48 dias – Mapeando as emissões. E as responsabilidades
A reunião de Copenhague não aconteceria se há 17 anos atrás não tivesse ocorrido a Rio 92. Foi ali, na cúpula de meio ambiente e desenvolvimento da ONU, que diversos países decidiram criar uma Convenção sobre Mudanças Climáticas. O nascimento deste painel dentro das Nações Unidas foi guiado por um lema que até hoje persiste 'Responsabilidades comuns, porém diferenciadas'. Trocando em miúdos, isso significa que os países que ao longo dos anos emitiram maior quantidade de gases estufa na atmosfera devem assumir maior carga de ações para combater o problema do aquecimento global. O mapa abaixo, produzido pelo World Mapper, reproduz os dados que estão por trás desta discussão diplomática. Os países mais gordinhos são aqueles que mais emitem. →
49 dias – Um encontro que pode mudar o rumo de Copenhague
Começou neste domingo, dia 18, em Londres, o encontro de ministros das maiores economias do mundo. A iniciativa reúne os países desenvolvidos membros do G8 e mais 10 economias emergentes, entra elas Brasil, Índia e China. Por consequência, ali também estão os maiores emissores de gases estufa do planeta . Juntos , emitem 80% do total de gás carbônico (CO2). Nicholas Stern, o economista que escreveu o relatório sobre os impactos econômicos das mudanças climáticas, publicou um artigo no jornal The Guardian no qual afirma que este encontro pode decidir os rumos das metas de Copenhague. O problema que persiste para que um novo acordo climático seja fechado é a divisão entre países desenvolvidos e nações em desenvolvimento. Embora, China, México e o Brasil estejam acenando com metas voluntárias, como é caso de nossa meta de redução para o desmatamento (70% até 2017), os Estados Unidos gostaria de ver estas metas firmadas em um documento, como afirmou o negociador americano Todd Stern. Mas isso só ocorrerá se o próprio governo de Obama oferecer uma meta ambiciosa. Mas se isso irá ocorrer, ainda é uma grande incógnita. Leia aqui o artigo de Nicholas Stern Saiba mais Uma sobra paira sobre Copenhague →
50 dias, 20 mil pessoas, 2012, 2oC, 25% a 40%, US$ 100 bilhões – Os números de Copenhague
Copenhague, Copenhague, Copenhague. Daqui a 50 dias, mais precisamente a partir do dia 7 de dezembro, poucas palavras serão repetidas com tanta frequência quanto o nome da pacata capital da Dinamarca. Para lá, voará uma verdadeira horda de diplomatas, ambientalistas, jornalistas e autoridades. Serão 20 mil pessoas ali. Os quartos de hotel já estão esgotados em todos os 98 municípios da antiga terra dos Vikings. Agora, quem está programando a ida a 15a Conferência da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 15 para os íntimos, está marcando hotéis na cidade de Malmo, na Suécia, onde um trem cruzará a ponte sobre o Mar do Norte, todos os dias, em uma jornada de 50 minutos. Todo este frenezi servirá para discutir o desafio que representa o aquecimento global. E em torno deste debate existe uma grande expectativa: a esperança que um novo acordo político transformará o planeta em algo diferente, o mundo da economia do baixo carbono, assim se diz. Para tanto, eis aqui a discussão ao redor de números. Os números são metas, prazos, limites. E são eles que causam tanta discórdia. Entenda porque: Os limites 2009 – Esta é data limite que foi acordada entre as delegações membro da Convenção do Clima da ONU para que um novo acordo climático seja fechado. 2012 – Neste período expiram as obrigações do Protocolo de Kyoto, que foi criado em 1997. A reunião de Copenhague busca definir o acordo pós-2012. 2015 – Esta é a data limite apresentada pelo IPCC para que as emissões globais atinjam um pico. Isso significa que a partir daí as economias deveriam passar a reduzir drasticamente seus níveis de poluição. 2020 – De nada vai adiantar o novo acordo climático se não houver metas de médio prazo. E isso significa incluir cortes radicais de emissão já para o fim da próxima década. Os impactos 2oC – Esta é a temperatura que as negociações estão considerando como o limite para evitar transformações catastróficas no planeta 450 ppm ou 350 ppm - As negociações trabalham para construir um futuro em que a concentração de gás carbônico na atmosfera fica estabilizada em 450 ppm. Muitos pesquisadores, no entanto, afirmam que isto é um risco, e que a meta deveria ser baixar as concentrações para 350 ppm. Atualmente estamos em 384 ppm. 59 cm ou 110 cm - O IPCC utiliza como projeção de aumento do nível do mar a taxa entre 18cm a 59cm até 2100. Mas há cientistas muito mais pessimistas, como alguns reunidos em uma comissão do governo holandês , que sustentam que já no final do século teremos uma elevação de 55cm a 110 cm. 2016 e 2080 - Bastante controversos, os modelos do departamento de meteorologia do Reino Unido, Hadley Center, possuem as previsões mais sombrias para o futuro de ecossistemas em uma planeta mais quente. No atual ritmo de emissões, o Mar Ártico deixaria de congelar durante os verões ja em 2016. Já a Amazônia, com um aumento de temperatura de até 4oC tornaria-se um completo Cerrado em 2080. As metas 20% em 2020 - A única meta concreta colocada na mesa até agora é a da União Européia. 25% a 40% - Os cientistas do IPCC e o próprio acordo de Bali, da Convenção da ONU, sustentam que uma meta global de 25% a 40% seria a única forma de inverter a curva de emissões de gases de efeito estufa. 0 em 2030 - Isso é o que propõem os europeus para o desmatamento de florestas tropicais. US$ 100 bilhões - A quantia de dinheiro proposta pelo primeiro-ministro do Reino Unido Gordon Brown para ser paga a cada ano às nações pobres que precisam se adaptar às mudanças climáticas →
Nossa poluição ao longo dos anos
Animação feita com imagens de satélite da NASA mostra a relação entre as queimadas na América do Sul e o aumento de poluentes nocivos à saúde. Veja o vídeo. →
Antecipando revisão do plano
Entidades civis e pesquisadores esperam que a revisão do Plano Nacional sobre Mudanças do Clima, em 2010, já englobe medidas como o REDD e reconheça o papel de unidades de conservação no combate às mudanças do clima →
Entrevista Rodrigo Rocha Loures
Autor de um projeto de lei que pretende estabelecer uma Política Nacional de Mudanças Climáticas, Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) falou sobre a proposta. Ouça →
Risco nas alturas
Alterações do clima ameaçam espécies em todo o globo e podem afetar desenvolvimento das florestas e regime de chuvas. Incertezas pedem ações eficazes dos tomadores de decisões →
São Paulo vulnerável
Avaliações preliminares de Especialistas em Megacidades, Vulnerabilidade e Mudança Climática Global indicam que São Paulo deve começar a se preparar para chuvas mais intensas, inundações, congestionamentos, deslizamentos de encostas, enchentes, acidentes, doenças, falta de água e inversões térmicas em nível crítico durante o inverno. Tais cenários futuros foram apresentados durante o Painel Internacional de especialistas na área, encerrado na última quarta-feira. As avaliações feitas durante o encontro serão utilizadas para traçar, pela primeira vez, um mapa qualitativo das vulnerabilidades da Região Metropolitana de São Paulo e posteriormente subsidiar políticas públicas de adaptação às mudanças climáticas. Os primeiros esboços do mapa são esperados para daqui a três meses e, em 2010, a versão final deve estar concluída. Rio de Janeiro também está incluído nas avaliações. →
Migração alada do Cerrado ao Sudeste
Estudo aponta que mudanças do clima podem provocar a migração de espécies do Brasil central para regiões densamente ocupadas do país. Possibilidade preocupa pesquisadores. →
Proteção contra o avanço do mar
De olho na elevação do nível do mar, os holandeses construíram a maior e mais moderna barreira de controle de enchentes do mundo, a Maeslant. O Eco esteve lá e preparou uma viagem virtual pela gigantesca estrutura, no Mar do Norte. →
A interminável divergência climática
Membro do IPCC e professor da Universidade de East Anglia lança estudo sobre relações entre humanidade e mudanças do clima. Sua conclusão? Há uma nova condição para se viver no planeta. →
Derretimento no Ártico
Confira as notícias de um jeito inovador. Na estréia, uma viagem virtual ao Ártico e os desafios impostos pelo aquecimento global. →
Um novo espião para o carbono
Nasa lançará satélite capaz de monitorar de onde vem e para onde vai o gás carbônico emitido pela humanidade. Sorvedouros naturais do poluente podem estar saturados. →
Chegou o momento das florestas. E daí?
Governos e especialistas estão muito perto de um consenso sobre a necessidade de se preservar o que resta de matas tropicais. Questão principal é garantir bom uso do dinheiro. →
Pedras no caminho de Copenhague
Reunião em Poznan termina com avanços burocráticos. ONGs esperavam metas concretas, mas em meio à crise financeira ninguém quer assumir a conta do aquecimento. →