Em 1987, a população humana era de 5 bilhões de pessoas. De acordo com estimativas das Nações Unidas, apenas doze anos mais tarde, em 1999, bateu a marca de 6 bilhões, e hoje já chega a 6,5 bilhões. Em termos históricos, é um crescimento extravagante. Só chegamos no primeiro bilhão em 1802 e levamos mais de cem anos para repetir a façanha.
Estima-se que, no ano 950, a população humana era de 250 milhões. Para dobrar, levou 650 anos. Ou seja, chegamos a 500 milhões em 1600. A partir daí, o tempo necessário para cada duplicação caiu rapidamente. Para chegar a um bilhão de pessoas em 1802 foram necessários 202 anos, menos de um terço do tempo anterior. A passagem pelo segundo bilhão, em 1927, precisou de 125 anos, quase metade. Em 1971, apenas 44 anos depois, chegamos aos 4 bilhões. De novo, um terço do tempo necessário para o número dobrar.
O aumento da população foi acompanhado de melhor nutrição, mais higiene e avanços na medicina. Não só o número de pessoas está aumentando, como estamos vivendo muito mais. Hoje, nos países desenvolvidos, as pessoas vivem cerca de 80 anos. Infelizmente, não é assim no mundo todo. Em países como Zâmbia e outros da África subsaariana, a expectativa de vida fica em torno dos 40 anos. De qualquer forma, melhor que a de gregos e romanos antigos, estimada em 25 anos. Ou mesmo da Inglaterra na época medieval, quando a situação já tinha melhorado, em 33 anos. Só no início do século XX, pudemos nos imaginar andando por aí com uns 50 anos.
Nos Estados Unidos, em 1901, a expectativa de vida era de 49 anos. Em 2000, chegou a 77 anos, um aumento de 57%. Na China e na Índia, era de 40 anos até a metade do século XX, contra 63 no fim do século. No Brasil, os progressos também foram notáveis. Em 2003, segundo o IBGE, os brasileiros já podiam esperar viver 71,3 anos, quase 9 anos a mais do que no, ainda próximo, ano de 1980, quando a média era 62,6 anos.
Viver mais é bom, principalmente porque os acréscimos ocorreram pela redução de doenças, fome e outras causas de morte prematura. Mas será que isso é sustentável? A população humana cresceu nos últimos 200 anos a taxas nunca vistas. Até hoje, a produção de comida cresceu mais rápido que a de gente. Mas, até quando e com que impactos ambientais?
Felizmente, as notícias recentes são tranqüilizadoras. O crescimento da população mundial está desacelerando drasticamente. Na Europa, a projeção é de queda. O número de europeus deverá cair perto de 13%, de 724 milhões em 2005, para 632 milhões em 2050. Um terço dos países já tem taxas de natalidade abaixo do limite de manutenção populacional, que é de 2,1 crianças por mulher. Nesse período, a população da Ásia, das Américas e da Oceania aumentará cerca de 30%. Só na África o crescimento continuará acelerado, chegando a 1,8 bilhão de habitantes, 103% de acréscimo.
Depois de justificado alarme, contra todas as previsões feitas até duas décadas atrás, o crescimento populacional parece estar parando. Os últimos cálculos indicam que o ápice no número da população estará próximo em 2050, quando viverão 8,9 bilhões de seres humanos no planeta Terra.
Essa freada implicará numa população, em média, bem mais velha. Os sistemas de previdência social do mundo inteiro estão falidos. Mas, particularmente, prefiro reformar a previdência a passar fome num planeta árido e marrom.
Leia também
Gilmar Mendes pede urgência na votação do Marco Temporal
Na reta final do ano, ministro solicitou que o julgamento ocorra em formato virtual entre os dias 15 a 18 de dezembro, pouco antes do recesso do STF →
“Papagaio cientista”: monitoramento da ave revela nova população de ipês raros
Trabalho que seguia grupo de papagaio-chauá se deparou com as árvores criticamente ameaçada de extinção em área afetada pelo rompimento da barragem de Mariana →
Pesquisadores do Jardim Botânico descobrem nova espécie de bromélia
Espécie é endêmica da Mata Atlântica e foi coletada na Bahia; atividades humanas na região onde foi avistada ameaçam sua sobrevivência →




