Rondônia (498) superou Mato Grosso (479) concentra hoje o maior número de focos de incêndios no país. Em especial, a região norte do estado, cobrindo a capital Porto Velho de uma densa fumaça. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou o estado do Amazonas, que tradicionalmente não queima tanto quanto seus vizinhos, em terceiro lugar, com 327 focos. →
Conforme se aproxima o período considerado crítico de seca no país, os focos de calor aumentam nas unidades de conservação. O Parque Nacional da Chapada dos Guimarães (MT), que queimou quase 20% de sua área ano passado, já teve um incêndio beirando seus limites, mas foi apagado. Na Floresta Nacional de Bom Futuro (RO), que por problemas de ocupação ilegal não pôde contratar brigadas, foram registrados nove focos de calor. Um deles provocou o incêndio da foto ao lado, verificado in loco na semana passada. →
Uma refinaria em chamas na Líbia. Flagrado em 20 de agosto pelas lente do satélite Acqua, da Nasa, o incêndio deu uma forcinha na contribuição do país governado pelo cornel Muammar Khadafi para o aquecimento global. O fogo começou no dia 19 de agosto e só foi controlado 3 dias depois. Mas ainda não foi inteiramento debelado. →
O Ministério do Meio Ambiente prometeu para julho, mas até agora o governo ainda não publicou a 3ª portaria de redistribuição de mais 250 servidores do Ibama para engrossarem o quadro de funcionários do Instituto Chico Mendes. À míngua, e em chamas, muitas unidades de conservação aguardam o reforço tardio. O concurso interno de remoção do Ibama, esperado para início de agosto, também não saiu das intenções. →
O Parque Estadual Cristalino e as reservas particulares Cristalino, no norte de Mato Grosso, recebem neste mês visitas ilustres. Três pesquisadores do Jardim Botânico Kew Gardens, da Inglaterra, analistas da secretaria de meio ambiente e da Fundação Ecológica Cristalino (FEC) estão há uma semana em campo para completar o levantamento botânico da região no período de seca. Este é o maior esforço de pesquisas em vegetação que a região já recebeu. Aquelas matas são recordistas em registros de aves na Amazônia brasileira e atraem também observadores de borboletas. Um dos maiores especialistas nesse assunto, o americano Jim Brock, também foi pra lá. Só no Cristalino já foram vistas mais de 1.800 espécies de borboletas. →
Já circula na internet uma petição em repúdio à metodologia de consulta pública adotada pela Assembléia Legislativa de Mato Grosso para sacramentar o zoneamento sócio-econômico e ecológico do estado. Os signatários denunciam que quando não se chega a consensos, a organização parte logo para uma votação simples, e aí quem levava sempre é o setor do agronegócio. Entre as reivindicações do Formad (fórum mato-grossense de meio ambiente e desenvolvimento) e da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) está a presença do Ministério Público nesses eventos, assim como a divulgação do calendário antecipado das audiências e que “o coordenador tenha, necessariamente, perfil ético e respeite as diversidades étnicas-sociais do estado”. →
Reportagem no The Wall Street Journal traz uma história que poderia estar acontecendo em qualquer unidade de conservação brasileira. Mas ela se passa no Parque Nacional Comodo, na Indonésia, criado para proteger um dos últimos habitats naturais do dragão-de-comodo, aquele lagartão gigante que a gente costuma ver em canais de TV à cabo como o NatGeo ou o Discovery Channel. Pois bem, os dragões estão estranhando os humanos locais, cerca de 4 mil, que vivem em vilas de pescadores dentro do próprio parque. No ano passado, um dos bichos matou, e comeu, uma criança. →
Os dragões de Comodo são carnívoros. Mas atacar humanos é coisa recente para eles. Segundo as autoridades indonésias, a tensão entre eles e os pescadores tem a ver com a expansão populacional de suas vilas no últimos anos. Há mais gente caçando pequenos mamíferos que servem de alimento para os animais e os bodes, frangos e peixes trazidos para as vilas viraram uma tentação para o dragão. Quando tentam mantê-los longe desse butim, os bichos ficam irritados e tendem a se tornar agressivos com humanos. →
Os pescadores, que não matam em hipótese alguma os dragões de comodo por acredita que neles vivem os espíritos de seus ancestrais, dizem que a situaçnao foi criada pelas ongs que fizeram o plano de manejo do Parque Nacional Comodo hea três anos. O plano acabou com duas práticas dos pescadores que, segundo eles, mantinham os dragões calmos. Uma era a caça de veados cuja carcaça era deixada para os animais comerem, numa espécie de sacrifício. A outra, amarrar um bode para servir de banquete para os dragões de Comodo. Essa última atividade, muito difundida, servia aos dragões e aos pescadores, que cobravam dinheiro de turistas para deixá-los ver um bode ser estraçalhado pelos lagartões. →
O licenciamento das usinas do rio Madeira não pará de proporcionar surpresas. A última delas pode ser lida no parecer dos técnicos do Ibama sobre o pedido de Licença de Instalação da hidrelétrica de Santo Antônio, a primeira a ser concedida no Madeira. Na conclusão pode se ler com todas as letras a recomendação contrária à Licença . Mesmo assim no último dia 11 de agosto, o presidente do órgão, Roberto Messias, assinou a autorização para o ínicio das obras. Segundo o parecer, que pode ser lido aqui, o Consórcio Madeira Energia, formado por Odebrecht e Furnas, não cumpriu diversas condicionantes impostas na Licença Prévia. Para os técnicos do Ibama as propostas do consórcio "expõem uma certa insipiência do Projeto Básico Ambiental" e recomenda-se a não concessão da Licença de Instalação ao aproveitamento hidrelétrico de Santo Antônio, pleiteada pelo Consórcio Madeira Energia S.A". →
