A esperança de uma segunda chance. Esse é o sentimento predominante enquanto doze papagaios-de-peito-roxo finalmente deixam o recinto e abrem as asas em direção a floresta. A espécie é vítima frequente do tráfico de animais silvestres e essa não é a primeira soltura que o Instituto de Pesquisa e Conservação Waita realiza por meio do Projeto Voar. A iniciativa, que atua para reabilitar e devolver à natureza esses papagaios apreendidos, já recuperou 50 papagaios-de-peito-roxo, soltos nos céus do município mineiro de Dom Joaquim.
Essa soltura, a mais recente delas, foi realizada no final de novembro, em parceria com o IBAMA e o Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais (IEF-MG). Todas as aves passam por um extenso processo de reabilitação, exames e treinos que garantem sua aptidão para retornar à vida livre. Além disso, os 12 papagaios seguem monitorados por meio de colares transmissores VHF para garantir a transição bem-sucedida e cada indivíduo recebeu uma anilha e marcações próprias de pintura para permitir a identificação durante o monitoramento. Pontos de alimentação suplementar e ninhos artificiais também foram instalados no local de soltura para facilitar a adaptação dos papagaios.
O papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea) é uma ave endêmica da Mata Atlântica, ou seja, ocorre apenas no bioma. A estimativa é de que existam menos de 10 mil indivíduos da espécie na natureza, sendo a principal ameaça o tráfico e a destruição e degradação do seu habitat. Confira momentos da soltura na galeria de fotos abaixo:
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