Newsletter O Eco+ | Edição #124, Novembro/2022
20 de novembro de 2022
Mil e dez espécies de borboletas. Esse total, registrado na região do Cristalino, no norte de Mato Grosso, equivale a 29% de todas as espécies de borboletas conhecidas no Brasil e mais que o dobro de todas as espécies registradas na Europa. O levantamento liderado pela bióloga Luísa Mota foi realizado no Cristalino Lodge, ponto de hospedagem e turismo associado à Reserva Particular do Cristalino, e contou com apoio de turistas, através de fotografias tiradas na área. Duda Menegassi escreve sobre o incrível recorde, revelado em uma publicação na revista Biota Neotropica no início de novembro, e sobre o não menos impressionante trabalho de ciência cidadã que o tornou realidade.
Com o objetivo de impulsionar a comunicação visual na América Latina, o programa Latinograficas do El Surti transforma reportagens em peças gráficas. A história da construção de um megaporto em São Luís, capital do Maranhão, que coloca em risco a sobrevivência de comunidades inteiras, acaba de receber o tratamento. Baseado na reportagem original de Aldem Bourscheit “O Cerco ao Cajueiro”, o resultado pode ser visto em ((o))eco que traz ilustrações de Gabriela Güllich.
Participando da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas a convite do presidente do Egito, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva fez um discurso de chefe de estado na tarde desta quarta-feira (16). “Não há segurança climática para o mundo sem uma Amazônia protegida. Não mediremos esforços para zerar o desmatamento e a degradação de nossos biomas até 2030 […] quero aproveitar esta conferência para anunciar que o combate à mudança climática terá o mais alto perfil na estrutura do meu próximo governo”. A reportagem de Cristiane Prizibisczki comenta a fala celebrada pelos presentes no evento, que trouxe o combate ao desmatamento e à fome, a reconstrução dos órgãos ambientais brasileiros e a priorização da agenda climática no Brasil.
Boa leitura!
· Destaques ·
Borboletas de milhar: a biodiversidade recordista do Cristalino
O Cerco ao Cajueiro
Não existem dois Brasis, não existem dois planetas, diz Lula na COP 27
· Conservação no Mundo ·
O peso do jeans. Um dos itens de vestuário mais populares de todos os tempos, há décadas deixa para trás um rastro de consumo pesado, que diminui os recursos hídricos e energéticos da Terra, causa poluição e contribui para as mudanças climáticas. Um único par de jeans de algodão consome entre 10 e 20 mil litros de água ao longo de sua cadeia produtiva. Adicione a isso grandes doses de pesticidas sintéticos, fertilizantes, corantes e outros produtos químicos que poluem solos e corpos d’água, impactando a vida selvagem e as pessoas, além de grandes gastos de energia que geram altas emissões de gases de efeito estufa. À medida que as mudanças climáticas se intensificam, o cultivo de algodão dependente de irrigação e a catástrofe ecológica estão em rota de colisão. Embora algumas grandes empresas de moda tenham feito promessas de sustentabilidade e tomado algumas medidas para produzir jeans mais ecológicos, os danos causados pela indústria da moda se intensificaram, e não diminuíram, nos últimos anos. [Mongabay]
O outro roubo de África. Mais de 75% dos fundos destinados à pesquisa climática relacionada à África vão para institutos nos EUA e na Europa, de acordo com um estudo publicado na revista Climate and Development. Dos US$ 620 milhões que financiaram pesquisas climáticas relacionadas à África entre 1990 e 2020, as instituições de pesquisa sediadas na Europa e nos Estados Unidos receberam a maior parte do financiamento (US$ 480 milhões), enquanto as localizadas na África receberam menos de 15% (US$ 89,15 milhões). O que é igualmente preocupante, se não mais, é que a priorização de países como locais de pesquisa não se alinha com a gravidade dos riscos ou impactos climáticos que um país enfrenta. [Mongabay]
· Dicas Culturais ·
• Pra ler •
A vida secreta das árvores: O que elas sentem e como se comunicam – As descobertas de um mundo oculto (2017) | Peter Wohlleben
O autor alia seus 20 anos de experiência às últimas descobertas científicas para examinar o dia a dia desses seres fantásticos. Com um ponto de vista surpreendente e inovador, o livro é uma viagem fascinante pela vida das árvores e florestas é um convite a repensarmos nossa relação com a natureza.
• Pra ouvir •
O Assunto | G1
O episódio desta quinta-feira comenta o “discurso contundente” do presidente-eleito Lula na 27ª Conferência do Clima que atraiu os olhos de “observadores e negociadores de todo o mundo”. É o que testemunhou, diretamente do Egito, a presidente do Instituto Talanoa, Natalie Unterstell. Em entrevista a Julia Duailibi, ela relata a expectativa dos representantes em relação à volta do país aos compromissos climáticos.