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Newsletter O Eco+ | Edição #130, Janeiro/2023

Pobres anfíbios, a sustentabilidade da jaca e o fotojornalista do Pantanal

Newsletter O Eco+ | Edição #130, Janeiro/2023

15 de janeiro de 2023

Sapos, pererecas e demais espécies ajudam a manter o equilíbrio ecológico e controlar insetos transmissores de doenças. Em trabalho publicado na revista Biological Conservation, cientistas brasileiros e estadunidenses chegaram à triste conclusão de que a Mata Atlântica é uma das regiões no planeta onde populações de anfíbios mais encolhem. O pico dos declínios ocorreu em 1979, mas seguem até hoje e não estão conectados diretamente ao desmate do bioma, que tem apenas 12% de florestas bem preservadas. A reportagem de Aldem Bourscheit traz as descobertas deste estudo que revela, ainda, as principais causas do declínio: um fungo de origem asiática e as alterações do clima.

Contando com uma estrutura administrativa formada por mulheres, a ONG Sinal do Vale reúne um agrupamento de sítios que somam 200 hectares de terra no bairro de Santo Antônio, em Duque de Caxias, Rio de Janeiro, onde anteriormente havia plantações de café e extração de carvão. A organização, fundada em 2012 pela empreendedora ambiental Thais Corral, atua como uma incubadora de projetos sustentáveis que oferecem soluções baseadas na natureza para a região. Gabriel Tussini foi até lá para escrever sobre a iniciativa que, através do plantio pelo sistema agroflorestal, prova que a produção alimentícia nas periferias dos grandes centros, com sustentabilidade ambiental, social e em larga escala, é uma realidade possível. 

Radicado em Cuiabá há mais de 20 anos, o fotojornalista José Medeiros acompanhou e documentou as múltiplas nuances do Pantanal, assim como das pessoas que vivem nele. Em 2014, publicou “O Pantanal de José Medeiros”, que retrata o homem pantaneiro e sua cultura singular. Em 2020, ano da pandemia e dos incêndios que consumiram quase um terço do bioma, gravou um filme que contaria como o impacto da crise sanitária mundial nos pantaneiros. Hoje, o fotojornalista trabalha para documentar as transformações do Pantanal durante a década de 2020 a 2030. Michel Esquer entrevista Medeiros, que fala dos desafios da cobertura ambiental e sobre o que já testemunhou no bioma.

Boa leitura!

Redação ((o))eco

· Destaques ·

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· Conservação no Mundo ·

A desigualdade no aquecimento. As ondas de calor estão aumentando globalmente, e os países menos culpados sofrem os piores efeitos. Os efeitos do calor extremo e da seca atingem duramente as comunidades locais, como acontece entre as famílias quenianas que dependem de um gado que não podem mais alimentar. Uma nova pesquisa publicada na revista Science Advances mostra que os países tropicais pobres suportam o maior impacto econômico do aumento do calor extremo, o que diminui o crescimento econômico em regiões onde as economias locais são menos capazes de se adaptar. O calor extremo custa aos países tropicais mais de 5% de seu PIB anual per capita, enquanto os países mais prósperos de latitude média perdem apenas cerca de 1% do PIB devido às ondas de calor, que podem até impulsionar o crescimento econômico em alguns casos. [Mongabay]

 


 

Lava na mão. De minúsculos plânctons a enormes baleias, microplásticos já foram encontrados em toda a cadeia alimentar oceânica. Uma das principais fontes dessa poluição são as fibras soltas durante a lavagem de tecidos sintéticos. Quando roupas feitas de fibras plásticas, como poliéster e náilon, são lavadas, o tecido libera fibras microscópicas que eventualmente acabam nas águas residuais e no meio ambiente. Embora muitos estudos mostrem que as microfibras são liberadas durante a lavagem na máquina, tem sido menos claro como a lavagem das mãos contribui. Em muitos países, no entanto, ainda é comum lavar roupas manualmente. Agora, os pesquisadores da American Chemical Society relatam que a lavagem das mãos pode reduzir drasticamente a quantidade de fibras eliminadas em comparação com o uso de uma máquina. [ScienceDaily]

 

· Animal da Semana ·

O animal da semana é a Doninha–amazônica!

Essa é a espécie com menos informações dentre os carnívoros brasileiros, inclusive imagens em vida livre. É terrestre, mas possui habilidade para escalar e nadar. Vive principalmente em áreas de florestas ripárias úmidas, apesar de ser encontrada em áreas secas e abertas, florestas de terra firme e florestas com alta elevação. 🌳

Ocorre na bacia Amazônica do Brasil, Equador e Peru. Há registros desta espécie em Unidades de Conservação do Acre, no Parque Nacional da Serra do Divisor (segundo relatos de moradores locais), no Rio Juruá e no município de Humaitá, no Amazonas e no Pará, no distrito florestal do Marco da Lagoa, Rio Tapajós. 📌

Pouco se conhece sobre suas ameaças. No entanto, pode-se inferir que a perda e alteração do habitat podem ser consideradas como grandes ameaças à espécie. 🔖

· Dicas Culturais ·

• Pra ler •

Bichos do Brasil (2023) | Bichos do Brasil (2023) | IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas

O IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas compilou diversas características e curiosidades de 20 espécies da fauna brasileira em um ebook inédito e gratuito. Para quem se encanta com as singularidades da natureza, tenha certeza de que vai gostar do conteúdo! Faça o download no link.

IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas

• Pra ler •

Nós somos o clima: Salvar o planeta começa no café da manhã (2020) | Jonathan Safran Foer, Maíra Mendes Galvão (Tradução)

No livro, o autor nos conta histórias aparentemente desconectadas. Todas, porém, têm um ponto em comum com a atual crise ambiental: elas nos mostram que a diferença entre saber o que está acontecendo e agir a tempo de evitar o pior sempre está em nossas mãos.

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• Pra navegar •

Giro na Praça | Sesc RJ

Um portal lançado em dezembro sobre a praça General Osório, no Rio de Janeiro. Giro na Praça é uma cartografia que traz, entre outras coisas, a história das transformações ambientais e do saneamento na cidade a partir da praça.

Giro na Praça

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