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Newsletter O Eco+ | Edição #187, Março/2024
10 de março de 2024
A ciência brasileira sabia muito pouco sobre manguezais quando Yara Schaeffer-Novelli decidiu se debruçar sobre o assunto em 1976. E ela nunca mais parou de pesquisá-los. A reportagem de Paulina Chamorro mostra a trajetória da profissional pioneira na área. “Tudo é uma ciência. E você deve dar o ar de uma ciência quando você começa a estudar um novo ambiente. As plantas, as árvores típicas do manguezal têm cerca de 60 milhões de anos e vêm ocupando áreas lodosas. Nas regiões estuarinas, veja quantas áreas que já foram estuários, já foram colonizadas por essas plantas típicas de mangue. E eles vêm com habilidade incrível, sempre encontrando um lugar para continuar colonizando, se desenvolvendo”, ensina a naturalista.
Governos distritais e população introduziram centenas de milhares de peixes de espécies de outras regiões do Brasil, dos Estados Unidos, do Canadá, do México e da Ásia no reservatório do Lago Paranoá (DF). A reportagem de Aldem Bourscheit mostra que animais típicos da Amazônia, como o pirarucu e o jacaré-açu, já foram encontrados no manancial, que cobre área similar à de 5 mil campos de futebol e pode atingir 38 m de profundidade. A predação e a competição por espaço e comida encolhem as populações de espécies nativas. Isso pode prejudicar inclusive a qualidade da água, o abastecimento público e as pescarias de profissionais e amadores. Introduzir espécies exóticas sem permissão oficial é crime no Brasil, mas esses animais e plantas continuam a ser comercializados livremente e liberados em terras, rios e lagos como o Paranoá.
No Rio de Janeiro, um “cemitério de navios” toma a Baía de Guanabara. É um problema que se arrasta por décadas, acarretando em prejuízos socioambientais, econômicos e culturais inestimáveis. Na reportagem de Elizabeth Oliveira, uma luz no fim do túnel para a resolução do problema: em caráter de urgência, o MPF requereu à Justiça, por meio de Ação Civil Pública (ACP), que órgãos públicos ajam pela solução em caráter definitivo do abandono de embarcações em municípios como Rio, Niterói e São Gonçalo. O inquérito que deu origem a essa mobilização foi motivado por representação do Movimento Baía Viva. O abandono de embarcações é apenas um dos problemas socioambientais que assolam a Baía, somado à falta de saneamento adequado nos municípios do seu entorno, despejo de lixo doméstico e poluição industrial, dentre outras mazelas.
Boa leitura!
Redação ((o))eco
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· Destaques ·
Yara Schaeffer-Novelli, a grande mãe dos manguezais brasileiros
Lago na capital federal é uma salada biológica
MPF pede soluções definitivas para o “cemitério de navios” na Baía de Guanabara
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· Conservação no Mundo ·
Metadinha. Ginandromorfismo bilateral: um nome gigante para uma ave pequenina. Na Colômbia, um saí-verde avistado em uma fazenda exibiu esse raro fenômeno biológico, que faz com que animais sejam metade fêmea e metade macho. Hamish Spencer, biólogo evolucionista da Universidade de Otago (Nova Zelândia), estava visitando o país quando se deparou com essa ave. Observando, percebeu que o lado esquerdo do corpo estava coberto de penas verdes brilhantes, coloração clássica das fêmeas. O lado direito, porém, era de um azul iridescente, presente nos machos. [NewYorkTimes]
Cerco ao gás. A matriz energética dos EUA depende fortemente do gás natural liquefeito, ou GNL. O gás natural é composto por 70 a 90 por cento de metano, um gás com efeito de estufa que é cerca de 30 vezes mais potente que o dióxido de carbono no curto prazo. Em janeiro, Biden anunciou uma pausa nas aprovações de novos terminais de GNL. Bekah Hinojosa, uma ativista do Texas e outros ambientalistas, têm lutado contra dois grandes projetos: Texas LNG e Rio Grande LNG, com o gasoduto Rio Bravo. Esses projetos já contam com autorização do Departamento de Energia, o que significa que não serão interrompidos pela pausa do governo Biden. [Grist]
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· Dicas Culturais ·
• Pra ler, ouvir e assistir •
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Mulheres na Conservação | Paulina Chamorro e João Marcos Rosa
Durante o mês de março, ((o))eco destaca as mulheres que lutam pela conservação da biodiversidade brasileira: são biólogas, pesquisadoras, professoras, veterinárias que dedicam a vida à natureza. O projeto multimídia Mulheres na Conservação traz essas histórias em três formatos diferentes, para você escolher aquele que mais te agrada. Websérie, reportagem em texto e podcast mostram a história de vida dessas profissionais.
Leia, escute e assista em ((o))eco | Especial Mulheres na Conservação