Esquentando

A capa da National Geographic Magazine (acesso gratuito ao site) do mês de setembro é dedicada a um assunto, como o próprio texto da reportagem diz, cercado de desconfiança e, em larga medida, olhado com total despreocupação. Trata-se do fenômeno de aquecimento do planeta. A revista afirma, no entanto, que a Terra e sua flora e fauna dão claros sinais de que o problema não é nem remoto e nem tampouco incerto. Mesmo nos lugares mais frios do planeta, como o norte do Alaska ou os Himalaias, há claras evidências de que a temperatura está subindo. Como a revista não tem um tom alarmista, pelo menos vale prestar atenção ao seu alerta e ler a reportagem, que junto com ela, como sempre, traz ótimas fotografias. Na Internet, o texto é curto. Leva-se 5 minutos para lê-lo.

Por Cristina Matos
17 de agosto de 2004

O conhecimento é meu

Há um ano, o Brasil discute com 49 outras nações a formação de um sistema global de observação do planeta. Ele já tem um nome, Sistema dos Sistemas de Observação Global da Terra, um objetivo, integrar mundialmente dados gerados por estruturas nacionais, e uma boa noção do seu tamanho no início de 2015, data prevista para entrar em funcionamento. Serão 50 satélites, 10 mil estações metereológicas, mil bóias, 7 mil navios e 300 mil aviões. Os países envolvidos na discussão têm até dezembro para acordarem sobre um plano de implementação com prazo de 10 anos. A coordenação de toda esta estrutura não chega a ser problema na mesa de negociações. Mais sensível é o debate sobre quem terá acesso aos dados uma vez que estejam processados. É que os principais modelos matemáticos e computacionais capazes de dar sentido a estas informações estão nas mãos de americanos e europeus. Eles querem os dados, mas resistem à idéia de repartir o conhecimento.

Por Manoel Francisco Brito
13 de agosto de 2004

Sem perdão

Nem a resistência dos ruralistas impediu a goleada (326 a 10) conquistada na Câmara pela emenda constitucional que expropria fazendas que utilizem trabalho escravo. No Senado tramita um projeto de lei semelhante. A diferença é que ele determina que se considerem improdutivas não apenas as propriedades que pratiquem trabalho escravo, mas também aquelas que usam

Por Lorenzo Aldé
13 de agosto de 2004

Passivo ambiental comunista

Moscou, uma cidade de 11 milhões de habitantes, tem que enfrentar um tipo de poluição que lhe é bastante peculiar: a de rejeitos nucleares. Herança do regime comunista, que desenvolveu seu programa nuclear sem qualquer tipo de cuidado ambiental, Moscou hoje tem que conter e limpar 1200 sítios com material radioativo, conta o The New York Times (gratuito, pede cadastro). Esses são os que se conhece. Imagina-se que haja ao menos centenas de outros. Na época da União Soviética, esses locais eram segredos tão bem guardados que as infomações sobre seus endereços acabaram se perdendo pela burocracia dos militares e do governo. A situação é tão grave que a Rússia foi obrigada a criar uma empresa estatal dedicada a procurar áreas desconhecidas onde exista poluição nuclear. Leitura um pouco mais longa. Leva-se pouco menos de 10 minutos.

Por Manoel Francisco Brito
13 de agosto de 2004

Resgate do Hubble

Quando George Bush resolveu fazer discurso no começo do ano dizendo que o programa espacial americano iria voltar suas atenções para colocar o homem em Marte, a Nasa anunciou que teria que abandonar a manutenção do Telescópio Espacial Hubble. Alegou que com a ênfase em Marte, não teria dinheiro para fazer os reparos necessários para garantir a sobrevida do Hubble. Precisaria de US$ 1,6 bilhão. A comunidade científica do mundo todo estrilou. Com toda razão. Marte ainda é um sonho. Com o Hubble, os astrônomos puderam ver e entender, como nuca tinham entendido e visto antes, uma seerie de fenômenos astrofísicos que explicam a origem do universo e indicam para onde ele pode estar indo.A Nasa não aguentou o barulho, conta o Guardian (gratuito). Arranjou o dinheiro e vai enviar ao espaço um robô fabricado no Canadá para efetuar os reparos. A leitura leva 4 minutos.

Por Manoel Francisco Brito
13 de agosto de 2004

Zero para Blair

O Comitê de Auditagem Ambiental, um organismo supra-partidário formado por membros do Parlamento da Inglaterra criticou duramente esta semana a política ambiental do governo de Tony Blair. Segundo o Guardian (gratuito), os parlamentares estão particularmente preocupados com o que chamam de total falta de estratégia e direção do governo em relação à execução de políticas para reduzir as emissões de dióxido de carbono no país. Acusam Blair de manter, mesmo em época de barril de petróleo caro, o preço da gasolina artificialmente baixo, por puro interesse eleitoral, e de não ter plano para substituir combustíveis fósseis por fontes de energia renováveis. Dizem que há várias empresas se esforçando para criar ou aperfeiçoar novas tecnologias de geração de energia, mas que é ingênuo pensar que elas conseguirão chegar a algum lugar se o governo não coordenar e, eventualmente, subsidiar este processo com a cobrança de impostos mais baixos. É para ser lido em 3 minutos.

Por Manoel Francisco Brito
13 de agosto de 2004

O dedo-rei

O The New York Times (gratuito, pede cadastro) traz reportagem mostrando que o lento e gradual crescimento no uso de telefones celulares está provocando uma mudança imensa no meio ambiente da comunicação humana. Seu principal instrumento é um membro que, ao longo de nossa história, nunca teve mais do que um papel auxiliar para expressar sentimentos, dar ordens, ou simplesmente conversar. Trata-se do dedo polegar. “Virou o dedo do poder” disse um historiador do Smithsonian Institution, Edward Tenner, ao jornal. Tudo por causa da mania de trocar mensagens de texto entre os celulares. Como ela cada vez contagia mais gente, a tendência é que o polegar será uma espécie de dedo-rei por muito tempo. Só no primeiro trimestre deste ano, 2,6 bilhões de mensagens de texto foram enviadas através de telefones celulares. É duas vezes o número alcançado no mesmo período do ano passado. Gasta-se 5 minutos com a leitura.

Por Manoel Francisco Brito
13 de agosto de 2004

Ruim como já está

A Agência Internacional de Energia soltou relatório prevendo que a situação mundial em relação ao petróleo deve piorar no ano que vem. Diz o estudo, registrado no The New York Times (gratuito, pede cadastro). A demanda continuará a crescer, há petróleo suficiente para atendê-la, mas sua produção mundial está enfrentando uma série de contratempos para manter a produção em alta. Na Rússia, a maior petrolífera está à beira da bancarrota e proibida pelo governo de usar seu caixa para tirar petróleo. No Oriente Médio, a instabilidade atrapalha o crescimento do número de barris extraídos todos os dias. Resultado: o preço não deve aumentar muito mais, mas também não deverá cair. Dura pouco mais de 5 minutos a leitura.

Por Manoel Francisco Brito
13 de agosto de 2004

De volta ao Senado

Passou na Câmara dos Deputados emenda constitucional que prevê, entre as penas para fazendeiros que explorem o trabalho escravo, a expropriação de suas terras. Diz O Globo (gratuito, pede cadastro) que a bancada ruralista lutou e relutou, não conseguiu bloquear a aprovação da emenda, mas conseguiu fazer algumas modificações em seu texto original. Isto obrigará a mandá-lo de volta ao Senado – onde a luta contra a emenda continuará. A mudança conseguida pelos ruralistas tirou da emenda ponto que dizia que as terras expropriadas fossem entregues ao próprios trabalhadores libertados dentro delas. A leitura é rápida.

Por Manoel Francisco Brito
13 de agosto de 2004