Mistério

Eduardo Campos, ministro da Ciência e Tecnologia, está em entrevista publicada na Folha de S. Paulo (só para assinantes) falando grosso com a comunidade internacional de energia atômica. Diz que o Brasil não permitirá inspeção visual de suas instalações de enriquecimento de urânio em Rezende, no Estado do Rio, porque precisa proteger tecnologia própria da cobiça alheia. Difícil de avaliar se a posição do governo é ou não correta porque pouco se sabe sobre este programa. Ele é secreto e portanto as autoirdades não se dispõem a dar muitas explicações à população. Deviam. Como o próprio ministro informa, no programa todo foram investidos até agora um bilhão de reais. É muita grana despendida em segredo.

Por Manoel Francisco Brito
18 de outubro de 2004

Postal do inferno

Lembram-se de Chernobyl, aquela usina nuclear que teve um mega vazamento radioativo há 18 anos cujos efeitos se fazem sentir até hoje? Pois é. Segundo o Guardian (gratuito), virou uma atração turística. Para quem gosta de morbidez, é um prato cheio. A visita à usina, que foi desativada, custa 250 dólares por pessoa.

Por Manoel Francisco Brito
18 de outubro de 2004

Impasse político

Nos últimos anos, os senadores americanos perderam boas oportunidades de proteger o meio ambiente nos Estados Unidos. Uma reportagem do Washington Post (gratuito, exige cadastro) cita vários exemplos. Leis que melhorariam a qualidade do ar e combateriam o aquecimento global não foram aprovadas por impasses provocados por interesses políticos.

Por Manoel Francisco Brito
18 de outubro de 2004

Os peixes sumiram

O parque nacional Biscayne, no litoral da Flórida, era um paraíso para mergulhadores. Tinha corais vibrantes e peixes grandes. Agora , segundo o cientista Richard Curry em uma matéria do Washington Post (gratuito, pede cadastro), os corais ficaram marrons e os peixes diminuíram em quantidade e tamanho. Existe uma proposta para proibir a pesca na região, mas há um forte lobby para que ela não vire lei.

Por Manoel Francisco Brito
18 de outubro de 2004

Uma ministra na berlinda

A ministra Marina Silva sofreu uma significativa derrota na semana passada com a liberação do plantio de soja transgênica via MP. Mesmo assim ela ainda não planeja entregar os pontos, é o que garante a revista Carta Capital. Na edição impressa, há uma avaliação da atual situação da ministra e um histórico dos furos ambientais do governo Lula. Na edição online (gratuito), há um resumo desses micos.

Por Manoel Francisco Brito
18 de outubro de 2004

Bom negócio

A Chicago Climate Exchange, bolsa auto-reguladora que vende e compra emissões de gases poluentes, ganhou um novo cliente brasileiro: a companhia de papel e celulose Suzano. A empresa anunciou que tem capacidade de vender 5 milhões de toneladas de CO2 no mercado de créditos de carbono até 2006. Essa cota representa a quantidade de CO2 que é seqüestrada da atmosfera pelas árvores do projeto de reflorestamento da Suzano no Brasil. Empresas compram cotas para compensar a poluição que provocam. Potencialmente, a oferta da Suzano é a maior já apresentada neste tipo de mercado. A Chicago Climate Exchange tem 52 membros. A primeira empresa brasileira a se associar à bolsa foi a Klabin, que também fabrica papel e celulose.

Por Lorenzo Aldé
15 de outubro de 2004

Marina perdeu

Depois de insistir nos últimos 12 meses que o Brasil não ficaria mais um ano regulando o plantio de transgênicos através de Medida Provisória, o governo rendeu-se à realidade e, em alguma medida, à sua própria incompetência, informa em curta nota O Globo (gratuito, pede cadastro). Foi editada nova MP sobre o assunto. Ela diz o que se pode ou não fazer quanto aos transgênicos enquanto não se consegue fazer que o Congresso aprove alguma lei para dispor sobre o problema. Não há qualquer garantia que tudo estará resolvido até o início do plantio da safra de soja de 2006, que começa em outubro do ano que vem. A decisão foi uma derrota para Marina Silva. Ministra do Meio Ambiente. Era ela a principal porta-voz da promessa de não se reeditar nova MP.

Por Manoel Francisco Brito
15 de outubro de 2004

Sem fumaça

A Philip Morris, diz reportagem do Valor (só para assinantes), está testando em escala global seu cigarro de baixíssimo risco. Ele não queima. É apenas aquecido, o que inibe a liberação de fumaça e cinzas. Diz a empresa que isso reduz o risco dos fumantes em 50%. Para quem fuma, soa bom demais. Para a Organização Mundial de Saúde, cheira a enganação.

Por Manoel Francisco Brito
15 de outubro de 2004

Mutantes

O The Washington Post (gratuito, pede cadastro) reporta que apesar de sua aparência cristalina, o braço do rio Potomac que corre ao sul da capital americana esconde um mistério ecológico de imensas consequências: peixes machos estão produzindo ovas. A razão da inversão sexual ainda não é conhecida. Mas a suspeita é que seja produto de poluição provocada por drogas como estrogêneo aplicado em frangos de granja, ou outros hormônios humanos, que chegam ao rio através da rede de esgoto filtrado. O caso do Potomac é o último indício de uma situação apavorante: os esgotos americanos, apesar de estarem preparados para processar a maioria dos dejetos despejados neles, nunca constituíram qualquer tipo de defesa contra drogas ou hormônios, cuja presença na água vem sendo detectada de maneira cada vez mais alarmante.

Por Manoel Francisco Brito
15 de outubro de 2004

Madeira queimada

Anúncios de TV no estado do Oregon, o maior produtor de madeira dos Estados Unidos, alertam para a possibilidade que as crianças de hoje talvez não vejam nem uma árvore no futuro, porque elas correm todas o risco de ser lambidas por incêndios em florestas. O curioso é que eles são pagos por madeireiras, para pressionar a regulamentação de proposta do governo Bush sobre a remoção de madeira queimada em incêndios inclusive em áreas de parques nacionais. O governo diz que é uma maneira de evitar novos incêndios, conta o The Washington Post (gratuito, pede cadastro). Os ambientalistas, apoiados pelo candidato democrata John Kerry, afirmam que isto vai ter impacto no processo de regenaração de florestas que sofreram a ação do fogo em larga escala.

Por Manoel Francisco Brito
15 de outubro de 2004