Newsletter O Eco+ | Edição #213, Setembro/2024
15 de setembro de 2024
A fumaça que cobre o Brasil parece cobrir também o julgamento de governantes. O repórter Gabriel Tussini analisou como candidatos à prefeitura da capital acreana abordam alguns dos principais problemas ambientais da cidade. Em Rio Branco, candidatos não tratam a fumaça como emergência de saúde. Além disso, a cidade ainda convive com problemas como um ciclo cada vez mais extremo de secas e enchentes, além de uma oferta deficiente de água tratada e saneamento básico.
O fogo não é o único problema da biodiversidade nesse momento. Nas florestas da Caatinga, da Bahia até o oeste de Sergipe, vive um primata em perigo crítico de extinção. Pouquíssimo estudado, o guigó-da-caatinga é protegido por uma cobertura ínfima de unidades de conservação e cada vez mais pressionado pelo avanço de pastos. A repórter Duda Menegassi foi até um dos últimos refúgios da espécie para tentar encontrar esse animal precioso escondido da Chapada Diamantina.
Por fim, uma vitória para a conservação: a repórter Cristiane Prizibisczki conta a história de tamanduás-bandeira que voltaram a viver no ambiente natural por meio do trabalho do TamanduASAS, projeto de conservação sediado em Uberlândia (MG) que reabilita e faz solturas monitoradas desses mamíferos. O projeto, iniciado em 2017, surgiu por necessidade, conta a médica veterinária do IEF, Juliana Magnino. “Nós temos uma casuística absurda de resgate de filhotes órfãos de tamanduá. E a gente pensou que era preciso fazer alguma coisa, dar um destino para esses filhotes. Isto é, a gente entendeu que o tamanduá precisava de ajuda”, explicou.
Boa leitura!
Redação ((o))eco
· Destaques ·
Em Rio Branco, candidatos não tratam fumaça como emergência de saúde
Um drama sertanejo: destruição da Caatinga encurrala macaco ameaçado
Por quem bate o coração do tamanduá?
· Conservação no Mundo ·
No olho do furacão. O furacão Francine atingiu o sul da Louisiana (EUA) recentemente como uma tempestade de categoria 2, trazendo ventos de 160 km/h e enviando uma onda de água para as comunidades costeiras. O problema das tempestades na Costa do Golfo só vai piorar a partir daqui, alertam os cientistas. Num artigo publicado na semana passada no Journal of Geophysical Research: Earth Surface, pesquisadores usaram radar de satélites para quantificar a subsidência na Costa do Golfo, descobrindo que algumas partes estão afundando mais de meia polegada por ano. [Grist]
Desenhando a conservação. Na Austrália, quase 5.000 alunos do ensino fundamental participaram do concurso Wild at Art da Australian Conservation Foundation, que convida crianças a criarem uma obra de arte retratando um dos animais ou plantas nativos ameaçados do país. Além da galeria de imagens, podemos ler os comentários das crianças a respeito das obras: “Eu escolhi a Isopogon fletcheri (‘Fletcher’s drumsticks’ em inglês, com tradução literal ‘baquetas de Fletcher’) porque meu sobrenome é Fletcher e minha irmã tocava bateria. Também queria mostrar para as pessoas que essa planta está ameaçada de extinção, assim as pessoas param de pisar nela”, explica uma das pequenas artistas conservacionistas. [TheGuardian]
· Dicas Culturais ·
• Pra ouvir •
Os Caixões de Itápolis | Os Caminhos de Niéde Guidon
A história de Niéde Guidon, considerada uma das mais importantes arqueólogas brasileiras, é contada neste podcast a partir de uma expedição à Serra da Capivara, no Piauí, local de pesquisa de campo de Guidon. Nesse ep, Niéde Guidon e outras duas professoras são expulsas de Itápolis, no interior de São Paulo, depois de ensinar a teoria da evolução das espécies. Mas um acaso do destino a coloca no caminho da arqueologia.
• Pra ler •
Nature’s Ghosts: The world we lost and how to bring it back | Sophie Yeo
Em Nature’s Ghosts, a premiada jornalista Sophie Yeo examina como seria o planeta antes de os humanos eliminarem sua biodiversidade: desde paisagens esculpidas pela megafauna até florestas primitivas que surgiram após a última Idade do Gelo.