
O degelo na Groenlândia bateu o seu recorde em 2010. Este é o principal resumo de um estudo realizado pelo Laboratório de Processos da Criosfera na City College of New York (CCNY – CUNY, em inglês), que avalia as variáveis capazes de afetar o derretimento. A resposta para o fenômeno é simples: no último ano, o gelo começou a se transformar em água no final de abril e apenas parou no meio de setembro, configurando um início adiantado e término tardio. Ao todo, o foram 50 dias a mais do que o usual.
Patrocinado pelo WWF, Fundação Nacional de Ciências dos Estados Unidos (NSF, na sigla em inglês) e NASA, o documento mostra que as temperaturas no verão subiram três graus acima da média na região, além do fato de que nevou menos. Nuuk, a capital da Groenlândia, não passava por um verão e primavera tão quentes desde 1873. O gráfico ao lado mostra o aquecimento anormal do continente gelado.
Um outro problema, de acordo com o dr. Marco Tedesco, chefe do grupo de cientistas a frente da pesquisa, foi a maior exposição do gelo nu, muito mais negro do que a neve e capaz de absorver maiores quantidades de raios solares. Ou seja, ele esquenta, derrete e vai em direção ao mar. Os resultados foram descobertos após análises das temperaturas na superfície das camadas de gelo com auxílio de dados de satélites.
Para o doutor Martin Sommerkorn, especialista em clima do WWF, o aumento do nível do mar será assustador no fim do século. “A expectativa é que chegue até um metro em 2100, muito em função do degelo. E não vai parar por aí – quando mais tempo levarmos para mitigar a produção de gases do efeito estufa, teremos mais degelo e aumento do nível das águas”.


Vídeo produzido pelos pesquisadores mostram o ritmo de derretimento
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Derretimento crescente no mar Ártico
Assista a animação abaixo (roteiro: Gustavo Faleiros/ edição e narração: Juliana Mori
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