Saiu no último sábado (22) a nova lista de espécies silvestres que vivem nas áreas verdes paulistanas. Para a surpresa do próprio órgão ambiental do município, foram computadas 700 espécies. “Uma riqueza surpreendente para a cidade mais populosa da América do Sul, condição em que justamente o oposto é o mais esperado”, diz comunicado da Secretaria do Verde e Meio Ambiente de São Paulo (SVMA). A listagem é ponto de partida para a elaboração de planos de manejo e de conservação de áreas verdes, sendo importante ferramenta para o monitoramento ambiental. Inventários de fauna na cidade de São Paulo são feitos desde 1993.
Para a elaboração da lista, foram estudadas 81 áreas dentro do município, incluindo as APAs Capivari-Monos e Bororé-Colônia, Parques Municipais, Estaduais, Parques Lineares e outras áreas verdes. Dentre os invertebrados listados estão presentes 137 espécies. Os vertebrados estão representados por 563 espécies; 23 peixes, 45 anfíbios, 40 répteis, 372 aves e 83 mamíferos. Cento e vinte sete espécies de vertebrados são endêmicas da Mata Atlântica, ou seja, são encontrados somente neste bioma. Este número corresponde a 22% do total de vertebrados.
O levantamento também mostrou que 30 espécies da fauna da cidade estão ameaçadas de extinção, 22 estão quase ameaçadas e 13 apresentam dados insuficientes. Foram adicionadas 85 espécies novas ao grupo das aves, o mais estudado em São Paulo, totalizando 372 espécies no município. Destas, 24,5% são endêmicas da Mata Atlântica, 11% constam em algum nível de ameaça das listas estadual, nacional e global e três são exóticas.
Dentre as novas espécies listadas no levantamento, a SVMA destaca o o primeiro registro para o município do muriqui-do-sul ou mono-carvoeiro (Brachyteles arachnoides), o maior e um dos mais ameaçados primatas das Américas, que empresta seu nome à APA Capivari-Monos. Este importante registro, juntamente com os do sagui-da-serra-escuro (Callithrix aurita), e o sauá (Callicebus nigrifrons), aumenta a relevância da APA Capivari-Monos como área para a conservação da biodiversidade, diz a secretaria.
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