura dos meus pontos de vista”.

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1 de dezembro de 2006

Direta

Ao Valor, Marina disse ainda ser contra o investimento em energia nuclear, uma bandeira levantada pela Casa Civil. Diz que essa posição é absolutamente objetiva, não ideológica. Segundo ela, nós simplesmente não temos o que fazer com os resíduos radioativos.

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1 de dezembro de 2006

Dupla personalidade

O fenômeno El Nino, que muitas vezes aparece no noticiário como grande vilão climático, também é responsável por boas ações. Devido à sua presença, este ano a temporada de furacões no Atlântico foi bem menos devastadora do que se esperava. Foram apenas nove tempestades do tipo entre junho e novembro. Mas os cientistas alertam: as “eras” de furacões costumam durar de 25 a 40 anos. Nós estamos numa há apenas 12. “Ainda há um longo caminho pela frente”, disse um especialista à reportagem do site Planet Ark.

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1 de dezembro de 2006

As piranhas e o ouro

Pesquisadores da Conservação Internacional encontraram 13 novas espécies de peixes de água doce em uma região da Venezuela ameaçada por garimpos de ouro. Entre elas, notícia também o Planet Ark, estão uma raia e uma piranha carnívora. Alguns dos peixes estudados carregavam alta concentração de mercúrio, substância tóxica usada pelos garimpeiros para ajudar na separação do ouro. Segundo os cientistas, a área – que fica na confluência entre os rios Orinoco e Ventuari – ainda é bem preservada. Mas querem assegurar a proteção, antes que seja tarde demais.

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1 de dezembro de 2006

Dor de cabeça

O aquecimento global deixou de ser um papo de projeções científicas para ser reconhecido como algo que já está em curso. Com isso, muita gente (e bicho) começa a se preocupar com o que será da vida daqui para frente. Interessante reportagem do jornal Washington Post diz que alguns conservacionistas agora vêem as mudanças climáticas como o principal problema sobre o qual eles devem se debruçar. Afinal, qual o sentido de garantir a preservação de áreas que estão fadadas ao caos climático? Entre os mais encucados, diz a reportagem, estão ursos polares, borboletas e funcionários de resorts de ski.

Por Redação ((o))eco
1 de dezembro de 2006