Paulista de Santo André, 46 anos de vida e 26 de fotografia, Maurício Simonetti costuma dizer que não é um profundo entendedor de rios. Mas as imagens o traem. Suas fotografias deixam claro que o saber das águas não passa necessariamente pelo conhecimento científico. Seu tema preferido desde que a profissão o aproximou da natureza para nunca mais afastar, as águas falam por si e pelos outros. Falam de beleza pura e simples, mas também muito sobre os homens que dependem tanto delas e as tratam tão mal. Simonetti tem um arquivo pessoal com cerca de 40 mil imagens que documentam a história, a cultura e a paisagem do Brasil e já ilustraram centenas de livros das principais editoras brasileiras, além de revistas nacionais e estrangeiras, jornais, guias, calendários e anúncios publicitários. É co-autor dos livros Bahia: Cores e Sentimentos e Brasil: Retratos Poéticos II, ambos editados pela Escrituras. Sua primeira exposição individual foi Carnaval paulistano (1980), seguida de Água brasileira (1995) e Fotoformas (2001).
As fotos publicadas aqui são produções recentes. O próprio autor explica, aproveitando para detalhar seu equipamento: “O rio São Francisco foi fotografado em junho de 2005, em minha primeira viagem com a D2x. O rio Tietê, em dezembro passado. A D2x chegou num dia, dali a dois embarquei para Aracaju. Lá aluguei um carro e me pus na estrada com o objetivo de fotografar. Projeto pessoal meu, meio férias, algumas pautas, a principal delas o rio São Francisco. Primeiro destino, Canindé do São Francisco. Levei a recém-chegada D2x, cartões de 512, 1 GB e 2GB, dois HDs portáteis de 20 GB cada um, cartão cinza 18%, uma antiga 14mm Sygma, 18/70 Nikon, 70/300 Nikon , flash Nikon SB800, aspiradorzinho de pó movido a pilha, acomodados numa pequena mochila Lowe, mais uma bolsa de cintura. Deixava no hotel a bolsa dos periféricos: uma Olympus E20 de back-up, cinco tipos diferentes de carregadores de baterias (celular, câmera, bateria de flash, um HD, o outro HD), cabos de transferência USB, sem laptop. Captando em RAW. Foram 11 dias fotografando o rio e as paisagens indo de Paulo Afonso à foz. Em dezembro fui contratado para fotografar a hidrovia Tietê-Paraná em Araçatuba, a 600 km da capital paulista. Uma imensidão de água verde e cristalina naquele ponto. Mais tarde, ainda em dezembro passado, voltei a fotografar no Tietê, desta vez em Bariri, no lugar onde meu pai me pôs em contato com Natureza pela primeira vez, em seguidas pescarias à beira do rio, 40 anos atrás. Desta vez troquei a velha Sygma por uma Nikon 12/24mm, e a Zomm 70/300 pela Nikon 80/200. Mais gente pescando, barcaça passando pela eclusa e a constatação de que o rio sofrera grandes desvios e obras de canalização para comportar as barcaças de carga”. Em outras palavras, só vendo as imagens.
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