Palestras:
10hs – De Caracas a Durban: o novo rumo da conservação –
Alekcey Chuprine
Mais de 30% das áreas protegidas existentes atualmente não se encaixam em nenhuma categoria de manejo, ou seja, não têm objetivos definidos e só servem para aumentar os números das estatísticas. A cifra chama a atenção na apresentação de Alekcey Chuprine, do Centro Agronómico Tropical de Investigación y Enseñanza, na Costa Rica. Chuprine recorda dois congressos mundiais de áreas protegidas (em Caracas, em 1992 e em Durban, em 2003) para mostrar como a função de conservar o meio ambiente foi enfraquecida ao longo do tempo na implantação de novas áreas, devido, entre outras coisas, à incorporação de conceitos como o de desenvolvimento sustentável.
14hs – Áreas protegidas na Índia: características, desafios e perspectivas futuras –
Vinod Mathur
Para Vinod Mathur, diretor da Faculdade de Ciências da Vida Selvagem do Wildlife Institute of India, seu país tem visto um crescimento na consciência de que a comida, água e segurança ambiental dependem de um bom manejo das áreas protegidas. Mas a Índia enfrenta problemas para manter os seus 96 parques nacionais e 504 santuários de vida selvagem (que cobrem pouco mais de 4% do território). O principal problema: os moradores do entorno. Segundo Mathur, é essencial que sejam criados artifícios nessas regiões próximas às áreas protegidas para assegurar a conservação, fazendo corredores que permitam a circulação de grandes animais, como tigres e elefantes.
16h30 – Sistema australiano de unidades de conservação: direcionamentos e questões –
Fiona Leverington
A Austrália, como um país multi-diversificado, politicamente estabilizado e relativamente rico, tem a obrigação internacional de garantir excelentes unidades de conservação. Seus biomas incluem vegetações que vão de florestas tropicais e temperadas a campos semi-áridos e mangues. Para Fiona Leverington, pós-doutoranda pela University de Queensland, o país pode estabelecer um bom sistema de proteção de áreas para conservação e implementar estratégias voltadas à mitigação contra os impactos das mudanças climáticas.
17h15 – Sistemas de unidades de conservação da América Latina: teoria e prática –
Marc Dourojeani
Segundo Marc Dourojeani, vice presidente da Fundação Peruana para a Conservação da Natureza (ProNaturaleza), o conceito e a prática dos sistemas nacionais de áreas protegidas são antigos na América Latina. Nos anos 60 muitos países já haviam se adequado à Convenção da Biodiversidade. Hoje, quase todos possuem políticas específicas, cuja funcionalidade varia de país para país. Garantir a existência de um sistema de áreas protegidas é apenas um dos esforços necessários para a conservação da biodiversidade.
Estado da gestão das unidades de conservação da biodiversidade amazônica –
Carlos Salinas Montes
Unidades de conservação fragmentadas na Amazônia não cumprem seu papel de proteger a biodiversidade do bioma, tampouco a função de garantir a regulação do clima mundial. Carlos Salinas Montes, coordenador do projeto Biodiversidade, da OTCA, está de olho no que cada país amazônico anda fazendo para proteger suas áreas, e analisa o que precisa ser mudado nos sistemas de gestão para que a Amazônia saia ganhando.
É possível manter visitação enquanto se minimiza o impacto sobre os recursos? –
Peter Newman
Peter Newman, da Colorado State University, mostra uma série de fatores que devem ser levados em conta para se balancear a proteção dos recursos naturais em áreas protegidas e o seu uso pelo público. A capacidade das áreas de receber pessoas precisa ser encarada, mas do que só como um número, como um processo de aprendizagem que pode se adaptar a mudanças nas condições ecológicas e sociais. O primeiro passo, no entanto, é fixar objetivos, indicadores e padrões de qualidade – que devem estar assegurados.
Informando sobre co-gestão nas Ilhas Galápagos: um estudo de caso –
Ryan Finchum
Em 1995, pescadores de Galápagos ameaçaram matar tartarugas gigantes ameaçadas de extinção e pôr fogo nas ilhas do arquipélago. Esse era o auge de um conflito que vinha se desenvolvendo desde a criação da reserva marinha que protege a área. Nesse estudo de caso, Ryan Finchum, da Colorado State University, mostra como informações de dimensão humana podem ajudar na gestão de áreas protegidas. Depois de diagnosticado que um problema fundamental em Galápagos era falta de participação dos agentes, foi estabelecido um sistema de gestão compartilhada que, se não é capaz de deter o surgimento de divergências, possibilita a criação de fóruns para resolvê-las.
Leia também
Entrando no Clima#40 – Florestas como forças de estabilização climática
Podcast de ((o))eco fala sobre como as florestas têm ganhado espaço nas discussões da COP 29 →
ONU espera ter programa de trabalho conjunto entre clima e biodiversidade até COP30
Em entrevista a ((o))eco, secretária executiva da Convenção Sobre Diversidade Biológica (CDB) da ONU fala sobre intersecção entre agendas para manter o 1,5ºC →
Livro revela como a grilagem e a ditadura militar tentaram se apoderar da Amazônia
Jornalista Claudio Angelo traz bastidores do Ministério do Meio Ambiente para atestar como a política influencia no cotidiano das florestas →