Na pele

A população de Tuvalu, uma pequena nação de nove ilhas e atóis no Pacífico Sul, não precisa da confirmação de nenhum relatório científico para acreditar que as mudanças climáticas são realidade. O evidente acréscimo no nível do mar e o desaparecimento de praias está por toda a parte e o país pode desaparecer inteiramente em poucas décadas. É o que diz a reportagem de capa da edição de hoje do jornal inglês The Independent. Quatro mil habitantes das ilhas emigraram até agora devido ao problema e muitos dos 10.500 remanescentes têm vontade de fazer o mesmo. A capital Funafuti, por exemplo, observa um aumento de 5,6 milímetros no nível das águas, o dobro dos números previstos pelo IPCC. A triste situação leva a diretora de uma escola primária, Temu Hauma, a incentivar a mudança de seus alunos para outras terras e gera críticas do secretário de meio ambiente do país, Enate Evi, à Comunidade Internacional. “Eles nunca escutam quando pedimos ajuda”, diz.

Por Redação ((o))eco
16 de julho de 2007

Urgência

Reportagem da Folha de S. Paulo volta ao tema de que pelo menos 25% dos cientistas brasileiros correm o risco de serem presos. Tudo por conta de uma medida provisória que regulamenta o acesso à biodiversidade, e acaba por criminalizar a atividade de coleta de espécies vegetais e animais. O especialista em formigas Carlos Brandão, da USP, diz que a medida os constrange. Certa vez ele não obteve licença de coleta por não ter conseguido provar que os insetos não ficariam estressados em seu laboratório. O problema, que o governo parecia ter resolvido com um sistema informatizado de licenciamento de coletas (o Sisbio), foi pauta da reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Belém. Os cientistas não estão nada satisfeitos. O único representante do governo presente era Roberto Lorena, do Ministério da Agricultura. Segundo ele, será preciso esperar ao menos cinco anos para que Congresso Nacional receba um futuro projeto de lei que ponha um fim à questão.

Por Redação ((o))eco
16 de julho de 2007

Coleguismo

O mesmo jornal noticia que a SBPC estuda ajudar oficialmente o especialista em macacos Marc von Roosmalen, preso em Manaus acusado de manter macacos em cativeiro sem autorização e desviar do dinheiro público. Ennio Candotti, ex-presidente da SBPC, diz que o cientista é “uma pessoa excêntrica” e “um pouco avessa às normas burocráticas”. "Mas até aí, ele ser preso e ter que pagar uma multa é um exagero muito grande", disse.

Por Redação ((o))eco
16 de julho de 2007

Limitação

Em notícia do Estado de S. Paulo, o coordenador de licenciamento de projetos de produção de petróleo do Ibama, Guilherme Carvalho, critica a legislação ambiental por considerar apenas os impactos locais dos empreendimentos petrolíferos e não olhar para impactos globais, como o efeito estufa. Estudos do GGFR, programa para a Redução Global de Queima de Gás do Banco Mundial, estimam que o volume de emissões de CO2 pela queima ou venteio de gás seja maior do que a possível redução de emissões provocada pelos projetos em andamento no âmbito do Protocolo de Kyoto. Rússia, Nigéria e Angola são os países que mais preocupam. A Petrobrás garantiu ao jornal que cumpre a maior parte das normas do programa.

Por Redação ((o))eco
16 de julho de 2007

Futuro

A queima de gás natural durante a extração do petróleo é alvo de críticas desde que a questão do aquecimento global tomou fôlego. O National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), um órgão do governo norte-americano, estima que 168 bilhões de metros cúbicos de gás tenham sido queimados desta forma só em 2006 – o equivalente a 27% do consumo total de gás nos Estados Unidos. Segundo reportagem da New Scientist o aumento de preços do gás pode fazer com que a prática diminua em pouco tempo.

Por Redação ((o))eco
16 de julho de 2007

De roupa nova

A página do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que traz informações sobre queimadas no Brasil não é mais a mesma. Está passando por aperfeiçoamentos que a deixam mais atrativa para internautas e jornalistas, responsáveis pelo maior número de cliques no site. De acordo com o Inpe, nenhum serviço novo foi incluído. A diferença é que a página está mais bonita e fácil de ser compreendida.

Por Redação ((o))eco
16 de julho de 2007

Impactos do biodiesel

A empresa Brasil Ecodiesel teve na semana passada suas atividades suspensas no município de Crateús, no Ceará. Ela é acusada de despejar resíduos de sementes de mamona e outras oleaginosas prensadas no rio Poty, causando mortandade de peixes e mau cheiro. A Justiça determinou que ela limpe a área e destine os resíduos sólidos em lugar adequado, sob pena de multa diária de cinco mil reais.

Por Redação ((o))eco
16 de julho de 2007

Extração ilegal

O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) está proibido pela Justiça de autorizar extração de areia e argila ou renovar licenças já expedidas nas margens do rio Paranapanema. Agora, apenas o Ibama poderá licenciar a atividade por lá, uma vez que se trata de um rio em divisa de estados. Detalhe: o IAP concedia licenças irregularmente, sem exigir estudos de impacto ambiental.

Por Redação ((o))eco
16 de julho de 2007

Sem praia

O Tribunal Regional Federal da 2ª Região cassou a liminar da Justiça de São Pedro da Aldeia, no litoral fluminense, obrigando o loteamento Long Beach a retirar guaritas, cancelas e cercas que prejudicavam o acesso público às praias de Cabo Frio. O empreendimento fica na praia dos Tamoios e tem 280 imóveis.

Por Redação ((o))eco
16 de julho de 2007

Exemplo

A Justiça de Mato Grosso do Sul acatou o pedido do Ministério Público de obrigar proprietários a recuperarem áreas degradadas, fazendo com que eles tenham que provar a não ocorrência de danos ambientais para conseguirem se defender. A decisão vale para todo o estado, e foi inspirada em inspeções em propriedades das regiões de Camapuã e Costa Rica. Neste mês de julho, o Ministério Público informou que há mais de 70 inquéritos civis sobre esse assunto e a maioria dos autuados cumpre termos de ajustamento de conduta, como recomposição de mata ciliar e criação de reserva legal.

Por Redação ((o))eco
16 de julho de 2007

Loucos pelo Juquery

O Juquery é mais um exemplo de feliz acidente que resultou em uma unidade de conservação importante: um parque estadual de 3 mil hectares onde existiram um hospital psiquiátrico e uma colônia penal. É hoje o último remanescente de cerrado na Região Metropolitana de São Paulo. Luiz Fernando Figueiredo, do Centro de Estudos Ornitológios da USP, esteve lá recentemente e deixou seu eloqüente relato, acompanhado de belas fotos de Arthur Macarrão e Carlos Gussoni, no Blog do CEO.

Por Redação ((o))eco
16 de julho de 2007