Newsletter O Eco+ | Edição #164, Setembro/2023
Entrevista com Míriam Leitão, os benefícios do caroço do açaí para a economia sustentável e os anúncios do Dia da Amazônia
No início dos anos 10, ao ser perguntado sobre a letra de “Açaí”, Djavan foi certeiro: “Não há nenhuma pessoa que viva no Norte do Brasil que não entenda que o açaí é a fruta que faz com que a subsistência daquelas pessoas esteja garantida, porque é uma fruta abundante, barata, muito nutritiva, com ela se faz tudo.” Na reportagem de Aldem Bourscheit para ((o))eco, reforçamos que sim, com ela se faz tudo: de fornos industriais a bebidas, o uso das sementes de açaí reduz impactos ambientais e climáticos na floresta equatorial.
São atitudes como essa que nos ajudam a mudar o destino da Amazônia, e é esse momento crucial da maior floresta tropical do planeta que Míriam Leitão usa como o fio condutor pelo qual ela convida o leitor a conhecer mais sobre a Amazônia, em seu livro “Amazônia na Encruzilhada: o poder da destruição e o tempo das possibilidades”, lançado recentemente. A repórter Duda Menegassi entrevistou a autora, que alerta: “Se a gente errar na Amazônia, a gente errou como país”. Em sua nova empreitada literária, a jornalista convida os leitores a irem com ela para dentro da floresta e reconhecer sua importância inegociável para o futuro do planeta.
Buscando reforçar a proteção do bioma, o Governo Federal anunciou a demarcação de duas novas terras indígenas nos estados do Acre e Amazonas, e a criação e ampliação de unidades de conservação em Roraima. Outras medidas que incluem o decreto de recriação da Câmara Técnica (CT) de Destinação e Regularização Fundiária de Terras Públicas Federais Rurais e a chamada de serviços de assistência técnica e extensão rural para a região, você confere na matéria da repórter Cristiane Prizibisczki.
Boa leitura!
Redação ((o))eco
· Destaques ·
Caroços do açaí movem economias na Amazônia
O destino da Amazônia – e do mundo – na encruzilhada, uma conversa com Miriam Leitão
No Dia da Amazônia, governo Lula amplia áreas protegidas no bioma
· Conservação no Mundo ·
Caiu na rede não é pinguim. O pinguim-africano (Spheniscus demersus) é a única espécie de pinguim exclusiva do continente. Para salvá-lo, a África do Sul irá proibir a pesca comercial do animal por uma década, em seis áreas que abrigam a espécie. A medida, anunciada pelo governo em agosto, surge depois de um painel de especialistas ter concluído que uma proibição total da pesca era vital para a recuperação dos pinguins. [Science.org]
Elas no comando da conservação. Artigo da Ladera Sur convida o leitor a conhecer Yuliana Bedolla, Elizabeth Kerr e Fanny Corbejo, três profissionais com trabalhos marcantes para a conservação latinoamericana. [LaderaSur]
· Animal da Semana ·
O animal da semana é o quati-de-cauda-anelada!
Conhecido pelo focinho comprido e garras semelhantes a de um urso, o quati-de-cauda-anelada (Nasua nasua) é um animal diurno e vive em bando!
Para se proteger de possíveis predadores, que podem ser raposas, onças, jaguarundis, cães domésticos ou até mesmo pessoas, os Nasua nasua dormem no topo das árvores, onde sobem graças às poderosas garras.
Narigudos, ágeis e abundantes, os quatis-de-cauda-anelada são classificados pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) como uma espécie de pouca preocupação.
🎨 Gabriela Güllich (@fenggler)
· Dicas Culturais ·
• Pra ouvir •
Caixa de ferramentas | Rádio Novelo Apresenta
Nossos utensílios e o que eles dizem sobre a gente. No primeiro ato: a internet finalmente chegou à Amazônia… e caiu em mãos erradas. Por Juliana Faddul e Rodrigo Pedroso. No segundo ato: uma lei que virou o coringa da opressão. Por Flora Thomson-DeVeaux.
• Pra assistir •
BR Acima de Tudo | Globoplay
No norte do estado do Pará fica o maior bloco de florestas protegidas do mundo. Indígenas, pecuaristas, posseiros, quilombolas, empresários e políticos refletem à sua própria maneira os impactos da possível expansão da BR-163 floresta adentro, até a fronteira com o Suriname. Mas este não é um filme sobre uma estrada. É um filme sobre os abismos que separam aqueles que compartilham a mesma terra.