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O salmão de Buda

Cientistas e ricaços americanos amantes da pesca, que querem preservar o salmão siberiano em rios na Mongólia, têm um aliado incomum: Gantulga, um sujeito de 26 anos que se veste com um camisolão cor de laranja por uma razão bastante apropriada. Ele é um monge budista. Gantulga e seus companheiros de mosteiro comprometem-se a fazer pregação moral contra a pesca do salmão e a destruição de seu habitat. Os gringos endinheirados comprometem-se a investir na economia local para criar alternativas de subsistência para a comunidade. A aliança é cheia de complicações. O budismo prega a integração com a natureza. Dela faz parte o código de conduta que impede o homem de maltratar a fauna. E aí reside o problema, segundo o The Wall Street Journal (só para assinantes). Para fazer seu trabalho, os cientistas contratados pelos pescadores precisam “selar” os peixes. E os pescadores querem pescá-los. É difícil, mesmo para gente como Gantulga, explicar estas contradições ao seu rebanho. O processo todo também é criticado pelos ambientalistas. Eles acusam os financiadores de não ter interesse na preservação, mas na privatização dos rios da Mongólia para seu deleite pessoal.

Manoel Francisco Brito ·
8 de outubro de 2004 · 20 anos atrás

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